P é de Parquinho

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Odeio segundas-feiras, Lisa pensou ao girar sua cadeira. Ela ainda não havia feito nada desde que entrara em seu escritório, e suas ideias estavam travadas a respeito de como abordar a possível campanha do novo tênis esportivo da Adidas.

Lisa... — Lia o chamou no viva-voz, interrompendo sua corrente de pensamento - ou melhor, o giro de sua cadeira.

— Sim, Lia?

— O Sr. Meyers deseja falar com você.

— Quando?— indagou.

— Agora,— ela respondeu rapidamente.

Antes que Lisa pudesse perguntar o que ela quis dizer com aquilo, o próprio Sr. Meyers adentrou abruptamente o escritório.

— Manoban. — o Sr. Meyers pronunciou-se, sentando-se na cadeira à frente da mesa de Lisa.

— Senhor, como tem passado? — O cumprimentou educada e respeitosamente.

— Estou ótimo. Nós acabamos de receber a primeira parcela do pagamento do contrato com a companhia de pasta de dente. Você se saiu muito bem, Lisa. Fiquei muito satisfeito com sua apresentação, — Elogiou, e Lisa assentiu sua cabeça em agradecimento.

— Muito obrigado, Senhor. Bom, não querendo ser rude, mas há algum motivo para sua visita aqui hoje?

— Sim. Lembra-se que eu pedi para minha assistente te ligar na sexta-feira, avisando que o prazo final seria na próxima segunda?

Lisa assentiu, recordando-se do pânico ao ouvir isso, que havia lhe feito queimar o jantar e lhe deixado de mal humor.

— Pois bem. Eu tenho más notícias. O prazo agora é quinta-feira, — Ele informou, e Lisa deixou escapar um resfôlego entrecortado, exasperado.

— Quinta-feira. — repetiu Lisa.

— Foi isso o que eu disse, Manoban. Você chegará na quinta de manhã e irá apresentar o projeto da campanha para o Sr. Austen e para mim, e então à tarde você viajará com Austen até Nova York, e fará a apresentação para o Sr. Rob Langstaff. Ele virá da Alemanha especialmente para isso, — Ele falou com um tom firme.

— E quando eu irei retornar? — Lisa perguntou, ao mesmo tempo já começando a vasculhar sua mente em busca de novas ideias para a campanha.

— Creio que domingo de manhã. Mais tarde, minha assistente encaminhará para Lia o itinerário da viagem. Me encha de orgulho, Lisa; até agora você não me decepcionou nem uma vez.

— Farei o meu melhor, Senhor. — Afirmou confiante.

— É assim que se fala. Vejo você na quinta de manhã, — Sr. Meyers falou, saindo do escritório, sem sequer se importar com a resposta de Lisa.

Assim que a porta se fechou, Lisa despencou-se em sua cadeira, e tombou a cabeça em suas mãos. Ela grunhiu de frustração, puxando as raízes de seu cabelo lourados.

Pense, Manoban, pense,— falou em voz alta, enquanto tentava relaxar. Lisa estava contando com o fato de ter uma semana para poder trabalhar nesse projeto, porém agora ela tinha apenas três dias - ou só dois e meio, para ser exata.

Ela passou as seis horas seguintes sentada em sua sala, rascunhando ideias, seu pânico aumentando a cada batida do relógio. Nada parecia coeso, e nada era algo extraordinário. Ela acabou levando consigo para casa as exigências da campanha requeridas pelo contratante, e se trancou em seu quarto.

Jennie entrou no quarto por volta das oito para lhe trazer o jantar, e foi a única vez naquela noite que o as duas puderam conversar. Ela ficou por lá e jantou com a amiga, mas foi embora logo em seguida, para deixar que Lisa trabalhasse. Ela ficou grata pela pequena interrupção. Jennie conseguira acalmar os nervos da amiga depois que ela reclamou que teria de estar em Nova York justo no sábado em que seria sua vez de comandar o jogo. Jennie apenas tacou um pedaço de batata na direção dela e lhe disse para não se preocupar.

ALPHABET WERKENDS - JENLISAOnde histórias criam vida. Descubra agora