Boneco de neve

148 14 2
                                    

Finalmente havia anoitecendo e a alguns minutos kaneki havia caído no sono, me afastei de seus braços com cuidado e sai do quarto na ponta dos pés. Peguei meu sapato perto da porta e sai evitando fazer muito barulho. Já fora da casa, coloquei meus sapatos e corri até o meu apartamento, entrei pela janela e peguei apenas minha máscara e um sobretudo.

Evitei as ruas movimentadas enquanto seguia o caminho do galpão, entrando pela porta dos fundo, ajeitei minha máscara no rosto e me aproximei por trás do namorado da Rachel que estava ouvindo música no fone.

‐ Caraca, o que você tá fazendo aqui? Que susto... não avisou nem nada.

S/n: Vai embora com cuidado, vou cuidar das coisas aqui.

Ele balançou a cabeça e saiu por onde eu entrei, caminhei até a cama do Amon e soltei suas mãos e pés.

Amon: O que você tá fazendo?

S/n: Liberando vocês, o que mais eu estaria fazendo?

Amon: Sim, mas por qual motivo?

Soltei os pés e mãos da Akira e a joguei sobre meu ombro já que estava apagada, dei um par de sapatos para Amon e uma blusa de frio.

S/n: Não fica me enchendo de perguntas, vou tirar vocês daqui.

Enrolei a parte superior do meu kakune no corpo dele para não deixá-lo escapar até que eu consiga uma rota de fuga caso algo saia do meu controle.

Peguei caminho pelo topo dos prédios, evitando luzes e qualquer outra coisa que possa me prejudicar. Quando cheguei em um beco perto da casa da Akira, larguei Amon no chão e entreguei Akira em seus braços.

S/n: Sinto muito pelo que te fiz passar, vocês estão livres agora.

Amon: Tudo isso... tudo que você nos fez passar foi em vão!? Você estava só brincando com a gente todo esse tempo!?

S/n: Olha, você que não quis me contar o que eu queria, culpa sua se isso tudo foi em vão. Mas eu realmente sinto muito se você quis complicar as coisas para mim, des do começo deixei claro todas as minhas intenções, você quis bancar o machão e não abaixou a cabeça.

Amon: Eu estou cumprindo meu trabalho, sua aberração!

S/n: É, eu sou uma aberração, mas nunca se esqueça que foi essa aberração que não deixou você morrer, eu salvei a sua vida patética, cuidei de você como pude e só pedi uma coisa em troca, mas você só me deu desgosto. Você foi totalmente inútil. E claro, quase me esqueci... você beijou essa aberração.

Amon: Isso não... eu nunca...

S/n: Está muito frio, leve-a para dentro e trate de cuidar dela e se cuidar também, a pedra no seu sapato já tá indo embora.

Passei por ele e peguei outro caminho para voltar até a casa do Kaneki, deixei minha máscara no sofá e retirei meus sapatos, peguei um pouco de café na cozinha e voltei ao quarto, Kaneki ainda estava dormindo, o que é bom e eu não tenho que me explicar.

Me sentei na beirada da cama e assoprei o café quente.

Mesmo que de certa forma eu tenha feito a coisa certa, eu ainda sentia um peso na minha consciência...

Kaneki: Você está bem? Deita aqui...

S/n: Você se sentiu culpado quando parou com tudo? Sabe, sua consciência continuava pesada?

Kaneki: Até hoje, mas não dá para mudar o passado... mas podemos mudar o futuro, eu me arrependo do que tive que fazer, me arrependo de muita coisa, mas aprender a lidar com isso é a melhor saída, aprendemos com os erros todos os dias, pêssego.

Belo Desastre +18 (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora