Nove a menos, dezessete por vir

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— Ele é o quê? — Rosé perguntou, quando Jennie vacilou a dar a resposta. Seu corpo todo ficou ruborizado quando todos os olhares se voltaram para ela. De repente, ela se sentiu como se estivesse sentada sobre uma fogueira, e podia sentir a camada de suor que começava a se formar em sua testa.

— Vamos, Jennie. Não é justo que Lisa e Jisoo saibam e eu não. Sou sua melhor amiga! Isso é simplesmente errado,— Rosé tentou provocá-la, sorrindo enquanto Chittip assentia a cabeça ao concordar. Tinha algo no sorriso de Rosé que Jennie achou peculiar. Era quase como se ela soubesse de alguma coisa comprometedora sobre Jennie.

— Eu não me sinto muito confortável para falar sobre isso aqui na mesa de jantar,— Jennie ofereceu, rindo nervosamente.

— Jennie, ninguém irá te julgar por conta de um casinho amoroso,— Rosé aprofundou a conversa quando Jennie tentou fugir do assunto. Ao ouvir Rosé, seus olhos saltaram e seu queixo caiu. Ela não podia acreditar que Rosé tivera a audácia de falar uma coisa dessas, principalmente com Marco e Chittip estando ali a poucos centímetros dela. Embora, para ser franca, o comentário não fora nem um pouco tão audacioso quanto o que havia acontecido debaixo da toalha de mesa, há menos de um minuto atrás.

— Rosé!— Lisa defendeu Jennie, que continuava silenciosamente boquiaberta, encarando a amiga. Jisoo soltou uma alta gargalhada, e Chittip e Marco uniram-se às risadas. O fato de que a situação estava servindo como entretenimento apenas aprofundou a raiva de Jennie.

— Isso é muito embaraçoso.— ela murmurou.

— Ah, querida. Não há motivos para se sentir envergonhada,— Chittip tentou reconfortá-la, mas a natureza tímida de Jennie falou mais alto e ela resfolegou para a mulher que ela considerava como uma mãe.

— Isso é embaraçoso demais,— ela repetiu, levantando-se. Lisa tentou se levantar também, porém com um olhar, ela lhe ordenou que ficasse sentada.

— Rosé, será que eu posso falar com você, a sós, na cozinha? Agora!— ela pediu, falando entre dentes trincados, e se afastando da mesa. Seus punhos pendiam fechados nas laterais de seu corpo, enquanto ouvia o barulho dos saltos de Rosé atrás dela. O som, particularmente naquele momento, era a coisa mais irritante que Jennie já tinha ouvido.

Ela queria matar Rosé, e não havia quase nada que Rosé pudesse lhe dizer que impedisse isso.

Quase nada.

— É Lisa,— Rosé declarou assim que entrou na cozinha. O nome dela colocou Jennie em um estado de histeria silenciosa após Rosé ter o pronunciado.

O quê?— ela perguntou como se não fizesse ideia do que Rosé estava falando, mas sua voz alcançou uma nota alta demais. Seus nervos haviam respondido a suspeita de Rosé.

— O caso... A pessoa com quem você ficou, foi o Lisa.

— Não... — Jennie mentiu. Sim, era Lisa, mas elas não ficaram apenas uma vez - na verdade, elas ficariam umas vinte e seis noites, ao todo.

— É sim! — Rosé disse, entre dentes. — Não minta para mim, Jennie Kim. Você é apaixonada por essa mulher desde quando vocês eram crianças. Você talvez não tenha percebido, talvez ainda não tenha enxergado isso, mas todo mundo a sua volta enxerga. É ridículo o quão cegas vocês duas são.

— Rosé, fale baixo,— Jennie implorou, e Rosé soube bem naquele instante que ela estava cem por cento certa.

— Então realmente é Lisa,— Ela sussurrou e Jennie assentiu, soltando um alto suspiro ao sentar-se em uma das cadeiras. Rosé sentou-se em frente a ela e encarou a amiga, seus olhos claramente explicando o que ela queria saber.

ALPHABET WERKENDS - JENLISAOnde histórias criam vida. Descubra agora