5 - Chegada ao convento

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Ceees tenha paciência que logo a Maraisa aparece, tem toda uma história das duas separadas ainda 👀
Sei lá, antes que vocês me cacem kkkkkkkk ❤️

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— EU VOU PRA ONDE? - Marília gritou assustada. 

— Um convento, fica em Wisconsin.- Mário disse sério.- Se arrume logo, nós iremos daqui a uma hora. 

Marília não podia acreditar. Iria pro outro lado do país, seu pai estava ficando louco. Ruth entrou no quarto com os olhos lacrimejando e trancou a porta. Marília olhou pra trás e ao ver sua mãe, seu coração começou a palpitar. Não sabia se poderia chegar perto dela e a o menos lhe dar um abraço. Ruth se aproximou devagar e abraçou a filha, que ao sentir o calor do abraço retribuiu. 

— Eu queria muito te salvar desse pesadelo, minha menina. - Ruth disse com a voz embargada. - Eu te amo do jeitinho que você é, lembre disso.. 

Marília a apertou em seus braços e chorou. Iria ficar longe da mãe que tanto amava. Mário impaciente com a demora de Ruth, dava seus altos berros da cozinha. 

— RUTH, DESÇA JÁ! PORQUE TANTA DEMORA? 

Ruth beijou a testa de Marília e correu pro andar de baixo, não queria levar mais alguma "punição" de seu marido. Marília terminou de arrumar suas coisas e entrou no banheiro. Sua higiene matinal estava a chamando. Pegou seu celular e enquanto a água caía em suas costas mandou a última mensagem para suas amigas. 

Marília: Meninas, me despeço de todas vocês. Meu pai disse que vou para um convento em Wisconsin!! Isso fica do outro lado do país, vou sentir falta de vocês, mas vou tentar me comunicar. 

Marília se ensaboou, e lavou seu cabelo que estava alto devido a dormir com ele úmido. Seus cosméticos escolhidos por ela mesma, um a um teriam que ficar pra trás. Pensava na sua imagem deteriorada ao chegar nesse convento. Em sua mente já imagina o terror total, em não poder usar rímel, shorts e nem nada acima dos joelhos. Mário bateu na porta apressado. 

— Marília, ande logo! Temos 45 minutos! - Ele disse ignorante. 

Marília por mais que não quisesse se apressou do banho, e terminou de se arrumar. Desceu e tomou o último café da manhã em sua casa. As lágrimas caíam sobre seu sanduíche com geléia, preparado carinhosamente por sua mãe. Seu suco de laranja natural preferido fora tomado em segundos, ao escutar a buzina do pai. Ela voltou ao andar de cima, no fundo falso que fizera aquela hora no fundo da bolsa, abrigou as fotos com as amigas, a carta da noite passada, alguns itens de maquiagem, sei celular e um colar dado por Lauana. Fechou as malas, se despediu de seu quarto e desceu. Piscava várias vezes olhando pro teto na tentativa de abafar a vontade de chorar. Seu pai a puxou na metade da escada e a levou ao lado de fora. Sua mãe que estava na cozinha, correu para se despedir de sua pequena, mas fora trancada por Mário. Marília indignada gritava de dentro do carro. 

— Mãe! Mãe por favor ,vem aqui! 

Ruth gritava do lado de dentro olhando os olhinhos castanhos de Marília pela última vez. 

— Minha filha! Eu te amo... Eu te... - Ela dizia caindo aos prantos no chão. 

Mário arrancou com o carro, deixando mãe e filha grudadas nas janelas chorando. Marília não deu uma palavra sobre nada no caminho inteiro. Ao chegarem ao Aeroporto, Marília desceu do carro e pegou sua mala. Mário desceu sério e os dois se sentaram para esperar o vôo. Marília pensava em todas as possibilidades de fugir, mas nada daria certo. Os alto-falantes anunciavam: 

"O vôo 501 destinado a Wisconsin, partirá daqui a 10 minutos. Por favor, se posicionarem em frente ao portão de embarque." 

Ela pegou suas malas sem dizer nada. Seguida por Mário foi até o portão onde tiveram seus passaportes vistoriados, e puderam embarcar. Mario a observava friamente a cada passo, os dois entraram no avião e Marília olhava a paisagem de São Francisco pela janela. Sua ponte, estava ali. Ela mal podia acreditar que daria pra vê-la antes de ir. Passava a mão pelos vidros embaçados do avião como se estivesse passando-as nas grades da ponte. Mario a observava. Sabia que sentiria falta daquele lugar. Mas em seu subconsciente, sabia que era o correto a se fazer. Ela fechou os olhos e fechou o capuz de seu casaco preto. Se virou para o lado apoiando a cabeça na janela. Não queria ver nada mais. Estaria se dando mais tempo para sofrer. 

My sin - Malila Onde histórias criam vida. Descubra agora