O Reino Vizinho. |•°Luotto [Concluída ✔️]

Sentimento

— Está feito. Vossa alteza. - Diz a enfermeira terminando de fazer o curativo. — Não poderá fazer esforços pelos próximos 3 dias.

— Vou tentar não fazer esforços. - Ele suspira. — Pode se retirar.

— Com sua licença. - A mulher o cumprimenta e se retira de seus aposentos.

Logo em seguida Sérgio e Marcelo adentram aquele cômodo.

— O quê tens na cabeça? - Diz Marcelo se sentando na cama ao lado de Otto.

— Cérebro. - Ele revira os olhos.

— Então o use! Todos viram a sua discussão com a sua noiva.

— Ela me deu um tapa!

— Você a provocou! Pensa que eu não ouvi? Otto. Em breve você terá problemas com o pai dela.

— Manoel não será mais um pedra no meu sapato. O reino de Aquiles precisa da água e plantações de Artena. Ele não seria burro ao ponto de desfazer nossa parceria.

— Mas não é por isso que deves tratar a princesa daquele jeito! Nosso reino também precisa  do ferro e bronze de Aquiles. Então não ouse desrespeitar o reino vizinho.

— Marcelo.. - Ele é interrompido.

— Ou esqueceu do que aconteceu a última vez? - O encara sério.

Otto serra os olhos em direção a Marcelo e serra os punhos.

— Pare.

— Não! VOCÊ ESTÁ SENDO IMPRUDENTE.

— pare..

— Você é um homem genial! Está sendo emotivo. Coisa que raramente demostrava. O quê está acontecendo com você príncipe? A Princesa mexe tanto nos seus pensamentos que está perdendo a razão! - Diz alterado

— EU DISSE PRA PARAR! - Otto agarra Marcelo pelo colarinho do terno. Seu olhar estava fuminante.
Os olhos claros estavam marejados.

— CHEGA! - Sérgio afasta os dois.

— Como eu pensei. - Ele sorri. — Você está mais emotivo. - Ele ajeita o terno. — O quê Luísa está fazendo com o homem mais inteligente de Artena? Está que nem uma criança mimada que se recusa a admitir seus erros!

— Luísa não está fazendo nada. - Ele passa a mão pela perna costurada.

— Não é o que parece.

— Me deixem sozinho..

— Se continuar a negar pra si mesmo você pode...

— ME DEIXEM SOZINHO! - ele grita assustando os dois amigos.

— A gente vai. Mas pense no que eu te falei. - Marcelo sai pela porta do enorme quarto.

— Cuide da sua perna. - Diz Sérgio em um tom carinhoso. Logo se retirando do quarto.

Otto suspira e passa a ponta dos dedos pelos fios bagunçados de seu cabelo. Sua atenção é direciona ao barulho da porta. Que estava sendo aberta.

— Eu já disse pra ir embora.

— Mas eu acabei de chegar. - A voz doce da mulher se faz presente no local.

— Luísa? - Ele se ajeita e a encara.

— Otto..  - Ela se senta ao seu lado. — Vim aqui ver se você estava bem.  - Ela o encara.

— Estou.. ficarei pelo menos 3 dias sem andar. - Murmura. — Mas poderia ser pior.

— Tens um dos melhores médicos da região. Irá ficar tudo bem. - Diz com um sorriso suave no rosto. O brilho nos olhos de Otto voltaram. Seus batimentos cardíacos estavam acelerados.

— Obrigado. - Ele sorri. — Luísa.. - Ele a encara. — Me desculpe.. por te insultar.. eu estava de cabeça quente... Mas isso não justifica meu erro. Me desculpe. - ele abaixa a cabeça.

— Está tudo bem Otto.. - Ela coloca sua mão por cima da dele. — Me desculpe pela bofetada.. - Ela sorri. — Acho que exagerei.

— Você tem uma mão pesada.. - Murmura.

— Ou você que é mole demais? - O alfineta.

— Não irei discutir com você. - Cruza os braços.

— As Ervas medicinais de Ulisses tem efeito anti-stress? Não sabia. - Ela gargalha. Otto revira os olhos e sorri.

— Iremos nos casar em menos de um mês. Até lá.. vamos tentar não nos matar? - Diz brincalhão.

— Será uma tarefa difícil. Não prometo nada. - Ela sorri.

O sorriso de Luísa aquecia o coração gelado  de Otto. A personalidade forte da mulher era mais uma das qualidade na qual ele admirava muito. Negava a si mesmo que nutria algum tipo de sentimento por Luísa. A moça o conquistou desde a primeira vez que o viu.

O verde intenso de seus olhos. As bochechas rosadas e seu belo sorriso fazia o coração de Otto acelerar. Suas mãos suavam sempre que ela o tocava ou se aproximava dele.

Mas isso deveria ser efeito dos remédios que tomava ou das noites mal dormidas. - Pensa ele.