Você sabe mais do que imagina

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(P.O.V. Remus)

(27/07/1977)

Senti meu corpo voltar ao meu controle aos poucos, apesar de meus olhos não se abriram ao meu comando.

O que havia acontecido? Eu tinha desmaiado? Por quanto tempo? Onde estavam todos? Eu estava sozinho?

- Pads? – chamei, ouvindo minha própria voz quebradiça – Sirius?

Passos... Eu tinha certeza que aqueles barulhos eram passos.

- Six? – o chamei novamente, trêmulo.

- Tô aqui – senti minha mão sendo apertada e me forcei a abrir os olhos ao sentir a presença dele comigo.

- Onde a gente tá? – perguntei, olhando ao redor e não reconhecendo aquele local.

- St. Mungus, foi mal – disse, sem soltar minha mão. – Sei que me pediu pra que eu nunca te trouxesse aqui, mas foi a única coisa que eu pude fazer.

- Por quê? – ele engoliu a seco.

- Dumbleodore nos falou que era melhor nos escondermos em um local não rastreável, para nos manter seguros até que descobrissem quem fez aquilo com as meninas e o Frank, além dos vários trouxas.

- Mas...

- E você estava febril, e nada que eu fazia estava adiantando para abaixar sua febre, então tive que pedir ajuda para as pessoas daqui – arregalei os olhos no mesmo instante.

- Não deixou que eles tirassem meu sangue ou que eles tocassem nele, certo? – perguntei, apavorado.

- Claro que não, nem teria motivo para isso.

- Com o pessoal daqui sempre tem – respondi amargo.

- Só se acalma, ok? – Six apertou minha mão mais um pouco e com a outra mão segurou meu braço – Você ainda tá bem febril, então, vai continuar aí deitado, quietinho, viu? Ordens médicas.

- De qual medibruxo? – debochei, tentando me acalmar com o leve toque dele.

- Euzinho, é claro. Seu medibruxo particular – revirei os olhos e encostei minha cabeça no travesseiro, me sentindo nauseado.

- Não vai perguntar o que houve?

- Se você puder me dar essas informações, tô aceitando – com os olhos fechados o respondi.

Sirius começou a me dar todos os detalhes do que havia acontecido com nossos amigos antes e depois de nossa chegada em minha casa. Frank, graças a Merlin, estava melhor, a perna ainda estava ferida, mas já não havia riscos de ele perde-la. Dorcas já estava acordada e estava na ala feminina, sendo cuidada por algumas enfermeiras.

- Ela simplesmente aparatou? Sem varinha e nem nada? – perguntei em choque.

- Aparentemente sim. Madame P. acha que foi um pico de estresse e magia.

- Nós nem terminamos o curso de aparatação...

- Mas parece que o que sabemos já foi o suficiente pra ela conseguir salvar todo mundo da morte.

A situação não era boa, definitivamente não era.

O mais perto que toda aquela situação havia chegado da gente tinha sido na morte dos pais da Dorcas, e agora, quatro de nossos amigos quase morreram por causa disso tudo. Quando foi que isso passou a se aproximar tanto de nós?

- Frank e James estão conversando – Sirius sussurrou.

- E... ? – o olhei confuso.

- Prongs não me deu detalhes, mas pelo que eu entendi, os dois querem se preparar pra guerra, ainda em Hogwarts.

Os Marotos (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora