A demissão

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...

Remus acordou aturdido, se perguntando como havia parado em sua sala. Até que sentiu braços ao seu entorno e retribui ao sentir o cheiro de Pomfrey.

- Onde ele está? – sussurrou, recebendo um beijo no topo de sua cabeça.

- Fugiu.

- P... Por quê? – A mulher fez carinho em sua bochecha e a voz de McGonagall surgiu às suas costas.

- Porque Pettigrew fugiu.

- É culpa minha... Se eu tivesse tomado a poção, e... ele...

- Shiu, não quero ouvir mais nenhuma palavra, Remus John Lupin. – Os braços de McGonagall foram cuidadosos ao abraça-lo também. – Meu menino, eu sinto tanto. Queria ter dito isso também a Sirius. Vocês sofreram demais. – Remus desatou no choro e se encolheu enquanto ambas as mulheres permaneciam com ele.

- Senhoras – a voz de Dumbledore surgiu da porta e as duas olharam -, preciso dar uma palavrinha com o Sr. Lupin.

Dois beijos foram depositados na testa de Remus e elas saíram. Albus Dumbledore se aproximou e sentou-se ao lado dele.

- Há algo que tenha a me dizer, Sr. Lupin?

- E... eu... – Remus desviou o olhar, mexendo em seus dedos nervosamente.

- Algo sobre Sirius...?

- Ele é meu marido – sussurrou e abraçou as próprias pernas. – E ele, definitivamente, não é o traidor.

- Se casaram em segredo? – Remus assentiu. – Creio que haja muitos segredos que o senhor vem guardando durante esses anos. O fato de que encobriu três animagos ilegais – seu rosto empalideceu ao ouvir aquilo – é um dos mais intrigantes, não é mesmo?

- C...como o senhor...?

- Sirius me disse, Remus – confidenciou, tocando em seu ombro. – Não o culpo por guardar esse segredo, assim como não o culpo por "deixar" que fizessem isso. Duvido que teriam lhe ouvido se acaso tentasse impedi-los.

- É... – Um risinho triste saiu de seus lábios. James e Sirius jamais teriam aceitado um "não" como resposta.

- Confesso que deveria ter me contado esse fator antes..., mas agradeço por não tê-lo feito.

- Agradece?

- Sim – Dumbledore disse. – O dia está lindo, não?

- Ahn...?

- É um lindo dia, realmente – murmurou.

- Senhor...?

- Sim?

- Não tem mais... nada... a dizer? – O homem apenas o encarou. – Eu quebrei a sua confiança. Eu menti e omiti informações que lhe seriam úteis e...

- Se não sei... por que me seriam úteis? Nem as conheço. O senhor as conhece? – Remus piscou algumas vezes. – Duas vidas foram salvas, isso é o mais importante.

- Duas?

- Sim – concordou.

- Snape...? – O rosto de Dumbledore enrijeceu de repente.

- Está bem, porém... creio que tenha cometido um dos maiores erros de sua vida no café da manhã de hoje.

Remus sabia o que aquilo queria dizer...

- Todos já estão sabendo, não é?

- Infelizmente, sim.

- Ah... então... creio que devo assumir a responsabilidade.

Os Marotos (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora