Um dom escondido.

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Semanas depois.

Mexendo seu corpo de um lado para o outro em movimentos repetitivos Luísa ninava o filho, havia acabado de amamenta-lo mas seus olhos claros ainda estavam a encarando fixamente. Luísa pisca algumas vezes na tentativa de " espantar" o sono. Mas não acontece. Ela se senta em uma poltrona, acomoda Arthur em seus braços. Aos poucos sua cabeça tomba, e ela adormece com o bebê ainda em seus braços. Ele enrolava as mexas de cabelo da mãe com seus pequenos dedos. Estava entretido com suas jóias que tinha pedras chamativas.

Otto havia acabado de chegar da plantação, ele vai até os aposentos de Luísa, afinal, era ali que Arthur dormia e passava 50% do dia.
Um sorriso bobo surge em seus lábios ao vê-los. Otto caminha em direção a mulher que estava adormecida e pega o bebê em seus braços, Arthur arregala os olhos ao encarar o olhar intenso do pai.

— Sua mãe está cansada. - Ele sussurra. — Acho melhor irmos para outro lugar, coração. - Otto beija a testa do bebê que solta um gargalhada gostosa.

Ele caminha com Arthur em seus braços para fora do castelo, até chegar a beira de um lago que costumava nadar com os amigos. ele retira seus sapatos e põe os pés na água, sentindo os pequenos peixes nadarem ao redor deles. Otto toma um pequeno susto ao sentir uma mão tocar em seu ombro.

— Papai! - Poliana se senta ao lado dele e encara o pacotinho em seus braços. — Ele está dormindo?

— Não, não está. - Ele sorri. — Sua mãe dormiu então achei melhor leva-lo para se distrair.

— A pele dele é muito branca. - Ela pisca rapidamente. — posso segura-lo? - Suas bochechas ganham um tom rosado.

— Claro que pode, estenda seus braços. - E assim ela faz. Otto o coloca nos braços da filha que esboça um grande sorriso no rosto.

— Ele é tão pequeno. - Ela brinca com as mãos dele.

— Quando te achamos você também era. - Ele acaricia os cabelos loiros escuros da menina. — Era tão pequena que tínhamos medo de segura-la. - Ele sorri sem graça.

— O tio Marcelo também? - Ela encara o pai que abaixa a cabeça e franze o cenho.

— Sim. - Ele espreme os lábios. — Então.. - Ele bate em sua própria coxa. — Como está os estudos? - muda de assunto rapidamente.

— Está um pouco chato, para ser sincera. - Ela morde o lábios. — Pai.

— Sim? - Ele a encara fixamente.

— Mamãe não me deixa ir para a área de treinamento.. - Ela suspira. — Sei que geralmente homens que a frequenta mas.. - Ela dá uma leve apertada nas bochechas gordinhas do irmão. — Queria lutar como os demais.

Otto suspira e puxa Poliana para perto de si. Colocando as pernas da garota em cima das suas.

— Você gosta de espadas? - Ele passa a ponta do indicador pelas meias brancas com bordados de flores que ela usava.

— Até gosto.. mas me interesso mais pelo arco e flecha. - Ela sorri ao lembrar que Marcelo a ensinou como usa-lo. — Sempre que vejo os alvos que ficam para fora da área de treinamento tenho vontade de pegar meu arco e acertar no centro de todos! - Diz animada enquanto Otto a encarava atentamente com um sorriso ladino nos lábios.

— Sabe.. - Ele arruma a franjinha de Poliana. — irei lhe contar algo, mas não conte a sua mãe. - Ele pega Arthur no colo novamente.

— Sobre o quê é?

— Sua mãe.

— An?

— Sua mãe tinha a mesma paixão pelo arco que você tinha. - Poliana escancara a boca e arregala os olhos. — Sabia que ficaria espantada. - Ele sorri.

O Reino Vizinho. |•°Luotto  [Concluída ✔️]Onde histórias criam vida. Descubra agora