O Reino Vizinho. |•°Luotto [Concluída ✔️]

Sérgio

Otto estava sentado em um tronco de árvore observando Poliana saltitar e brincar com as outras crianças do reino enquanto Luisa fazia curativos em suas mãos.

— Você sabe que não precisa fazer isso né? - Fala carinhoso.

— e sobre o que eu falei em não me contestar? - Ela amarra forte o pano. — Por mais que eu não demonstre  muito. Eu me preocupo com você. Ela o encara.

O par de olhos azuis estavam brilhando. Que refletiam carinho e paixão. O olhar intenso de Otto arrepia Luísa. Um sorriso travesso surge nos lábios do grisalho.

— Pare de me olhar assim! - Ela abaixa a cabeça envergonhada.

— Assim como? - Ele arqueia a sombrancelha.

— Esse seu olhar!

— Isso te incomoda? - Ele coloca uma mecha de cabelo atrás da orelha de Luísa.

— Não. - Ela o encara e segura em suas mãos. — Me atraí. - Ela engole seco enquanto desvia seu olhar para as mãos machucadas de Otto.

Um sorriso largo surge no rosto de Otto.  Ele deslisa a ponta dos dedos até a face de Luísa. Acariciando o local aonde estava vermelho e inchado por conta do tapa.

— Dizia que eu não era o seu tipo.. - Ele sussurra enquanto se aproxima de Luísa.

— Acho que me enganei.. - Ela sussurra de volta. Fechando seu olhos ao sentir o toque carinhoso de Otto em seu rosto.

Otto deixa um beijo quente e carinhoso na bochecha de Luísa. Enquanto passava seu polegar pela orelha da D'Ávila. Luisa segura seu pescoço ainda com seus olhos fechados. Sentindo todas as carícias distribuídas pelo seu rosto.

Ele afasta seus rostos e segura no queixo de Luísa. Depositando um breve selinho em seus lábios.

— Vi alguma de suas pinturas. Estavam cobertas por um pano empoeirado. Por quê não coloca em algum canto do palácio?

— Não sei se minhas pinturas merecem ser penduradas em seu palácio..

— Ei! - Ele segura em seus mãos. — Suas pinturas são tão magníficas quanto a pessoa que as pintou. - Luisa acaricia a mão de Otto. Depositando um beijo quente em cima de seu machucado.

Um sorriso tímido surge nos lábios vermelhos de Luísa. Observando aquele par de olhos azuis que brilhavam de ternura ela se sente acolhida. Somente com o olhar dele.
Seu pequeno polegar passava pelo pano amarrado no punho de Otto. Que já estava manchado de vermelho por conta do sangue em excesso.

Ele umedece os lábios. O olhar intenso de Luísa sob si fazia o homem ficar nervoso. Que ironia não? Eles saem do transe com Poliana correndo em sua direção e chamando por seus nomes.

— Papai! - A garotinha abre os braços para Otto segura-la.

Ele se distancia de Luísa e se agacha. Pegando Poliana em seu colo.

— Está na hora do banho mocinha! Está suada! - Diz Otto enquanto observa a pequena garota brincando com o pingente de seu colar. Colar no qual foi presente de Olga antes de falecer.

Ele caminha com Poliana em seu colo. Chegando até as escadas do castelo até que avista um mensageiro. Correndo desesperado em sua direção com uma " folha" feita com pele de animais.

— Vossa alteza! - O homem cambaleia para frente. Quase que caindo de cara no chão.

— Sim? - Ele arqueia a sombrancelha desconfiado.

— Trouxe.. - Ele suspira cansado. — Uma mensagem do Duque Marcelo..

— Do Marcelo? - Ele arregala os olhos.  — Leve-a para dentro do castelo! - Ordena Otto colocando Poliana no chão. logo Sendo carregada por uma das servas.

— A notícia é grave? - Diz enquanto pega a folha e a abre.

Os olhos deslizavam para cada canto do papel. Quando o leu por inteiro logo o segurou e entregou para o mensageiro.

— Vossa alteza? Aconteceu alguma coisa?

— Aconteceu.. - Ele suspira. — Merda.. - Ele resmunga indo até o castelo.

                           (....)

Otto sai de dentro do castelo trajado com um equipamento militar. Dois de seus servos carregavam suas malas e coisas pessoais.

De longe Luísa o vê. Rapidamente ela se levanta, ergue a barra do vestido e caminha até o noivo.

— Otto! - Ela corre até ele e o segura pelo punho. — O quê aconteceu?

— Não tenho tempo para explicar nada. - Ele suspira. — Luísa. - Ele se agacha ficando em sua altura.  — Sabia que eu te amo.. - Ele acaricia o rosto da princesa. — Muito..

— Eu também.. mas por quê está me dizendo isso? - Otto sorri de canto e sela seus lábios em um beijo carinhoso.

— Cuide de Poliana. - Diz contra os lábios da mais baixa.

— Vossa alteza. Temos que ir! - Diz o vice capitão de seu exército.

— Obrigado por me avisar Jefferson. - Ele acaricia o rosto de Luísa. A olhando com ternura. — Em breve voltarei meu amor. - ele se levanta e caminha até a carruagem. Acompanhado do homem.

Luisa estava atordoada. " o quê diabos está acontecendo?" Pensava ela. Temia que algo acontecesse com ele. Otto era teimoso. Já tinha se machucado demais.. e agora ira viajar sem explicações.  

                             (....)

— Ora ora.. - Roger se agacha e fica na altura de Sérgio.

O homem de cabelos compridos estava sentado e acorrentado no chão. Sua boca estava tampada com uma pano. O impossibilitando de pedir ajuda.

— Por quê seu príncipe é tão cabeça dura? Agora está aqui. Preso feito um servo. - Ele gargalha. — Você é um rapaz tão talentoso.. por quê não se alia a mim? - Ele retira o pano da boca de Sérgio.

— Prefiro morrer.. - Ele sussurra cerrando seus olhos em direção ao grisalho.

O homem é atingido por um tapa do mais velho. Fazendo Sérgio cuspir sangue.

— Pois morra por seu príncipe. Ele não está nem aí para você!

— Acha mesmo que ele vai ficar de braços cruzados? - Ele sorri irônico. — Você está cavando a sua própria cova!

— Isso é o quê veremos. - Ele se levanta. — fique aí inspirando a poeira de minha prisão!

Ele se vira para Sérgio e passa pela porta de ferro. Sendo fechada logo em seguida por um guarda. Deixando o ambiente totalmente escuro e abafado.