Capítulo vinte e quatro

1.2K 123 1
                                    

ÍSIS FERNANDES

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

ÍSIS FERNANDES

__ Mas eu vi vocês juntos.--- Argumento e ela nega com a cabeça.

__ Você viu o que o irmão dele, Mohamed, queria que você visse.--- Fala.--- Permita que eu te explique tudo que aconteceu e depois decide o que achar melhor.

Penso um pouco. Esse é um assunto que tenho evitado durante todo esse tempo, isso porque me dói demais falar dele. Se pudesse não tocaria nele novamente, apenas iria ignorar e tentar, de alguma forma, seguir a minha vida como se nada tivesse acontecido, aprendendo a lidar com essa dor tão grande, como vazio sem igual que deixou no meu coração.

Mas e se essa dor for atoa? Talvez eu esteja me maltratando a toa, isso porque posso estar sofrendo por algo que não aconteceu.

Aquele dia eu notei que o seu irmão, Mohamed, realmente estava estranho. Ele me recebeu com um sorriso, foi educado e não me tratou mal, com suas piadinhas ou algo do tipo em nenhum momento. Parecia até outra pessoa, uma bem diferente do Arabe com o qual já estava acostumada.

Concordo com a cabeça e passo a chave na porta novamente, aproximando-me da pia. Apoio o meu corpo ali e a encaro, fazendo um sinal para que a mesma comece a falar.

__ Mohamed, antes de Zayan assumir o relacionamento, já suspeitava que vocês estavam tendo algo e por isso foi até a minha casa e combinou com o meu pai para que eu me casasse com o irmão dele, Zayan. Como sou mulher, não tenho nenhuma voz e fui obrigada a vir.--- Conta e suspiramos triste pelo final.--- Mas Zayan quando soube de mim não reagiu bem, me rejeitou e mandou o irmão tirar essa história da cabeça.

__ E por que ele não te tirou de casa então?--- Indago.--- Perdoe o termo, te devolve aos seus pais?

__ Ele tentou, mas Mohamed disse que tinha direito a uma parte da casa e eu era sua convidada de honra. Até tentei ir embora, ser ouvida, mas Mohamed não gostou da minha reação e me puniu, dois dias trancada no quarto com apenas duas refeições por dias.--- Conta.

__ Que horror.--- Nego com a cabeça.

Mesmo sendo uma história triste de se ouvir, por aqui é muito comum. Os árabes acreditam que as mulheres devemos obedecer a qualquer custo, quando não fazemos somos castigadas da formas que eles acharem melhor, afinal a lei está ao lado dos mesmo. Já li relatos que muitas mulheres não aguentam os castigos, vindo a óbito. Isso porque pode ir até níveis radicais, como dias sem comer e beber ou até mesmo torturar e agressão física. Algo muito revoltante mesmo.

__ Sei que domingo, na parte da noite, estava tão faminta que quando eles chegaram com um banquete comi tudo rapidamente.--- Continua.--- Não sei exatamente o que quantia ali, mas me deu sono e leveza no corpo, apaguei em questões de segundos. Só me lembro de acordar no outro dia, nua, na cama de Zayan com os seus gritos.

Levo a mão à boca, soltando um soluço alto. As lágrimas agora já caiam com força, não adiantaria de nada tentar parar as mesmas. Só espero que a maquiagem realmente seja a prova d 'água.

Querido Sheik Onde histórias criam vida. Descubra agora