27 - Amar não e pecado

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Inês se virou pra trás assustada e fitou Bruna se aproximar com os olhos arregalados. 

— A quanto tempo está aí? - Inês perguntou preocupada. 

— Pouco tempo, mas suficiente pra descobrir que você é a vó da Marília! - A menina repetiu assustada com a revelação. 

— Não diga isso em voz alta! - Inês pediu a puxando pra fora do quarto. 

As duas foram em direção à sala da madre, Inês passava pelo corredor apressadamente. 

— Então isso é verdade?! - A menor perguntou aflita. 

— É sim. - Inês pediu cabisbaixa. — Mas por favor, mantenha isso em segredo. É só o que te peço. 

— Mas como posso manter isso em segredo? Marília é minha melhor amiga, e tem o direito, não acha? 

— Bruna, isso é uma longa história. Você não sabe nem da metade. - Inês disse cabisbaixa. 

— Então as correspondências que você recebia de um tal de Mário Mendonça, eram sobre ela?! - Bruna perguntou. 

— Como você sabe disso? 

— Você se esqueceu de que eu era a encarregada de pegar a correspondência do convento? 

— Oh sim! - Inês assentiu. 

— De todas as cartas, metade eram de Mário. - Bruno se recordava. 

— Sim, eu implorava para ele me mostrar como Marília estava, mas ele sempre se negava. - Inês disse cabisbaixa. — Só me mandava as cartas dizendo que ela estava bem, e que não se lembrava de mim direito. E isso me doía tanto. - A madre contava. 

— Por isso eu sempre te encontrava chorando na sala?! 

— Sim, eu perdi 12 anos da vida da minha princesa. - Ela dizia chorando. 

— Oh meu deus, Madre! - Bruna se levantou para abraçá-la. 

— Bruna, por favor. Não conte à ela, eu estou esperando o momento certo. - Inês pedia de joelhos. 

— Se levante! - Bruna pediu preocupada com o estado emocional da mais velha. — Eu não irei contar, mas cuidado porque o momento certo pode ser tarde demais! - A mais nova alertou. 

— Minha Marília, ela nunca mudou. Desde pequena defendia todos os seus amigos, e pessoas que mais amava. Gostava de correr por aí sem rumo. E Mário odiava que ela fizesse isso. - Inês se lembrava. 

Flashback 

— Eu sou a super Marília! E vou salvar a cidade! - Marília corria pelo jardim com uma capa amarrada às costas. 

— Marília Dias! - Mário disse sério da porta de vidro. 

— Sim, papai? - Ela parou de correr para fitá-lo. 

— Pare de correr feito uma criança qualquer, haja como uma moça! - Ele pediu seriamente. 

— Mário, deixe-a! Ela está se divertindo, é uma criança e só tem 4 anos. - Inês pedia educadamente. 

— Você é a que menos tem direito de dizer qualquer coisa sobre ela. Ela é minha filha. 

— E minha neta. E eu sou sua mãe. - Inês disse séria. 

— Você não é minha mãe, você quer ser agora. - Ele rebateu sério. 

— Parem de brigar os dois, "pu favô"! - Marília pedia assustada. — Eu paro de correr, papai. - Ela disse se sentando na grama. 

My sin - Malila Onde histórias criam vida. Descubra agora