32 - HERDEIRA DO SAINTE ROSE

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LEIAM AS NOTAS FINAIS🚨

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— Oh meu Deus! - Marília disse arregalando os olhos. — Você é a mulher da torre! 

— Sim, Marília. Sou eu. - Inês sorriu fraco. 

—Então, quer dizer que.. Você morava aqui? - Marília perguntou aflita.- Aquela casa na árvore, o diário.. tudo! 

— Sim. Se lembra de quando eu disse à Maraisa que adorava ver o sol nascer do ponto mais alto da minha casa? - Disse e Marília assentiu. — Pois então, esse era o ponto. - Sorriu. — E como você sabe sobre a casa na árvore?! 

— Digamos que eu fui explorar o bosque que tem aqui atrás. - Marília disse sem graça. 

— Você é exatamente como eu. Adorava explorar tudo onde eu não era chamada. - Inês riu. 

— Mas me conte tudo isso. Eu estou extremamente confusa. Se você é a Mary, então tem o James no meio, um amor quebrado e tudo isso. - Marília disse. — Você realmente sofreu por amor. Me desculpe. 

—Não é sua culpa, você está sabendo de tudo agora. - Inês a confortou. — Bem, vamos começar. Os meus pais, eram muito amigos dos Mendonça. E esse convento estava aos pedaços e se não ouve-se como reverter a situação, as autoridades iriam fechá-lo. Então o Sr. William Mendonça, seu bisavô, e o meu pai compraram esse convento juntos, e deram uma segunda chance às meninas que aqui moravam. Eu me mudei pra cá com 5 anos e o filho do William, o Joseph- seu avô- tinha 7. O Sr. William não era flor que se cheirasse, e vivia jogando verde para colher maduro em relação à nossas famílias se juntarem com um casamento no futuro entre mim e Joseph. Mas eu não gostava do Joseph, ele era arrogante e fútil, se achava o dono do mundo. 

— Eu jamais saberia disso, meus bisavós são donos desse convento. - Marília abriu a boca. 

— Eram. - Inês a interrompeu. 

— Não são mais? - Marília perguntou. 

— Vou chegar nessa parte. - Inês continuou. Como eu dizia, William não era flor que se cheirasse. E com o passar dos anos e a entrada de novas meninas, ele começou a desenvolver um certo interesse por elas. E começou a agredi-las quando as mesmas não davam o que ele queria, se é que me entende. - Inês disse com lágrimas nos olhos. — Então um dia, uma das meninas fugiu daqui, e conseguiu ligar para os pais, contando tudo o que acontecia. E como a Igreja não queria ficar com essa má fama, escondeu tudo debaixo dos panos enviando a menina de volta pra casa. Mas isso não foi suficiente, é claro. A família dela estava prestes a voltar com um processo por abuso sexual, e William para não ter o nome dos Mendonça comprometido, vendeu sua parte do convento para o pai de Alexa Ferrer, e se mudou para São Francisco. 

— Meu Deus, tudo se encaixa perfeitamente. - Marília dizia abismada. — Minha família é composta por monstros... 

— Nessa época eu tinha 17 anos, e Joseph... Bem, Joseph também conseguiu abusar de mim, como vingança por eu não querer de maneira alguma me casar com ele. 

— Meu avô... - Marília voltou a chorar. — E o que houve? 

— Bem, um mês antes eu tinha me relacionado com o James Exatamente aqui na torre. - Inês sorriu. — James sim era uma pessoa incrível. Era digno, inteligente, carinhoso e tinha os melhores conselhos. Mas tudo isso se acabou da pior maneira, por conta da igreja. - Inês suspirou derrotada. 

— Mas se você não se casou com Joseph, porque não lutou para ficar com James? 

— James foi morto, Marília. - Inês baixou o olhar. — Foi morto por ser considerado um pecador, e tirar a inocência de uma menina, no caso eu. Mas tudo o que nós vivemos tinha meu consentimento, mas ninguém me ouviu. Eu lutei, Marília. Eu juro que lutei. 

My sin - Malila Onde histórias criam vida. Descubra agora