Onze a menos, apenas quinze por vir.

329 44 1
                                    



Já eram dez horas quando Lisa finalmente acordou na manhã de sábado. O sol infiltrava-se pela pequenina abertura entre as cortinas semi fechadas. Ela não teve coragem de fechá-las completamente ontem à noite, já que ficara inebriado pelos flashes reluzentes que piscavam no Madison Square Garden, do outro lado da rua. De seu quarto de hotel, ela conseguia ouvir o burburinho do complicado trânsito da cidade de Nova York, mesmo estando a quinze andares de distância.

Lisa sentia-se descansada, relaxada, e ao se espreguiçar, não conteve a sensação de felicidade que o envolveu quando um ardor espalhou-se por seus músculos enrijecidos. Enquanto estava deitada na cama, observando a decoração intricada de padronagens douradas no teto acima, ela não conseguiu pensar em outra coisa que não fosse o telefonema da noite anterior.

A noite passada tinha sido maravilhosa. Entretanto, odiou não poder estar lá para ver Jennie se tocando, contorcendo-se de prazer em sua cama enquanto ela comandava o corpo dela à distância, pelo telefone. Por outro lado, adorou poder ouvi-la.

A voz dela estava deslumbrante no momento em que gritou seu nome. Estava rouca e profunda; do jeito que ficava sempre que ela estava excitada. Era tão incrivelmente sexy. Lisa amava o modo como a voz de uma mulher ganhava um tom mais grave, enrouquecido nessas horas. Não havia nada mais sensual ou hipnotizante. Qualquer homem comprovaria esse fato; ou ainda, qualquer homem estaria disposto a encarar até mesmo uma palestra sobre menopausa, se esta fosse apresentada por uma mulher de voz suave e sensual. Os lábios da Angelina Jolie não eram a única razão pela qual os homens a desejavam.

A voz de Jennie sempre ficava uma ou duas oitavas mais grave, e o nome de Lisa nunca soava tão bem quanto naquelas momentos. Aquilo jamais falhava em fazê-la se sentir como uma adolescente cheio de hormônios. Era pura biologia, de verdade. Todo seu sangue corria para seu pênis assim que a primeira sílaba de seu nome, articulada naquela erótica voz, saía dos lábios dela. A noite de ontem comprovara isso com todos aquelas sons, todos os sons que ela desejava poder escutar em cada minuto de cada dia, sons que ela queria poder ter presenciado pessoalmente.

Até mesmo o simples som que o vibrador fazia dentro dela, embora baixo para ouvir ao telefone, quase a levaram ao orgasmo. Ela conseguiu ouvir nitidamente os sons do vibrador deslizando por entre a boceta umedecida de Jennie, e isso a fez enfurecida com o fato de que não era ela quem estava lá entre as pernas de Jennie. Já fazia tanto tempo desde a última vez que ele pôde senti-la daquela forma, e havia uma ardência na parte inferior de seu corpo, um desejo incontrolável de sentir as pernas de Jennie envolvendo sua cintura, um desejo de penetrar fundo no calor que ela oferecia.

Foram as imagens de como Jennie estaria parecendo naquela noite que o fizeram chegar a seu ápice. Só de imaginar o corpo dela retorcendo-se na cama foi suficiente para mexer com ela, até mesmo agora, em seu estado meio dormindo, meio acordado; Lisa podia sentir o familiar formigamento do sangue correndo para o sul.

Com sua mão posicionada firmemente ao redor de si mesmo, ontem à noite, ela manteve os olhos fechados enquanto imaginava Jennie deitava em seu lençol macio.

Lisa visualizou a forma como o suor descia pelo peito dela, e como se aglomerava em sua clavícula, para escorrer por suas costas quando se arqueava na cama. Com seus olhos fortemente fechados, ela viu o corpo de Jennie ruborizado, seu cabelo grudado à testa, seus dedos dos pés fechando-se, e seus olhos rolando para dentro das pálpebras. Ela imaginou a forma como a boca dela abria sempre que, de tanto prazer, não era mais capaz de pronunciar mais nenhum som; era apenas uma respiração estremecida.

Para Lisa, não havia mais lindo do que ver Jennie perdendo o controle, vê-la jogando suas hesitações pela janela e se deixar levar pelo êxtase intenso que Lisa era capaz de lhe proporcionar.

ALPHABET WERKENDS - JENLISAOnde histórias criam vida. Descubra agora