Dez a menos, dezesseis por vir.

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Quatro horas.

Foi o tempo que Jennie demorou para pegar no sono naquela noite.

Ela e Lisa foram embora do parque vinte minutos após a atividade digna da vida sexual de um adolescente. Elas ficaram lá deitadas em silêncio no brinquedo do parquinho, retomando seus fôlegos e apenas olhando para o céu até se levantarem. Lisa havia comentado sobre a umidade do ar e foi Jennie quem optou por voltar para casa antes que começasse a chover. Se dependesse dela, elas ficariam deitadas ali a noite inteira, mas ela achou bom que elas não tenham ficado.

A volta para casa foi algo que Jennie jamais esqueceria. Ela não se lembrava de já ter rido tanto quanto durante aquela caminhada. Ela riu de Lisa freneticamente o percurso inteiro, vendo-a tentar ajustar a lambança dentro de seu jeans. Lisa ficou o tempo todo reclamando sobre como a parte de cima de sua cueca boxer estava grudada no trecho de finos pelos que levavam a seu membro, conforme ela desabafava tão veementemente em sua frustração. Era uma visão e tanto para as pessoas que passavam pela rua e encaravam a mão da loira que toda hora se esgueirava para dentro de sua calça. Ela praticamente correu para dentro do apartamento para que pudesse arrancar aquele jeans fora.

A melhor parte de tudo isso foi vê-la caindo de cara no assento do sofá quando suas pernas ficaram presas dentro da calça. Jennie aproveitou o momento para lembrar a loira que talvez fosse mais inteligente se ela tirasse os sapatos antes de tudo, e só então ela finalmente cessou suas gargalhadas. Vê-la tropeçando era uma raridade, mas quando acontecia, era realmente uma cena ótima. Nunca era um pequeno tropeço, mas sim uma queda estrondosa.

Depois que finalmente se ergueu - devidamente mostrando o dedo do meio para Jennie -, Lisa correu para tomar um banho. Menos de cinco minutos depois, ela chamou Jennie para se juntar ao banho, porém ela respondeu dizendo que estava ocupada. Ela ouviu Lisa gritando 'Quem está perdendo é você!' antes de fechar a porta do banheiro novamente.

Ela havia mentido.

Durante os quinze minutos que Lisa ficou no chuveiro, ela não conseguia parar de ouvir a voz dela em sua mente, enquanto refletia sobre o que havia acontecido no parquinho. Será que ela ouvira corretamente? Ela pensou que Lisa tivesse dito 'eu te amo', mas quando ela perguntou, tudo o que ela respondeu foi 'caramba'.

Aquelas três palavrinhas haviam feito o coração dela disparar, mas pensar que ela havia apenas imaginado aquilo era como um soco no estômago. Doía, terrivelmente, mas a pior parte era não saber por que havia lhe doído tanto o fato de Lisa não ter dito que a amava. Mesmo durante seu próprio banho naquela noite, o único pensamento em sua mente eram aquelas três palavras: 'eu te amo'. Ela podia jurar que havia ouvido exatamente isso sendo sussurrado na base de seu pescoço.

Eu te amo. Lisa dissera, ela tinha quase certeza que sim.

Seu coração ouvira as palavras; ele havia começado a bater de maneira tão rápida, como ela nunca sentira antes. Seu coração martelou em seu peito tão poderosamente, que ela não sabia como seria possível a imaginação dela ter pregando-lhe uma peça tão cruel.

Mas pregou.

O coração dela estava sofrendo da pior maneira possível. Nem mesmo quando terminou com seu primeiro namorado ela sentiu-se desse jeito. Embora eles tivessem namorado apenas por quatro meses, ela se indagava sobre o motivo de todos os seus amigos acharem que era algo de costume que uma garota ficasse sofrendo por dias após o término de um namoro. Na noite em que ela terminara, ela havia ligado para Lisa e a amiga a fizera se sentir melhor, e assim, no dia seguinte ela já estava bem. Porém três curtas palavras que ela imaginou terem saído da boca de Lisa - de sua melhor amiga -, causaram-lhe mais dor do que ela pudesse um dia pensar ser possível.

ALPHABET WERKENDS - JENLISAOnde histórias criam vida. Descubra agora