desconfianças

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Poliana corre em direção aos braços de Sérgio, que a segura e a rodopia no ar enquanto ela gargalha.

— Tio Sérgio! - Ela segura o pescoço dele.

— Oi Poli! Vi que estava discutindo com o João, o quê houve? - Ele arruma o lacinho de seus cabelos.

— Ah tio. - Ela suspira. — Aquele garoto é um chato! O senhor pode acreditar que ele pegou a minha boneca e subiu em uma árvore? E AINDA ME CHAMOU DE MIMADA!

Sérgio abaixa a cabeça e começa a rir, a garoto serra os olhos.

— Qual a graça?

— Desculpa. - Ele tenta recuperar o fôlego. — É que eu já vi essa história antes. - Poliana inclina a cabeça confusa.

— Como assim?

— Nada pequena. - Ele a coloca no chão. — Vá até seu pai, ele está ansioso para brinca de bonecas com você.

— Tá bom, mas eu posso fazer tranças no senhor mais tarde?

— Claro que pode, agora vá lá! - Ele se despede com a mão e volta para a área de treinamento.

[...]

Otto joga duas das bonecas da filha no chão, afrouxa a gravata e se senta ao lado da esposa que lia um poema.

— Eu ainda vou matar aquele cabeludo. - Otto resmunga.

— O quê foi dessa vez Otto. - Ela folheia o livro.

— O quê foi? O Sérgio disse pra Poliana que eu estava " ansioso" para brincar de boneca com ela. Isso resultou em eu ter que fazer comida de mentira com argila. - Luísa fecha o livro e solta uma risada gostosa.

— Não vi graça!

— Pois eu vi. - Ela limpas as lágrimas que se formaram em seus olhos.

— Anda muito risonha esses últimos dias né? - Ele sorri. — Quer que eu acabe com isso?

— Calado! - Ela cruza os braços. — Vi que estava de conversinha com a duquesa de montemor.

— O quê? - Ele passa seu braço de trás dela. — Por acaso estava me espionado D'Avilla?

— E-eu? Eu não, tenho que me preocupar com coisas mais importantes.

— Tá, vou fingir que acredito, mas isso não é motivo pra vir com esse seu ciúmes bobo.

— Ciúmes? - Ela franze os cenho. — Otto! Não sou mais uma adolescente pra sentir essas coisas.

— Poxa Luísa.. - Ele se levanta e retira suas botas. — Achei que confiasse em mim. — Diz irônico.

— E confio! É que.. - Lágrimas começam a escorrer por seu rosto. — Poxa vida.. você é meu caramba! Aquela duquesa acabou de estar viúva estava carente e.. - Ela cobre o rosto com as mãos. — Ai que raiva!

Otto morde o Interior da bochecha e se ajoelha diante da esposa que estava sentada.

— Ei.. - Ele acaricia os cabelos dela. — Eu estava brincando, achei que soubesse que eu sou irônico a maioria das vezes. - Otto encolhe os ombros.

— E eu sei! Você é um palhaço. - Ela esperneia. — Eu irei esganar aquela duquesa com minhas próprias mãos. - Ela serra os punhos.

— Você não vai esganar ninguém. - Ele acaricia os pulsos dela e deposita um beijo estralado.

Luisa encara o marido com os olhos marejados, ele espreme os lábios pra não rir, ela o belisca em sinal de repreensão.

— Aí! - Ele passa a mão pelo braço — Você irá se arrepender.

— Ah, irei? - Ela sorri com escárnio.

— Sabes o quê eu adorava fazer com você quando éramos crianças? - Ele se levanta e fica de frente a ela.

— Desmanchar meus penteados. - Ela revira os olhos.

— Também. - Ele sorri. — Cócegas quando você achava que  mandava em mim! - Luísa arregala os olhos.

— Sai Otto, não tenho mais idade pra isso.

—  Ah não tem? - Ele morde o lábio inferior e se joga em cima dela, distribuindo uma série de cócegas em sua barriga e pés.

— Para Otto! - Ela gargalha. — O bebê seu brutamontes!

— Tá. - Ele sorri e sai de cima dela. — Parei. - Ele a ajuda a se sentar na cama.

— Tem algum plano para os próximos 40 minutos? - Ela morde o lábio inferior enquanto o observa retirar seu manto.

— Não.. - Ele arregala os olhos. — Oh droga! - Ele bate na própria testa, e se calça novamente.

— O quê foi amor? - Ele vai até ela e deposita um selinho em seus lábios.

— Tenho que resolver uma coisa. - Ele coloca seu manto novamente.

— Que coisas?

— Nada que tens que se preocupar.

— Me fala agora Otto! - Ele revira os olhos.

— Reunião com o.. - Ele coça a nuca. — Sérgio.

— Denovo? - Ela espreme os olhos. — Otto..

— Tchau amor da minha vida! - Ele beija o ventre dela. — Tenho que ir. - Otto sai em passos apressados e sai do quarto.

— Amor da minha vida? O Otto tá aprontando algo. - Ela espreme os lábios enquanto massageia seu ventre.

[...]

Otto desce do cavalo acompanhado de Jefferson, os amarra e caminha pela estrada de pedras.

— Sem querer me meter na sua vida vossa majestade.. mas.. por quê estamos indo em um bordel? - Otto sorri e segura um dos ombros do garoto.

— Vamos nos divertir. - O garoto arregala os olhos.

— E a.. a rainha? - Otto apenas nega com a cabeça e entra para dentro da casa com ele.

— Com licença. - Otto vai até a dona do local e sussurra em seu ouvido.

— Sabes que ninguém poderá nos ver aqui. Redobre a segurança.

— Sim senhor, irá ver a senhorita Fernanda novamente? - Ela sussurra de volta.

— Como sempre. - A mulher assente com a cabeça e o guia até o quarto aonde a mulher estava.

Otto adentra o quarto, a mulher o esperava sentada em cima da cama com um sorriso travesso no rosto.

— Pendlenton.. faz alguns dias que não vem até aqui.

— Luísa recentemente descobriu que estava grávida. - Ele retira os sapatos. — Tive que ter cuidado redobrado com ela e com nosso bebê.

— Ah claro, entendo. - Ela sorri. — Que bom que veio, muitas coisas mudaram na sua ausência.

— Mudaram? - Ele se senta na beira da cama e cruza as pernas. — Que bom saber disso. - Ele sorri.

— Seu assistente.. o.. o..

— Jefferson? Ele questionou no começo mas logo o acalmei, ele é jovem demais pra se meter nessas coisas, então me certifiquei de enche-lo de cerveja e guia-lo para sua casa com segurança. - Fernanda arregala os olhos e sorri orgulhosa.

— Você é muito esperto!

— É! - Ele sorri. — Eu sei.

— Chega de enrolação pendlenton, vamos resolver o quê temos que resolver. - ela se senta ao seu lado.

— É pra isso que eu vim. - Ele afirma com a cabeça.


O Reino Vizinho. |•°Luotto  [Concluída ✔️]Onde histórias criam vida. Descubra agora