Capítulo 2

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Derek soube que Stiles era seu companheiro de alma pouco tempo depois que o conheceu. No começo, no primeiro encontro que teve com ele na floresta, não teve certeza. A única coisa que sabia era que Stiles tinha um cheiro muito, muito bom e que seu lobo era inexplicavelmente atraído por ele.

Derek ficou semanas procurando em antigos livros da família Hale (que só tinham se resistido ao incêndio por terem sido escondidos em locais de difícil acesso) por informações que pudessem ajudar a descobrir o porquê dessa atração do lobo pelo garoto. Não foi nada fácil – havia inúmeros textos sobre outras criaturas com as quais os Hale já haviam se deparado, textos sobre acônito e até sobre visco, mas nada que pudesse ajudar Derek a entender o que havia de errado com ele.

O grande problema é que Derek havia começado a buscar com o pensamento errado. Ele não tinha um problema, não exatamente (apesar de isso ser subjetivo – ele considerava um problema bem grande depois que descobriu o que era). Havia uma seção inteira no livro apenas para falar sobre "companheiros de alma". O lobisomem já havia escutado falar sobre isso algumas vezes, sabia que sua mãe e seu pai eram companheiros de alma inclusive, mas não tinha pensado na possibilidade de que um dia ele encontraria o seu (não depois de Paige, pelo menos).

Pelo que Derek se lembrava de suas conversas em família e pelo que havia lido no livro, companheiros de alma era algo relativamente complicado. Aparentemente, todos os lobisomens têm um companheiro de alma, em algum lugar, mas nem todos encontram o seu. É bastante parecido com a crença humana em "almas gêmeas". Sendo assim, você pode ter a sorte de encontrar o seu companheiro de alma ainda jovem, pode levar anos para encontrar ou simplesmente pode nunca achar.

Se você o encontrar, porém, saberá – assim como Derek conseguiu reconhecê-lo depois de ler sobre o assunto. Seu companheiro de alma exala uma fragrância incomparável, que automaticamente atrairá seu lobo para ele. Seu lobo irá querer conhecê-lo, estar próximo dele e terá um senso de proteção enorme em relação a ele. Por mais clichê que possa parecer, seu lobo simplesmente saberá que aquela é a pessoa pela qual estava esperando.

Mas, como dito, é possível que o lobisomem passe sua vida toda sem encontrar seu companheiro de alma e é por causa disso que a maioria dos lobisomens acaba "reivindicando" a pessoa pela qual se apaixona como seu companheiro de alma, mesmo que ela não seja, de fato.

Quando Derek leu a palavra "reivindicar", começou a ter todo o tipo de pensamento contrário a essa ideia. Dizer que alguém "reivindica" outra pessoa faz parecer que ele se torna dono dela, mas não, não. Não é essa a ideia dos companheiros de alma.

Quando um lobisomem encontra seu companheiro (ou escolhe reivindicar alguém como tal), ele o marca com uma mordida, mas, ao contrário do que os filmes parecessem querer mostrar, não faz isso para mostrar aos outros que aquela pessoa é "dele" (definitivamente não). A marca é feita porque é ela que irá ser a responsável por formar o laço do casal, por ligá-los de um jeito muito mais profundo do que um casamento humano iria.

Lobisomens conseguem sentir, de certa forma, a emoção das pessoas, por causa das reações do corpo características de cada emoção. Sendo assim, ele consegue sentir um pouco das emoções de seu companheiro de alma também. Mas quando a ligação ocorre, quando a marca é feita, esse conhecimento das emoções de seu companheiro não será mais baseado nas reações que você pode observar ele tendo ou no cheiro que está exalando. Não, ele realmente passa a sentir o que a outra pessoa está sentindo. Se a outra pessoa estiver muito animada, chateada, com raiva ou o que quer que seja, ele conseguirá saber (e sem ter que estar no mesmo espaço que ela). E essa é a grande vantagem da marca (que pode se transformar em uma desvantagem também, é claro) e seus efeitos são sentidos por ambas as pessoas – mesmo que uma delas não seja lobisomem. Se seu companheiro estiver em perigo, você saberá, não importa a distância.

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