Restabelecendo as regras, dezoito por vir.

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Entorpecida.

Essa era a melhor forma de descrever Jennie na manhã de quinta-feira enquanto ela observava Lisa dormindo ao seu lado. Os finos róseos lábios estavam virados para cima, moldados de alguma forma entre um sorriso e um beicinho, como sempre ficavam, e seu braço a mantinha presa firmemente próxima a ela. O braço de Lisa parecia pesado, mas ao mesmo tempo reconfortante em volta dela, e Jennie não teve outra opção a não ser correr seus dedos para cima e para baixo naquela pele macia. O impulso de simplesmente se inclinar para frente e beijá-la a pegou de surpresa, e seus olhos continuaram grudados nos lábios rosados. Depois do dia de ontem, ela não sabia mais o que pensar sobre sua melhor amiga. Ela ficara admirada pela demonstração de Lisa na noite anterior. Teria sido, sem dúvidas, uma coisa linda e um pouco triste para quem assistisse de fora, mas ter feito parte do momento, ter sido a pessoa a quem ela estava pedindo perdão, ainda a trazia às lágrimas. Foi uma noite que ela jamais esqueceria, em especial porque ultimamente tudo o que ela conseguia pensar era Lisa.

De uns tempos para cá, sua mente vinha lhe bombardeando a qualquer momento com imagens suas beijando Lisa. Durante a costumeira reunião de discussão de pauta da produção, na segunda-feira, ela estava discutindo a mais nova história que estava editando – um básico romance de mistério -, quando acidentalmente, ela chamou a protagonista de Lisa. Por sorte, ninguém sabia que ela era real, mas o deslize freudiano a pegou de surpresa. Era inexplicável, mas para ser sincero, ela não precisava de uma explicação. Ela sabia que aquilo acontecera por conta do joguinho delas; isso estava começando a tomar conta de suas vidas.

Jennie continuou a olhar a face serena de Lisa, os nós de seus dedos percorrendo suavemente sobre as maçãs de seu rosto, antes de ela finalmente decidir se afastar. Ela tinha que ir para o trabalho em breve, não tinha mais tempo para ficar enrolando em casa. Lentamente, ela se dirigiu para o banheiro para tomar banho. Ela estava aliviando a pressão em sua bexiga quando gemeu audivelmente.

— Merda... — Ela soltou em alto volume, apertando a descarga.

— O que foi? — Lisa perguntou exasperada enquanto entrava bruscamente no banheiro, assustando Jennie.

— Mas que porra, Lisa! A pessoa não pode nem fazer xixi sem ter você correndo para dentro do banheiro? — Reclamou ela, entrando na banheira, e sugando o ar entre os dentes quando seus pés descalços fizeram contato com o chão frio de mármore.

— Você gritou! — Lisa argumentou, grogue, sua voz rouca de sono. Ela esfregou os olhos, tentando espantar o sono.

— Desculpe. É só que a minha menstruação desceu.

Lisa franziu o cenho, soltando um suspiro irritado. — Foi só isso? Você gritou porque a porcaria da sua menstruação desceu? Eu pensei que você tivesse caído e se machucado. Por Deus, você quase me deu um ataque do coração! Qual o grande problema em ficar menstruada? — Lisa protestou, entrando no chuveiro junto com Jennie.

— Eca, Lisa. Sai daqui. — Jennie choramingou, batendo em seus ombros, por um momento tendo que morder seu lábio para não soltar um gemido - ela amava senti-la sob suas mãos.

— Por quê?

— Eu acabei de falar, estou menstruada, e você simplesmente entrou no chuveiro comigo. Isso é nojento.

Lisa riu, bufando. — Não me importo. Além disso, eu lembro que um dia você me contou que durante o banho seu fluxo para um pouco. Então pare de reclamar e me passe o sabonete. Preciso ir trabalhar.

— Ah, claro, porque eu não, né? — Ironizou ela, passando-lhe o sabonete e Lisa lhe sorriu. Ela amava quando ela ficava toda irritadinha.

— Você definitivamente está naquelas dias, Sra. Mal Humor. — Riu enquanto se enxaguava.

ALPHABET WERKENDS - JENLISAOnde histórias criam vida. Descubra agora