O Reino Vizinho. |•°Luotto [Concluída ✔️]

Traição?

Poliana anda pelo palácio a procura de sua mãe, ela então vê uma das portas abertas e resolve entrar. Logo a garota arregala os olhos.

Vários quadros pendurados, empilhados ou cobertos por panos estavam no local. A maioria era paisagens mas algo chamou a atenção na garota.  A presença do azul era muito forte em todos os quadros. Tirando pelo menos uns cinco quadros aonde era retratado um par de olhos azuis intensos nele.

— Poliana? - A garota dá um pulinho de susto e se vira pra mãe. — O quê está fazendo aqui?

— Estava lhe procurando. - Ela mexe os pezinhos no piso de madeira. — Vi a porta aberta e resolvi entrar, a senhora pinta muito bem!

— Obrigada. - Ela pega na mão da menina. — Vamos, não quero que outra pessoa descubra esse lugar. - Ela caminha para fora do cômodo e o tranca.

— Nem o papai? - Luisa suspira, se agacha na altura da filha e envolve seu rosto com suas mãos.

— Nem o papai filha. - Ela deposita um beijo doce nas bochechas rosadas da garota. — Vê se não conte a ele!

— Prometo! - Ela cruza seus dedos indicadores e leva até os lábios.

— Ótimo! - Luísa sorri e a leva de volta para o jardim do castelo.

[....]

Otto caminha até uma das janelas do quarto e a fecha, ele volta a se sentar na cama e encara Fernanda.

— Tens certeza que é um lugar seguro para nos encontrarmos?

— Óbvio que é! Ninguém imaginaria que eu estivesse aqui.

— Assim fico mais calma.

— Mas fique tranquila.. não deixarei tocarem um dedo em você. - Ele acaricia as mãos pálidas dela.

— Obrigada irmão.. - Ela suspira. E volta a encara-lo. — Pendlenton, o tempo que passou fora foi um inferno pra mim.

— Eu sei.. me desculpe por isso.

— Não, tudo bem. - Ela sorri fraco. — Enfim.. você não veio aqui pra ouvir minhas lamentações.

— Por favor né Fernanda? Não é por que és a filha de uma empregada com meu pai que não irei te escutar. - Ele acaricia o rosto dela. — Fale quem te machucou que eu o matarei.

— Não Otto! - Ela nega com a cabeça. —Não vale apena.. - Ela ergue a cabeça e encara o grisalho. — O Roger esteve aqui.

— Fernanda..

— Calma! Ele não fez nada comigo, não deixei. - Ela engole a seco. — Tenho umas informações que ouvi de um de seus guardas. - Ele espera ela prosseguir. — Eles querem sequestrar Luísa, falaram que a matariabe consequentemente.. o bebê também. - Ela coloca as mãos no rosto.

— O quê? - Ele arregala os olhos. — Aqueles estúpidos, COVARDES!

— SSHH! - Ela põe o dedo indicador nos lábios. — As paredes tem ouvidos. - sussurra. — Acho melhor você ir.

— Tudo bem. - Ele suspira. — Fernanda, se alguém encostar um dedo em você eu juro que..

— Não irão! Eu sei me defender, você mesmo me ensinou.

— Estou me precavendo. - Ele respira fundo. — Eu vou te tirar daqui, custe o que custar.

— Obrigada. - O ela sorri e beija a bochecha dele. — Juntos? Para sempre? - Ela envolve seu dedo mindinho no dele.

— Juntos, para sempre! - Ele sorri.

— Otto.. - Ela se levanta e segura a medalinha de sol que ele usava. — É de ouro com diamantes?

— Ah sim, é sim! - Ele pisca algumas vezes. — Papai te deu essa medalinha não? - Ele segura a medalinha de lua que ela usava.

— Sim, que coincidência. - Ela sorri.

— Por quê não a vende?

— Não! Eu a amo, e não vou me desfazer dela.

— Entendo. - Ele sorri. — Tchau!

— Tchau! - Otto pega suas botas, as calça e sai dali.

Flashback

Otto corre pelo campo quando tropeça em uma pedra e aterrisa as mãos no chão.

— Ai! - Ele murmura.

— Você é muito distraído garoto! - Otto ergue a cabeça para encara-la. Os olhos azuis tão intensos quanto os dele e os cabelos negros brilhavam de encontro ao sol.

— Fernanda! - Ele rapidamente se levanta e abraça a garota.

— Você sabe que não deveria me ver. - Ela o abraça de volta. — Papai não irá gostar disso.

— Eu sei, mas eu me preocupo com você! - O garotinho de cabelos loiros franze suas sobrancelhas.

— Tudo bem Pendlenton. - Ela sorri. — Acabei de voltar do campo, estava colhendo trigo. - Ela arregala os olhos. — Otto os guardas!

— Droga! - Ele olha pra trás. — Tchau  Irmã! - Ele sorri mostrando suas janelinhas.

— promete que volta?

— Claro! Esqueceu da nossa promessa?

— Não! - Ela sorri. — Juntos! - Ela une seu mindinho com o dele.

— Para sempre! - Ele sorri e corre em direção ao palácio.

Fernanda pega sua cesta com Algumas flores e caminha de volta a seu vilarejo.

Flashback off:

Otto chega cansado ao palácio, abre os portões de seus aposentos e encontra Luísa pintando uma paisagem, com cores escuras e traços que refletiam tristeza. Otto estranhou. Ele se desfez de seu cinto, seu manto e por fim suas botas.

— Oi meu amor. - Diz em um tom carinhoso a envolvendo em seus braços por trás.

— Me larga Otto! - Ele arregala os olhos e dá um passo para trás.

— O quê houve?

— O quê houve? - Ela se vira de frente a ele e joga o pincel no chão. — Otto, eu odeio mentiras, você sabe disso!

— Sei.. o que aconteceu?

— Aconteceu que você não estava em uma reunião com o Sérgio. - ela se levanta e caminha até ele com uma postura amedrontadora enquanto ele recuava para trás. — Por quê o Sérgio estava junto com a Joana, por que ela também está grávida, coisa que você também deveria fazer.

— Luísa, é claro que eu cuido de você

— Aonde você estava?

— Eu..

— NÃO MINTA PARA MIM OTTO! - Seu verde intenso estava mais escuro, lágrimas começam a se acumular pelo canto de seus olhos.

— É muito complicado Luísa..

— Complicado? Otto. - Ela o põe contra a parede. — Você estava com outra mulher não é?

Otto sente sua garganta se fechar. Parecia que se sufocaria ali mesmo.

— Você ficou calado... - Ela se afasta dele. — Como você pôde?

— Luísa..

— COMO VOCÊ PÔDE? O QUE É? Não sou suficiente pra você? Otto.. eu estou grávida de você.. - Lágrimas começam a escorrer por seu rosto.

— Luísa.. você não pode se alterar meu amor.

— NÃO ME CHAME DE MEU AMOR! - Ela cerra os dentes. — Sai daqui.

— Luísa me deixe explicar.

— SAI DAQUI AGORA! - Otto chorava desesperadamente, queria ao menos se explicar. Mas isso não aconteceu, Otto foi dormir em outro quarto bem afastado dali. E amanhã Luísa estaca decidida a descobrir quem foi essa mulher.