A incógnita de Régulus Black

52 7 0
                                    

(P.O.V. Régulus)

(28/12/1978)

- Como assim a Maryanne sumiu? – ouvi minha mãe perguntar ao pai de Mary.

- Ela fugiu de casa – disse.

- Quando?

- Há dois dias.

- E vocês só perceberam isso agora?! – gritou e Ethan cruzou os braços.

- Quer mesmo me dar uma lição de moral sobre a criação de filhos, Walburga?

- Meu marido pode até estar morto – respondeu ríspida -, mas nosso acordo ainda está de pé, MacDonald. Faça a sua parte! Ache a garota!

- É o que irei fazer, senhora Black – afirmou, nitidamente com ódio e saiu pela lareira.

- Mãe – chamei e ela me olhou -, eu fiquei sabendo que James Potter e Lily Evans se casaram há dois dias...

- Acha que a garota fugiu para isso? – perguntou.

- São os amigos dela – respondi. – Sem contar que Sirius também estava lá e...

- Nem mais uma palavra, Régulus – engoli a seco ao notar seu rosto ficar vermelho de tanta fúria.

Ela sempre ficava assim quando eu o mencionava...

- Claro, mãe – subi as escadas e me tranquei em meu quarto.

O clima em casa não estava dos melhores desde a morte de meu pai e meu tio. Minha mãe permanecia continuamente estressada e azarava e gritava e arremessava coisas em qualquer um que a irritasse.

O enterro havia acontecido de acordo com as tradições bruxas puristas. Nenhuma lágrima caiu dos olhos da família inteira. Tio Alphard havia sido jogado em uma viela trouxa qualquer, para demonstrar o quanto ele era insignificante para o resto da família e minha mãe tinha queimado – da mesma forma que fizera com Sirius – seu nome da árvore genealógica dos Black.

Bellatrix e Narcisa ficaram um dia em Grimmauld Place, mas logo foram embora de volta para suas casas e seus maridos.

- Régulus! – gritou minha mãe mais tarde naquele dia.

- Sim, senhora? – respondi ao descer as escadas o mais rápido possível e me ajoelhar assim que notei quem estava na sala com ela. – Meu Lorde – disse com a cabeça baixa.

- Levante-se, senhor Black – me levantei, porém não fiz contato visual. Era uma espécie de regra para nós Comensais, nunca, em hipótese alguma, deveríamos olhar diretamente para o Mestre. – Como tem passado, meu jovem?

- Melhor desde a última vez que encontrei o senhor.

- Que ótimo! – exclamou. – Imagino, então, que já possa voltar a prestar seus serviços a nossa causa, estou correto?

- Sim, meu Lorde – olhei de soslaio para minha mãe, que assentiu neutra.

- Tenho tido um certo problema em relação aos gigantes, são uma espécie... muito estúpida e com sérios problemas para obedecer minhas regras. Espero que não se importe de resolver esse dilema para mim.

- Claro que não, meu Lorde. Farei o que for preciso – afirmei.

- Múlciber, Nott, Avery e Snape o acompanharão. Estarão às suas ordens, caro Black, não me decepcione.

- Não irei decepcioná-lo, Mestre.

- Faça o que for necessário para que os Gigantes entendam o recado. Se não o escutarem, mate um deles para que assim o escutem, entendido? – assenti mesmo sentindo um nó na garganta e ele se levantou. - Partirão amanhã e regressarão o mais rápido possível, ainda precisarei de outros favores.

- Às suas ordens, meu Lorde – e tão rápido quanto chegou, partiu.

- Não imagina o quanto fico orgulhosa, meu filho – minha mãe disse, surpreendentemente carinhosa. – Se tornou a mão direita de nosso Lorde das Trevas e nem mesmo saiu de Hogwarts! – sorri desconfortável quando senti seus dedos tocarem minha bochecha.

- A senhora precisa de mais alguma coisa? – questionei e ela negou. – Tudo bem se eu for lá para cima?

- Pode ir – me levantei do sofá e subi novamente, trancando a porta do quarto e o silenciando.

Eu estava orgulhando minha mãe, porém não me sentia feliz.

Desde que comecei a ser Comensal vi tamanhos horrores que pensei que não ficaria tão abalado, mas fiquei e aquilo tudo estava me desgastando. Meu Lorde prometia um mundo incrível para nós puros sangues, mesmo que alguns sacrifícios fossem necessários para tal recompensa. E eu não sabia se estava disposto tão abertamente a fazer tais sacrifícios...

Respirei fundo antes de socar a parede seguidas vezes e chorar até não aguentar mais, sentindo o sangue pingar por entre meus dedos. E por fim me deixei cair no chão sem saber o que fazer.

...continua no próximo capítulo...


(Recadinho da autora: coisas ruins e tristes vem pela frente nos próximos caps, só pra avisar... rsrs)

Os Marotos (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora