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"Heróis nunca são modestos."
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Não conto quantas vezes subi e desci essa bendita escada somente para ter alguns instantes de paz daquele caos na sala de estar.
Eu não vou mentir que adoro uma boa reunião com meus companheiros e colegas, mas ficar no mesmo ambiente que o cabeça dura do Aquiles logo depois de termos discutido durante horas, não é bem meu forte.
Sou explosivo e sei disso, digo e faço coisas por impulso toda hora, algumas das minhas enormes cagadas se devem a isso e são até que perdoáveis.
Quanto a ele... estava são quando decidiu tomar aquela decisão, e isso é o que mais me irrita: ele saber que está fazendo algo da qual irá se arrepender e fazer mesmo assim.
Mas, como ele, que balanceia a impulsividade e a prudência, eu também sei focar num objetivo e ser franco. E não contive isso para questioná-lo. Porém, foi em vão, quando enfia uma coisa na cabeça, não tira mais.
Alguns dos homens já foram embora (os mais velhos), os demais ficaram e discutem coisas, como os jogos que se aproximam, ou sobre questões da cidade. Todos esses assuntos não dizem respeito a mim, na verdade, ainda estou aqui somente por educação, mas o cansaço me domina.
Perpasso os olhos por Aquiles rapidamente e o encontro distraído conversando com Eudoro e com alguns generais troianos. É como se nada estivesse acontecendo, como se ele fosse apenas um guerreiro e príncipe cordial, sem responsabilidades e uma enorme nuvem negra de coisas para resolver.
Não consigo mais ficar aqui.
Peço licença rapidamente para algumas pessoas que converso, troianos muito legais e colegas mirmidões. Subo novamente as escadas sentindo um incômodo pelo movimento repetitivo. Merda...
O som continua alto, os músicos fazem curtas pausas e começam a tocar de tempos em tempos, sem se cansarem.
Não bebi muito, mas minha visão turva insiste em me dizer ao contrário. Porém, tenho certeza que é só o estresse.
Esfrego o rosto rapidamente, tentando espantar um pouco essa ressaca natural, e, logo que torno a abri-los, me deparo com os dois jovens, o motivo de minha preocupação, se beijando.
Não contenho ao falar:
- C-A-R-A-M-B-A!
Observo o susto e a palidez tomar conta dos dois. Num impulso cuidadoso, o garoto se afasta de Safira, encostando na porta de seu quarto. Ambos com a cabeça baixa.
Caindo em mim, viro-me para trás inspecionando tudo, mas, por sorte, ninguém mais viu. Balanço a cabeça negativamente soltando o ar aliviado.
Ando até os dois claramente envergonhados, um mais corado que o outro.
Não posso deixar de repreendê-los, isso poderia agravar muito a situação, colocar todas as minhas palavras a perder e fazer uma certa pessoa tomar uma atitude que faz de tudo para evitar.
- Que merda, gente! E se fosse Aquiles agora e não eu? - Abaixo o tom de voz.
Cruzo os braços e novamente solto o ar, ainda não encontro a calma e a serenidade, óbvio.
Encaro os dois, primeiro ela, vermelha e hesitante, compreende o que acabo de dizer; depois ele, além de um tanto encabulado, está com raiva, uma irritação que é dirigida especificamente a mim.
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𝔼𝕞 𝕄𝕖𝕦 𝕄𝕦𝕟𝕕𝕠 - ℙ𝕥 𝟚: ℙ𝕠𝕣 𝕋𝕠𝕕𝕠𝕤 ℕó𝕤.
Ficción históricaDe volta a Tróia depois de um ano, Safira se vê diante do mesmo mundo que lhe marcou profundamente, entretanto, se depara com novos conflitos, que a fazem ter uma nova visão do mundo que achava tão bom em suas viagens anteriores. E entre a constant...