R é de Reciprocidade.

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Jennie não cresceu com muito dinheiro. Seus pais ganhavam apenas o mínimo suficiente para sobreviver. Seu pai, era o Chefe da polícia no bairro onde ela e Lisa cresceram. Mas apesar de ser o Chefe, isso não significava necessariamente que ele nadasse em grana, além disso, a mãe dela era apenas uma dona de casa, na época em que ela ainda morava com eles. Mesmo após ter se divorciado de seu pai e mudado para o Arizona, ela continuou sendo dona de casa. Ela tinha sido ligeira para abocanhar um jogador de beisebol da segunda divisão, e agora viajava pelo país com ele.

Lisa, por outro lado, crescera em um ambiente abençoado; pode se dizer que ela havia sido alimentada com mamadeira de ouro. Seu pai, era um bem-sucedido médico cirurgião e quando ele e a família mudaram para Seattle, quando Lisa tinha três anos, ele aceitou o emprego no hospital local, o que sempre trazia uma leva de mulheres vindo até a sala de emergência alegando traumas não-existentes, apenas para conseguirem ter uma conversinha com o Dr. Sua mãe, mesmo não sendo a provedora da família, tinha seu sucesso no campo de design de interiores. Bastava uma olhada em sua casa para que todos soubessem de suas habilidades e se apaixonassem por seu trabalho. Ela realmente tinha talento.

Todavia, mesmo com suas distintas criações, Lisa e o resto da sua família jamais trataram Jennie de forma diferente. Não importava que ela não tivesse sangue azul. Lisa sempre fora favorecida por ganhar as coisas mais novas – vídeos-game, artigos musicais, roupas; todos sabiam que se a coisa fosse cara e desejada, Lisa a teria antes. Jennie, porém, costumava ganhar tudo muito depois, e às vezes era apenas a versão genérica, mas Lisa jamais fazia algum comentário sobre isso. Muitas vezes seria Lisa quem compraria o item verdadeiro para Jennie; bem, a mãe dele compraria, depois de Lisa pedir - implorar - para ela lhe emprestar dinheiro.

Quando sua mãe lhe perguntava o porquê, ela sempre tinha um motivo. Sempre tinha uma razão, fosse o aniversário de Jennie, o Natal, ou o simples fato de ela ser — a melhor amiga do mundo que alguém poderia ter—. Lisa sempre queria presenteá-la com alguma coisa, tendo muito bem em mente que Jennie não poderia retribuir o agrado, mas Lisa não se importava. Isso é o que ela falava para Jennie quando eram mais jovens:

— Eu não preciso que você me dê nada, Jennie. É só que eu gosto de fazer a minha melhor amiga feliz.

Era fofo, mas isso sempre fazia Jennie se sentir mal, principalmente quando elas ficaram mais velhas. Como presente de formatura, Lisa lhe comprou um colar, uma joia de platina que tinha um pingente com o nome dela incrustado em diamantes. Enquanto tudo o que ela tinha dado a ele fora um scrapbook com capa de couro, que continha várias fotos e pequenas recordações da amizade delas, incluindo uma embalagem bastante específica de uma certa bala de morango e o ingresso de Entrevista com o Vampiro, e na primeira página, em uma paráfrase muito familiar, estava escrito:

Para a amiga mais bacana do mundo, Lisa. Eu quero que você me faça um favor. Nunca deixe de ser o minha melhor amiga. Você é a garota mais legal que eu conheço.

Não esqueça de mim quando você for para na faculdade.

Oceanos de amor e milhões de beijos - sua melhor amiga

Jennie Ruby Jane Kim.

Na hora, o sorriso no rosto de Lisa ao ver o scrapbook, trouxe um sorriso para o rosto dela. E mesmo ela ainda se sentindo horrível por Lisa ter gastado tanto dinheiro no presente dela, ouvi-lo dizer que aquele tinha sido o melhor presente que ele já ganhou e que ele jamais seria capaz de esquecê-la, fez seu humor melhorar. Mesmo agora com as escapadinhas sexuais delas na brincadeira do alfabeto, Lisa ainda tentava fazer com que tudo fosse em função dela. Sim, Lisa conseguiu seu próprio orgasmo todas as vezes, mas ela estava focando toda a sua atenção em Jennie, dizendo que era tudo para ela, e que ela não se preocupasse com nada.

ALPHABET WERKENDS - JENLISAOnde histórias criam vida. Descubra agora