Ferida

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— Perdi minhas moedas de prata. - Diz Marcelo bravo.

— Sérgio só ganhou por quê bati minha canela em uma das rochas. - Diz Otto saindo do rio.

— Está sangrando Otto. Precisa de um médico!

— Não.. eu sei me cuidar. - Ele veste a calça.

— Se cuidar? Isso pode gerar uma infecção!

— Não precisem se preocupar! Eu estou bem. - Ele caminha de volta para o palacio mancando.

Estava chegando no palácio. Otto sente uma forte cãibra e se apoia em uma das colunas do palácio.

— Não consegue aguentar nem o próprio corpo? - Diz Luísa sorrindo observando o homem.

— Não enche Luísa.. - Ele murmura de dor.

Dois guardas que estavam apostos em frente ao palácio se aproximam de Otto e o ajuda a ir até a enfermaria. Ao observar que Otto não estava bem o sorriso de Luísa desaparece dos lábios.

Logo os seguindo aparentemente preocupada.

— O quê aconteceu?

— Cortei minha perna em uma das pedras do rio. - Diz se sentando. — Cadê o médico daqui? - Diz raivoso.

— Não precisa se alterar! - Luisa puxa uma cadeira de frente para Otto e coloca sua perna em seu colo.

— Não precisa fazer isso. - Ele sussurra.

— Otto. Cala a boca e fica quieto! - Ela dobra a barra da calça pra enxergar o ferimento.

— Otto! Isso aqui está fundo. - Diz preocupada.

Otto não responde nada. E encara o par de olhos verdes preocupados.

— Não vai dizer nada? - Diz brava.

— Você me mandou calar a boca e ficar quieto. - Ele cruza os braços e sorri de lado.

— Esse sorriso.. desgraçado. - Pensa Luísa.

— Você me dá nos nervos. - Diz passando água quente no ferimento.

— EI! QUER COZINHAR MINHA PERNA? - diz tirando a perna do colo de Luísa.

— É pra matar qualquer bactéria que tiver ai. Desprovido de inteligência. - Ela coloca a perna dele de volta em seu colo.

— Você fala como fosse um médica. Um tanto.. arrogante. - Ele a provoca.

— A próxima vez que me ofender eu enfio esse bisturi no seu olho. - Ela serra os olhos e pressiona os lábios pra não explodir de raiva.

— Você me dá medo.. - Ele arruma o cabelo.

— Já enfrentou  dezenas de exercícios. Já caçou animais de grande porte e estás com medo de mim? - Ela sorri.

Otto revira os olhos e coça a nuca.

— Beba. - Diz com uma cumbuca em suas mãos.

— Calma lá! - Ele se afasta. — O quê é isso?

— Ervas medicinais. Toma! - Ela entrega a cumbuca para Otto. Que a toma na força do ódio. O gosto amargo era muito presente.

— Uma delícia né? - ela sorri sarcástica. Otto a olha com uma cara feia e coloca a cumbuca em cima da mesa.

— Agora tenho que ir. - Diz tentando se levantar.

— Está louco? A ferida está aberta seu animal! - Ela pressiona o ombro de Otto. Fazendo ele se sentar novamente na cadeira.

— Mandona. - Ele vira a cabeça para o lado enquanto Luísa enfaixava sua perna com um pano macio.

— Pronto. Não faça muito esforço se não irá vazar.

— Acabou? - Luisa o encara furiosa.

— Acabou! - Diz sarcástica.

— Ótimo! - Ele se levanta com dificuldade.

— Mal agradecido! - Ela dá um tapa forte nas costas de Otto.

Dois guardas ajudam Otto a ir para seus aposentos. Um médico que veio de Artena o atendeu. Sua perna teve que ser costurada devido a profundidade da ferida. Só se conseguiu ouvir os gritos de dor de Otto pelo corredor do castelo.

O Reino Vizinho. |•°Luotto  [Concluída ✔️]Onde histórias criam vida. Descubra agora