O Reino Vizinho. |•°Luotto [Concluída ✔️]

Eu amo essa louca

Sérgio andava pelos corredores do palácio com a garotinha em seus braços. Até que dá de cara com Joana

— O quê.. - Ela arregala os olhos. — Você tem uma filha?

— QUÊ? - ele encara a garotinha em seu colo e volta seu olhar para Joana. — NÃO NÃO. JOANINHA MEU AMOR.

— Como.. Você é casado e eu não sei?

— Você entendeu tudo errado! - Ele respira fundo. — Fomos caçar lobos e....

— Você e quem? - Ela coloca as mãos na cintura.

— Marcelo e Otto.. - Ele abaixa a cabeça.

— Ah tinha que ser. - Ela revira os olhos. — Continue.

— Fomos caçar lobos e achamos essa garotinha. - Ele brinca com as mãos da menina.

— Só pode ser brincadeira né Sérgio. - Ele suspira. — Quem vai ficar com a garota?

— O Otto.. - Ele desvia o olhar.

— O príncipe? Oquê vocês tem na cabeça? Quando a Luísa descobrir...

— Ela já sabe. E vai cuidar da garota.

— O quê? - Ela nega com a cabeça. — não vai ser eu que vou cuidar. Então fiquem avontade. - Ela resmunga.

— Aposto que vai se encantar por ela. - Ele sorri e a envolve em seus braços.

— Ah Sérgio. - Ela sorri e acaricia o rostinho da garotinha.

                            (....)

— Luísa ainda não acho isso uma boa ideia. - Diz seguindo Luísa que andava em movimentos circulares pelo cômodo.

— Você concordou!

— Aqui foi momentâneo. - ele coça a nuca. — Não temos experiência pra criar uma criança! As vezes você é mais imatura que uma. - Ele sussurra a última frase que é o bastante pra acender a raiva de Luísa.

— Como é que é? - Ela se aproxima de Otto com os punho serrados.

— Não era pra você ouvir. - Ele murmura enquanto dá passos para trás até encostar na parede.

— Você que é imaturo! Parece uma criança quando se junta com aqueles bobos da corte. - Ela revira os olhos.

— Isso é jeito de tratar o príncipe? - Ele ergue a voz e a postura.

— POR QUÊ TÁ ERGUENDO A VOZ PRA MIM? - Ela fica na ponta dos pés e inclina seu corpo em direção ao Otto. O verde intenso daquele olhar era apavorante.

— Desculpa.. - Ele encolhe os ombros.

— Claro que meu pai irá ficar furioso. - Ela fica de costas para ele e volta a andar no cômodo. — Mas logo irá se apegar com a garota e tratá-la como uma neta.

— As servas irão cuidar. Eu não irei trocar uma frauda daquela garota. - Ele cruza os braços.

— Ah.. você vai sim!

— Não! Eu não vou!

— Deu né? - Uma bela baronesa de cabelos loiros e olhos verdes  surge no cômodo. — Crianças. - Ela suspira.

— CLÁUDIA! - Luísa envolve a mulher nos braços enquanto Otto as observava com os braços cruzados com uma cara de poucos amigos.

— Como ousa se dirigir ao principe assim. Poderei te... - Otto nem termina de falar e vê uma faca de cozinha sendo arremessada em sua direção. O homem desvia enquanto encarava a faca cravejada na parede.

— Você.. - Diz com os olhos arregalados.

— Tem ideia de quem ela é? Se cale antes que eu arranque sua lingua com o meu punhal! - Diz enquanto serrava os olhos em direção ao noivo

— Você é louca.. - Ele retira a faca da parede. — Eu poderia ter sido atingido!

— Que pena que eu não tenho uma mira tão boa. - Ela debocha. — Vou treinar minha mira junto com o Afonso. - Ela dá uma piscadela para Otto que sai da cozinha bufando.

Em passos largos ele caminha pelo jardim do castelo. Trombando com Marcelo que derruba duas cumbucas cheias de cerveja.

— QUAL O SEU PROBLEMA? - Diz remexendo as mãos tirando o excesso de líquido delas.

— Estava distraido. - Ele coça a nuca. — Te pago uma rodada de bebidas depois.

— Pode trombar em mim quando quiser! - Diz risonho. — Parece aflito. O quê foi?

— Nada demais. Tirando o fato de minha noiva ter arremessado uma faca amolada em minha direção e ter ameaçado cortar minha língua. Está tudo certo. - Ele coloca as mãos no bolso.

— Pelos deuses. - Ele coloca a mão na boca incrédulo. — Essa mulher é mesmo louca.

— É.. - Ele suspira. — Mas eu amo essa louca. - Ele direciona o olhar para o gramado do Jardim.

— Gosto suicida. Boa sorte. - Ele bate no ombro de Otto. — Até que enfim parou de negar né? Só enganava você mesmo. Todos do reino sabiam que você a amava.

— Quê? Estava tão aparente assim?

— Deixa-me ver. - Ele coloca a mão na cintura. — Quase espancou um cara por causa de ciúmes. Dois no caso né? - Ele sorri sarcástico. — Sem contar que você fala o nome dela quando está dormindo.

— EU FALO? - ele cora. — Está enganado.

— Fala. - Ele gargalha. — Luisinha meu amor. Admita que me ama e se entregue para mim. - Diz com uma voz engraçada fazendo bico.

— Pa-Pare de palhaçada! - Ele suspira. — A rodada de cerveja está cancelada. - Diz saindo do jardim. Sendo seguido por Marcelo que suplicava para que ele volte atrás com sua decisão.