20 - Aproximação

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Gabriela se desesperou, tentou lutar com o tal homem à todo custo mas ele era mais forte. Henry assistia tudo se fingindo de assustado e disse que ia pedir ajuda, correndo pra longe dali. Gabriela se desesperou ao vê-lo virar a esquina. Havia a deixado sozinha, e em perigo. O homem a segurou fortemente pelo tronco a levantando do chão. A enfiou no carro com brutalidade e trancou as portas. 

— Me solta! SOCORRO! - Ela gritava, sem sucesso. 

O homem começou a beijar seu pescoço, e Gabriela se contorcia de nojo. As mãos ásperas dele passavam por suas coxas, e ela se lembrava de como eram suaves as mãos de Maraisa. Se pôs a chorar de remorso. Chutou o estômago do homem, destrancando o carro rapidamente e caindo pro lado de fora. Enquanto corria virou seu pé com o salto, caindo no chão. 

Se levantou rapidamente deixando o salto pelo caminho e se pôs a correr. O homem corria atrás dela e logo a agarrou de novo, apertando seus seios enquanto a pressionava contra uma árvore. Ela lhe deu uma cotovelada no rosto, e correu novamente. Ele puxou a bolsa dela, e pegou todo o dinheiro e um dos cartões de crédito da pequena, só deixando o celular que caiu na fuga. Ela se infiltrou no meio das árvores do parque e o viu caminhar de volta à onde havia saído. Seus olhos marejados embaçaram sua vista, mas ainda a deixaram enxergar o momento em que ele batia as mãos com Henry que voltava da outra rua no momento. Os dois entraram no carro e foram embora por outra direção deixando uma Gabriela completamente destruída no parque. 

[Convento Sainte Rose, Wisconsin] 

— Vamos falar da nossas vidas, como você descobriu que gostava de garotas? - Juliano perguntou risonho. 

— Ah.. Sabe aquela força interior que te diz que você é diferente de todos? - Ela perguntou e Juliano assentiu. — Então, além de eu brincar com as primas nas festas de família, enquanto babava nelas, certo dia eu vi meus primos mais velhos assistindo a um canal indevido de madrugada. Ali eu vi uma mulher pelada pela primeira vez e ela tinha um corpo escultural. Dali em diante eu comecei a me apaixonar ainda mais pelas mulheres e a sua anatomia. Mas em segredo é claro.- Riu. — Eu não conseguia gostar de nenhum menino, era uma coisa incrível. Aí depois o amigo do meu pai tentou abusar de mim, aquilo foi a gota d'água pra mim. Nas festas da escola me chamavam pra brincar de salada mista, o jogo da garrafa, eu nunca gostava de participar. Um dia resolvi participar e caiu no menino mais lindo da sala, todas as meninas soltaram gritinhos histéricos. Eu que sempre fui uma menina de atitude, puxei ele para um beijo contra a minha vontade, mas era o jogo né... 

— E aí? - Juliano disse animado. 

— JUH. EU NUNCA TIVE UM BEIJO TÃO RUIM NA MINHA VIDA. - A loira confessou. - Ele beijava completamente errado, babava demais. Argh. 

O rapaz se segurou, mas acabou soltando uma risada da situação de Marília. 

— Tadinha do meu bolinho. 

— Fiquei anos sozinha, enquanto minhas amigas quase engoliam os meninos. Até que me apareceu a Lauana... - Sorriu com os olhos marejados. 

— Ei ei ei! Sem chororô. Agora vou contar a minha história. - O rapaz riu levantando o queixo de Marília pra depositar um selinho nela. 

A loira sorriu e esperou o começo da história. 

— Bem, eu sempre fui uma criança viada. - Ele disse e Marília teve uma crise de riso. — Pare de rir, se não eu não consigo contar. Sua risada é contagiante. - Deu um leve tapa nela. 

— Lei maria da penha tá aí em! 

— Cala a boca Marília! Deixa eu contar a desgrama da história! - Pediu fingindo estar bravo. 

My sin - Malila Onde histórias criam vida. Descubra agora