O Reino Vizinho. |•°Luotto [Concluída ✔️]

Amável Luísa

Dois dias depois..

Marcelo caminha de um lado para o outro atordoado. Sérgio o seguia com um copo de água.

— Tem que se acalmar! - Sérgio entrega o copo para o mais alto.

— É difícil.. - Ele vira o copo de uma vez. O líquido gelado escorria por sua garganta. — Eu não posso ficar de braços cruzados e ver o meu amigo morrer apunhalado pelas costas.

— Estou tão raivoso quanto você! Mas precisamos ter cautela. - ele suspira. — A guerra está próxima esqueceu?

— E A COROAÇÃO DO OTTO TAMBÉM! - Ele se altera. Mas logo pigarreia e volta com sua postura calma. — Desculpe..

— Está tudo bem. - Sérgio faz um rabo de cavalo. — todos os oito reinos vão estar lá.. - Ele suspira. — Devemos desmarcar?

— A coroação é daqui duas semanas. - Ele passa a mão na nuca aflito. — Será que ele se recupera até lá?

— Otto é um homem forte.. creio que sim!

— Então não iremos cancelar. Vamos focar em cuidar dos machucados dele por enquanto.

— E as pessoas que tentaram mata-lo? - Ele se aproxima de marcelo — Não vamos fazer nada?

—  Claro que iremos. - Ele coloca a mão no ombro de Sérgio. — Ele será vingado! Acredite em mim. - Sergio assente com a cabeça e sorri de lado.

— Com licença senhor. - Um guarda adentra o cômodo e se curva. — O corpo do visconde foi devidamente escondido. Como o senhor pediu!

— Perfeito! - Ele e Sérgio se entreolham e sorriem. - Eles se retiram daquela sala. Dando de cara com Luísa subindo as escadas do palácio. Acompanhada de três servos que carregavam sua bagagem.

— Luísa? - Ele se entreolham assustados. — Você disse que chegaria... daqui uma semana.

— Eu resolvi adiar! Preciso conversar com o Otto. Um assunto sério na verdade. - Diz cabisbaixa enquanto levantava o vestido e se aproximava dos dois homens.

— Ah.. - Ele abaixam a cabeça chateados.

— Mas que bom ver vocês aqui! - Ela abraça Marcelo que fica estático. Mas retribui o abraço um pouco sem graça. Luisa se afasta e abraça Sérgio que dá uns passos para trás para não se desequilibrar.

— Bom.. Cadê o Otto? - Ela arqueia a sombrancelha sorridente.

— Ah... o Otto.. - Eles falam um pouco sem graça e desviam o olhar para o chão. — Ele.. está por aí. - Ele desconversa

O sorriso doce nos lábios de Luísa se desfaz. Logo seu olhar fica semi cerrado. E sua boca fica meia aberta.

— Cadê... o Otto.. - Lágrimas aparecem em seus olhos.

— Luísa... se acalme.

— CADÊ O MEU NOIVO?

— Se acalme Luísa.. - Sérgio segura em seus ombros.

— Eu só quero ver o meu Otto. - Ela desaba. Sergio a envolve em seus braços e acaricia seu cabelo macio.

Sérgio encara Marcelo. Que faz um sinal de afirmação com a cabeça.

— Vamos te levar até ele.. mas prometa manter a calma. - Luisa afirma com a cabeça. Otto e Marcelo a direciona até a cama aonde estava sendo tratado.

Chegando lá ela se depara com as enfermeiras trocando o curativo de Otto. Uma delas passava uma pano com água quente pelo corpo do homem para  "Banha-lo".

Ela tenta conter a lágrimas mas é inevitável. Ela se aproxima da cama e segura em sua mão. A levando até os lábios e deixar um beijo quente ali
A enfermeiras o cobriu com um lençol e logo se retiraram. Deixando apenas Otto e Luisa naquele local.

— Meu querido.. - Fala em meio a soluços. — O que fizeram com você? - ela afasta alguns fios de cabelo que estavam sob seus olhos.

