Reencontro na Casa dos Gritos

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...

Sirius observava atentamente Harry e seus dois amigos, que descobrira ao longo dos dias se chamarem Hermione Granger e Ronald Weasley.

- Fique longe dele... fique longe... Perebas, volta aqui...

Estava de longe, como vinha fazendo há meses, mas quando viu o rato na mão do garoto ruivo, não pôde se conter. A fagulha de esperança brilhou mais forte do que a da razão.

Aquele desgraçado não escaparia de si naquele dia.

- Te peguei! – exclamou, enfiando o rato no bolso. – Dá o fora daqui, seu gato fedorento...

- Rony... vamos... volta para baixo da capa... – a menina suplicou. – Dumbleodore... o ministro... eles vão voltar para o castelo já, já...

Sem pensar muito, Sirius transformou-se e correu, Harry estava pronto para atingir-lhe, não queria derrubar o afilhado, mas o fez para que não fosse impedido de ter sua vingança após tantos anos.

O garoto ruivo complicou sua vida ao colocar o maldito rato no bolso e, para piorar, ficou em pé. Harry investiu-se contra si novamente. Sirius não teve outra solução a não ser a de empurra-lo e abocanhar o braço de Ronald Weasley. Sentiu um peso em suas costas e um puxão em seus pelos ao fazer isso, e teve que apertar a mandíbula ao desvencilhar-se outra vez e arrastar o menino que gritava e chorava até o Salgueiro Lutador, puxando-o para dentro da Casa dos Gritos.

O local continuava do mesmo jeito...

A cama que James outrora transfigurara. Os vários rabiscos que ele mesmo havia feito. Tantas lembranças...

Bichento, o amasso de Hermione Granger, o seguira e se encontrava ao lado do menino.

Sirius esperou. Sabia que Harry chegaria e, lá no fundo, esperava que Remus também aparecesse.

Quando o afilhado e a garota entraram, saíram correndo na direção do amigo, sem nem mesmo perceberem sua presença.

- Rony... você está bem?

- Onde está o cão?

- Não é um cão – respondeu o ruivo. – Harry é uma armadilha...

- Quê...

- Ele é o cão... ele é um animago... – Rony o olhava fixamente enquanto dizia.

Sirius fechou a porta e teve sua presença notada. Sempre gostara de entradas dramáticas, era bom se dar esse luxo de novo.

- Expelliarmus! – disse, impossibilitando qualquer risco de ser atingido antes de ser escutado. – Achei que você viria ajudar seu amigo. – Essa havia sido uma de suas frases mais longas durante todos aqueles anos... – Seu pai teria feito o mesmo por mim. Foi muita coragem não correr à procura de um professor. Fico agradecido... vai tornar as coisas mais fáceis...

- Se você quiser matar Harry, terá que nos matar também! – exclamou Rony, que sangrava mais do que deveria... Ops... Mordera a perna do rapaz e nem percebera?

- Deite-se – aconselhou. – Você vai piorar a fratura nessa perna. – Se arrependeria, pediria desculpas e cuidaria dos ferimentos do rapaz depois, agora precisava se concentrar em outro fator mais importante.

- Você me ouviu? – Ele se apoiou em Harry para se manter de pé na frente do amigo. – Você vai ter que matar os três! – Sirius riu. Eles acreditavam mesmo que queria matar o seu próprio afilhado?! Claro que acreditavam...

- Só vai haver uma morte aqui hoje à noite – disse simplista, sorrindo.

- Por quê? – Harry questionou. – Você não se importou com isso da última vez, não foi mesmo? Não se importou de matar aqueles trouxas todos para atingir Pettigrew... Que foi que houve, amoleceu em Azkaban? – Ele estava agindo da mesma forma que o pai agiria nessa situação, aquilo fez os olhos de Sirius brilharem.

Os Marotos (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora