ℂ𝕒𝕡𝕚𝕥𝕦𝕝𝕠 𝟙𝟝: Por Briseis.

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(P.S.: Arte maravilhosa de capa da @athxnaee no !nst∆)

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"Seu mundo parecia um furacão. Eu seria o seu centro."

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Um dos homens desce o compensado, a madeira bate contra a areia e levanta uma fina camada bege, o que só faz os gritos alegres e a música ganharem ainda mais força.

Respiro fundo e olho para Aquiles ao meu lado: está sereno, tranquilo e incrivelmente bonito. Os cabelos dourados parecem brilhar mais aqui do que em Tróia, e os olhos azuis misturam-se disfarçadamente com um tom também de dourado.

Olhei por muito tempo para dentro desses olhos para saber que estão mais radiantes que nunca.

Ao sinal, descemos as escadas devagar por causa de Safira e, também, não há para quê termos pressa alguma.

A multidão enlouquece, grita o nome de Aquiles e de Pátroclo, depois nos deseja boas vindas e continuam cantando. Isso se repete a cada metro que andamos.

Algumas mulheres perpassam o olhar por mim e Safira, cochichando algo entre si e, quando notam que as estou observando, sorriem cordialmente.

Vamos até às bigas, mais fortes que as de Tróia, mais detalhadas e com mais pedras de brilhantes. Também há muito ouro e, mais disfarçadamente, conchas.

Subimos em uma delas e os dois jovens sobem na do nosso lado. Eudoro dissera que a caminhada até o palácio é muito longa, pois teremos que passar pela rua principal da cidade ao invés de irmos direto, e por isso não é possível chegar plena e a pé.

Os cavalos vão a galope puxando as bigas e as rodas fortes, qual o som ecoaria por todo lugar, se não fosse pelo barulho de palmas e o som agradável da música.

A cidade é linda e organizada, as casas bem distribuídas, guardas em pontos estratégicos, uma vegetação sem igual, florestas e montes ao longe, e o palácio, que mesmo a essa distância, deixa-se mostrar o pico marfim adornado com as bandeiras negras do país.

O povo é muito acolhedor e alegre, um reino feliz como eu nunca havia visto antes, a música é diferente e me faz querer dançar agora mesmo. É impossível não conter o sorriso.

Olho para trás e, mesmo não conseguindo enxergar bem as coisas, Safira também sorri, com certeza motivada pelas belas palavras.

Após alguns bons minutos de muita empolgação, paramos de frente a uma escadaria de mármore muito branco, quase podia me ver nele. Descemos.

Aninhei meu braço ao do loiro que sorria cordialmente, feliz por estar de volta, e então subimos cada degrau com cuidado, eu segurando a barra do vestido para não correr o risco de escorregar e passar vergonha logo de cara.

No alto haviam muitos homens, pelas vestes, conselheiros e alguns sacerdotes, este último grupo contava com um número pequeno de mulheres.

A música continuou enquanto um dos senhores, o mais velho entre eles, abriu os braços para Aquiles, que rapidamente o abraçou. Pat não demorou muito a fazer o mesmo.

Safira deu alguns passos parando ao meu lado e observamos os três cochicharam algo entre si. Então, de repente, o mais velho levanta o olhar e o intercala entre nós duas, maravilhado.

A barba branca e bem aparada, os cabelos também cortados, provavelmente para facilitar algum trabalho seu. Noto o seu porte, posso perceber que, outrora, fora um guerreiro, um homem condecorado por suas façanhas.

𝔼𝕞 𝕄𝕖𝕦 𝕄𝕦𝕟𝕕𝕠 - ℙ𝕥 𝟚: ℙ𝕠𝕣 𝕋𝕠𝕕𝕠𝕤 ℕó𝕤.Onde histórias criam vida. Descubra agora