— Seu eu soubesse... - Ela suspira. — Se eu soubesse que isso iria acontecer... - Ela encosta sua cabeça no peito de Otto. Ficando de joelhos.— Me desculpe... me desculpe por falar aquelas coisas  - Ela acaricia as costas da mão de Otto com o polegar.

— Hmm.. - Otto murmura de dor. Luisa logo fica em pé e encara Otto.

— Otto! - Ela segura o rosto de Otto fazendo ele encara-la.

— Luisa? - Sua voz sai falha.

— ENFERMEIRA! - em alguns minutos as enfermeiras. Marcelo e Sérgio estava reunidos a beira da cama.

— Que bom que você acordou.. - Ele aperta a mão do grisalho.

— Eu.. eu... - Ele suspira. — Achei que iria morrer..

— Vira essa boca pra lá! - Diz Sérgio fazendo todos gargalharem.

Otto foi devidamente cuidado e colocado em seus aposentos. Claro. Com uma enfermeira sempre por perto. Mas agora estava no conforto de seu quarto.

— Está sentindo alguma dor? - Ela acaricia a mão de Otto. Que sorri com a carícia.

— Estou bem.. mas não precisa se preocupar.. - Ele sorri fraco. — Aliás.. já está tarde.. por quê não vai dormir? Não precisa encher sua cabeça comigo. - Otto inclina a cabeça confuso ao ver Luísa de cabeça baixa.

— Luísa?

— Por quê?

— Ah?

— Por quê tem que ser tão lerdo pra essas coisas? - Ela encara Otto. Os olhos verdes intensos estavam lacrimejando.

— Luísa... mas o quê.. - Luisa fica por cima de Otto. Envolvendo seu rosto com suas pequenas mãos. Otto envolve a cintura da princesa com suas mãos e a encara.

— Eu te amo Otto! Caramba! - Seu olhar mostrava raiva e carinho ao mesmo tempo. Um tanto confuso  para Otto. Mas ele achava uma graça.

— Luísa.. - Ele sorri. — Eu achei que..

— Pare de achar! - Ela pressiona ainda mais o rosto dele. Fazendo Otto ficar com um bico. — Desde daquele dia depois do baile eu não durmo direito. Sabe por quê? - Ele nega com a cabeça confuso.

— Por quê eu me apaixonei por um homem com um ego tão alto que não quer ouvir as explicações de ninguém! - Ela dá um tapinha em seu peito. Bem no ferimento. 

— AI! - Ele murmura de dor. — Isso doeu!

— Você merece! - Lágrimas voltam a escorrer em seu rosto. — Por me fazer sofrer seu idiota!

— Fala que me ama e depois me xinga? - Um sorriso doce surge nos lábios do grisalho.

— Acha que eu saltei de alegria quando percebi que estava apaixonada por um brutamontes? - Ela esconde seu rosto com suas mãos.

— E você acha que eu saltei de alegria quando percebi que estava perdidamente apaixonado por uma mimada e bravinha? - Ele retira as mãos de Luísa de seu rosto.

Um lindo tom rosado em suas bochechas. — Está envergonhada?

— Qu- Quê? - Ela cora. — NADA DISSO!

— Está! Está sim! - Ele gargalha.

— NÃO ESTOU! Se continuar enchendo minha paciência lhe dou outro tapa!

— Iria mesmo fazer isso?

— Só não irei fazer isso por quê está ferido!

— Me dê um beijo para sarar! - pede com um sorriso travesso no rosto.

— Pervertido! - Ela se inclina e sela seus lábios nos dele em um selinho demorado.

— Pervertido que você. A M A. - ele pontua cada letra.

— Por quê eu fui falar isso.. - Ela resmunga. — Seu ego só vai aumentar a cada dia que passa.

Otto a envolve em seus braços e a deita na cama. Ela se aconchega nele. Mas com cuidado para não machuca-lo. Ela acaricia seu cabelo até o mais velho finalmente adormecer.