Extra.

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Provavelmente, a razão pela qual nós nos tornamos insanos durante a época de Natal com toda está desenfreada - e muitas vezes boba - mania de comprar de presentes seja porque nós não sabemos, realmente, expressar nosso amor através de palavras.—

- Harlan Miller.

O Natal na casa dos Manoban era sempre uma comemoração de enormes proporções. Para a família Manoban, o período das festas de fim de ano começava sempre na sexta-feira logo após o Dia de Ação de Graças. Lisa e Jisoo sempre acordavam ao som de Bing Crosby cantando suavemente sobre o —Natal Branco— e Dean Martin contando a história do —Boneco de Gelo Congelado.

Quando chegava aquela sexta-feira, Marco e Chitthip já haviam pendurado luzes pisca-pisca em cada lugar possível do lado de fora da casa, além de guirlandas em cada porta. Havia até mesmo aqueles pomposos cordões de cores brilhantes envolvendo o corrimão da escada.

Todo dia 20 de dezembro, eles saíam para comprar um pinheiro de dois metros de altura, e depois passariam horas o decorando na sala. Marco e Jisoo ficavam a cargo de desenrolar os fios dos pisca-piscas. Lisa e Chitthip eram as responsáveis pela decoração em si da árvore, pendurando ornamentos em lugares especiais. A árvore ficava repleta com os tradicionais enfeites: bolas de Natal, miniaturas de bengalas de doce, e pequenas fotos de toda a família.

A ceia da véspera de Natal era sempre um banquete elaborado e extravagante, com muitos tipos de pratos e petiscos, além de um lindo e suculento assado de carne como prato principal, o qual ficava no forno cozinhando lentamente durante todo o dia. Todos os homens da família costumavam seguir o aroma do assado até a cozinha, e vez ou outra entravam lá para oferecer ajuda a Chitthip, caso ela quisesse um —experimentador de sabor—. Chitthip sempre os expulsava aos risos.

O momento da troca de presentes era sempre memorável. Lisa e Jisoo rasgavam os papéis de embrulho com garra, como se suas vidas dependessem daquilo. Marco e Chitthip assistiam com divertimento e alegria paternal em seus olhos. Eles adoravam ver as expressões de total felicidade tomando conta dos rostos de seus filhos.

Entretanto, o que Chitthip e Marco mais adoravam era pregar peças. Em mais de uma ocasião os dois haviam sido sapecas - Chitthip havia os pegado em flagrante enquanto desembrulhavam e embrulhavam de novo seus presentes antes da manhã de Natal. Chitthip sabia muito bem que era tudo ideia da cabeça de Jisoo. Ela sabia que o irmão mais velho tinha uma enorme influência sobre a caçula, Lisa.

Quando Jisoo tinha dez anos, ela começou a esconder os presentes delas entre suéteres dobrados, e em seguida embrulhava-os. Era sempre hilário ver a reação dela. Jisoo fingia que havia gostado do casaco que sua mãe lhe dera, e em seguida o desdobrava, finalmente encontrando o real presente. A expressão em seu rosto era impagável.

Vez ou outra, os parentes vinham passar o Natal na casa dos Manoban, mas geralmente eram apenas os quatro trocando histórias engraçadas, insultos espertinhos, e presentes.

...

—Lisa, querida,— Chitthip chamou. —Coloque outro prato na mesa, Jennie vai ficar para o jantar.

A garota de dez anos de idade correu até a cozinha com um sorriso rasgado em seu rosto. Era a véspera de Natal, e ela já estava animada. Que criança não ficaria? Principalmente porque ela tinha uma grande suspeita de que ganharia um computador novo. Lisa esperava que fosse o Macintosh que havia pedido. Saber que ela iria poder passar o Natal com sua melhor amiga era a cereja no bolo.

—Jura?— perguntou Lisa com entusiasmo. Ela pegou outro conjunto de louça chinesa da sua mãe e levou até a sala de jantar, arrumando-o sobre a mesa do jeito que sua mãe a havia ensinado, alinhando os talheres em seus respectivos lados.

ALPHABET WERKENDS - JENLISAOnde histórias criam vida. Descubra agora