Fins Estranhos e Novos Começos.

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Jennie acordou na manhã de segunda-feira com o som distante do despertador de seu celular. O ruído familiar tocava incessantemente do outro lado do apartamento, em seu quarto. Embora ela ouvisse apenas um bip ao longe, foi o suficiente para acordá-la. Lisa, entretanto, não se afetou nem um pouco; ela continuou dormindo profundamente. Jennie levantou a cabeça para ver o relógio na cabeceira, por sobre o ombro de Lisa. Era difícil se mover sem acordá-la. Seu braço repousava pesado sobre os ombros dela, parecia um peso morto. Enquanto lia 6:05 em vermelho piscando na tela de LED do relógio, ela finalmente sentiu a pequena dormência em seus lábios.

Sua boca estava dolorida. A cada vez que respirava, pequenas fagulhas pulsavam e quando ela passava os dedos em seus lábios ou os fechavam, a dormência piorava. Ela sentia os lábios inchados da melhor forma possível, e podia imaginar qual era sua aparência.

Ela passara a tarde toda de ontem nos braços de Lisa, beijando-a como uma mocinha que tinha acabado de receber o primeiro beijo. Era exatamente assim que ela se sentia. Jennie estava revivendo a sensação de dar o primeiro beijo novamente. A cada beijo, a cada respiração, Jennie sentia-se viva e muito amada. Ela não se lembrava da última vez que fora beijada de tal maneira, e sequer recordava-se da última vez que passou um dia inteiro na cama, apenas beijando alguém e trocando carícias. Parecia incrivelmente juvenil, mas ela não se importava. Cada momento era mais glorioso que o outro.

E quando a noite caiu, Lisa ainda continuou a cobri-la de beijos, afastando-se da boca de Jennie por um instante para beijar seu pescoço, antes de trilhar seus lábios molhados até chegar de volta à boca. Cada beijo parecia um novo começo. Cada um parecia diferente, e ao mesmo tempo igual; cada beijo era tão magnífico quanto o anterior. Nenhum era insignificante. Os beijinhos castos eram tão bonitos e doces quanto os longos e profundos. Os movimentos suaves eram tão espetaculares quanto os beijos rápidos e ávidos. Os lábios de Lisa haviam moldado contra os dela de uma maneira que ela nunca achou ser possível.

A noite passada tinha sido maravilhosa, e seus sonhos tinham sido preenchidos com um replay de cada beijo compartilhado. A última coisa que ela queria era ter que acordar, porém o despertador tocou e perturbou tudo.

Ao se afastar de Lisa, o rosto dela grudou-se ligeiramente no peito dele, que estava molhado com uma fina camada de suor após ter ficado com Jennie deitada em cima a noite inteira. Jennie não conseguiu evitar o sorriso que surgia lentamente em seu rosto enquanto sentava-se na cama. Sorrir havia doído, mas era praticamente impossível evitar que um sorriso aparecesse; era um largo e brilhante sorriso, composto de tanta alegria que ela podia só imaginar como aquilo pareceria para outras pessoas. Ela tinha certeza que seria de um brilho de cegar os olhos, e incrivelmente revelador. Bastaria apenas uma olhada nela e todos seriam capazes de adivinhar os eventos da noite anterior.

Ela virou o torso para olhar para Lisa, cujo corpo ainda estava enroscado na posição de antes, quando Jennie estava em seu abraço. Os olhos da amiga estavam fechados pesadamente, seus cílios repousavam espalhados adoravelmente sobre o topo de suas bochechas. Seus lábios formavam aquela biquinho, como sempre acontecia quando ela estava em um sono profundo; sempre parecendo estar à espera de um beijo. Mechas de seu cabelo dourado estavam espalhadas pelo travesseiro e testa, e Jennie subconscientemente afastou os cabelos que cobriam seu olho direito. O movimento a fez mexer-se durante seu sono, aproximando seu corpo do local onde Jennie havia estado. A cabeça dela agora repousava sobre a coxa de Jennie e seu braço envolvia um joelho dela.

Naquela momento, com seu beicinho para fora e uma expressão adorável em seu rosto, Lisa parecia muito com aquela menina que tinha crescido com ela; o sua melhor amiga.

ALPHABET WERKENDS - JENLISAOnde histórias criam vida. Descubra agora