Ciúmes

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Sentado a beira de uma lago sentindo os pequenos peixes que passavam por seus pés. Otto observava os amigos se divertirem dentro do lado. A cicatrização de sua perna não estava totalmente completa.

— Vocês parecem duas crianças. - Otto ri.

— Está falando assim por quê não se juntou a nós! Se estivesse aqui estaria da mesma maneira que nós.

— Eu concordo! - Marcelo Joga água na cara de Sérgio. Fazendo o capitão ficar furioso.

— Está afrontoso hoje né duque? - Sérgio segura o pescoço de Marcelo. Fazendo o homem afundar na água.

Otto observava os homens se matando até que algo lhe chama a atenção. Luísa corria pela grama e se joga nos braços de um dos soldados. Otto enrijece o corpo.

— Afonso! - Ela o abraça e ele a segura pela cintura. — Como está? Está com algum arranhão? - Ela verifica o rosto dele.

— Não precisa se preocupar. - Diz tímido. — Como está o noivado? - Luisa suspira e revira os olhos.

— Não está a mil maravilhas. Meu noivo é um louco pervertido. - Ela cruza os braços.

— Pervertido? - Ele sorri. — Boa sorte. - Luísa dá um tapinha no ombro dele e sorri de volta.

— Está treinando para entrar na Arquearia? - Ela pega o arco da mão dele.

— Estou tentando treinar minha mira.. acho que não sou muito bom nisso. - ele sorri sem graça.

— Sempre quis aprender a usar um arco e flecha. - Ela observa os detalhes da madeira do arco.

— Se quiser.. eu te ensino. - Luisa o encara e um sorriso surge em seu rosto.

— Eu adoraria! - Diz animada.

— Bom.. estica os braços. - Ele passa seus dedos pelo braço da mulher. Segurando em seu cotovelo. — Contraia o quadril para trás e prenda a respiração. - A mulher faz exatamente o que ele disse.

— Segure firme a ponta da flecha. Deixando perto da bochecha. - Luísa faz isso com certa dificuldade. O arco tremia um pouco.

— Mire o alvo e dispare.  - Luísa mira até o alvo e acerta na parte vermelha. A parte central.

— Muito bom Luísa! - Ele bate leves palmas.

— Irei treinar mais vezes. Não foi tão difícil como eu pensei. - Ela se gaba.

— Muita intimidade vocês tem. Não? - diz Otto indo até eles mancando.

— Vossa alteza. - Afonso se curva diante do grisalho.

— Afonso.. vamos para outro lugar. - Ela faz menção de sair. Mas Otto a puxa para perto de si.

— Por que está me evitando?

— Você sabe bem porquê. Agora me larga. - Ela o encara furiosa.

— Eu espero que você saiba o quê está fazendo. - Ele a solta.

— E eu sei! - Luisa puxa a mão de afonso. Que olha para trás. Otto o encara deixando o homem com um frio na espinha.

eles se afastam e Otto fica parado no mesmo lugar. Com os punhos cerrados e o maxilar contraído ele sente seu sangue ferver.

— Ihh. - Marcelo e Sérgio se aproximam de Otto vestindo suas calças.

— Parece que perdeu en? - Marcelo cutuca Sérgio que sorri.

— Não comecem. - Ele revira os olhos

— Depois diz que não gosta da Luísa. - Marcelo veste seu manto.

— Eu não gosto dela! - Ele os encara.

— E esse seu ciúmes? Ou vai negar?

— Não estou com ciúmes. Que droga! - Ele se aproxima de Marcelo odioso.

— Calma lá! Também não desconte sua frustração em mim. - Otto suspira e fecha os olhos.

— Acho melhor eu voltar para o palácio. - Ele abre os olhos novamente e passa a mão pelos fios de cabelo.

— Vai lá! Está muito alterado para o meu gosto. - Otto revira os olhos e caminha até o palácio mancando.

                             (...)

O grande baguete foi servido. Carnes suínas e bovinas foram servida. Sem contar os diversos tipos de acompanhamentos. Vários tipos de vinho. Otto convidou o duque e o capitão de seu exército. Já Luísa convidou Joana. Sua dama de companhia e Afonso.

Luisa e Afonso gargalham ao relembrar os momentos de infância. Contavam como Afonso a salvou de um grupo de saqueadores ou quando ele pescou seu primeiro peixe. Eles se conheciam a anos.

Do outro lado da enorme mesa Otto não tirava os olhos deles. Segurava seu garfo com tanta força que o mesmo entortou. Ele mordia seu lábio inferior para evitar falar bobagens. A taça de vinho que segurava estava trincada devido a grande pressão de seu aperto.

— Nem disfarça. - Diz Marcelo de boca cheia cutucando Otto com um osso da costela do porco. Sujando seu colete escocês azul marinho.

— Você quer morrer? - Diz olhando a mancha de molho.

— Perdão. - Ele gargalha.

A atenção de Otto é dirigida para Afonso que segurava o rosto de Luísa com as duas mãos e a encarando muito próximo a ela.

— Alguém irá morrer hoje. - Diz Sérgio levando uma taça de vinho a boca.

Otto se levanta da mesa e vai em direção a Afonso. O arrastando pelo colarinho da simples roupa de linha.

— Otto! Você está louco? - A mulher arregala os olhos.

Ele o arrasta até a área externa do palácio. Quando o soltou percebeu que sua veste estava totalmente rasgada. Por causa do tecido frágil.

— Você se acha muito especial né? - Ele o segura pelo pescoço.

— Nu- nunca pensaria isso.. Vossa alteza. - seu corpo tremia.

— Então por quê se atira para a minha noiva? - Ele o segura firmemente quase que o enforcando.

— SEU SELVAGEM. - Otto é atingido por uma pedrada na face. Sorte que era pequena. — O quê pensa que está fazendo? - Ela tenta soltar Afonso das mãos de Otto.

— Não se meta nisso. - Diz firme.

— Você está Enforcando o meu amigo! - Ela dá tapas fortes no peitoral do grisalho.

— Amigo? - Ele sorri sarcástico soltando afonso que cai de bunda no chão. — Faça o quê quiser. - Ele sussurra no ouvido da princesa. — Ele é seu amigo. Mas eu sou o seu noivo. Não esqueça disso!

— Como iria esquecer? Você é o motivo para minhas noites mal dormidas. - Diz raivosa.

— Então pensa em mim antes de dormir? Um tanto exitante. Não acha? - Ele sussurra arrepiando Luísa por completo. O olhar de Otto recai para o braço de Luísa.

— Saia daqui! Você ja causou de mais

— Como quiser. Vossa alteza. - Otto caminha para dentro do palácio.

Luisa chama Joana para ajudar a cuidar dos pequenos hematomas que formaram em no pescoço de Afonso.





O Reino Vizinho. |•°Luotto  [Concluída ✔️]Onde histórias criam vida. Descubra agora