❤️ Capítulo 8💛

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Imaginou que havia aquela possibilidade. Esconder de Wei wuxian a existência do filho foi uma terrível injustiça, admitiu Agora, talvez ele quisesse fazê-lo sofrer de todas as formas.

Wei wuxian não disse mais nada. Fitou-o demoradamente, enigmático, deu-lhe as costas, entrou no carro e partiu.

- Agora, conte-me tudo _Lingjiao sentou-se à enorme mesa polida, misturou o chocolate quente e fitou a taça de vinho de Lan zhan, com olhar  reprovador.

Era sua segunda dose e provavelmente não seria a última da noite, pensou Lan zhan, histérico Geralmente, aquela era a melhor hora de seus longos dias atarefados. Os clientes do restaurante já tinham ido embora, satisfeitos, as ajudantes já haviam completado a arrumação e saído. Era hora de relaxar e bater papo, como Lingjiao dizia.

Desde o reaparecimento de Wei wuxian, Lan zhan evitava ficar sozinho com a governanta, temendo suas perguntas que, sabia, seriam inúmeras.

- Quem diria que Wei Wuxian acabaria se transformando naquele homem? Seria cedo demais para ele fazer uma oferta consistente, sabemos, mas pense só... anos antes, quando vocês andavam juntos para cima e para baixo, ele quase não tinha dinheiro! Lembro-me de como ele ficou agradecido por poder trabalhar aqui em troca apenas de um lugar para dormir e algo para comer. E agora ele reaparece para comprar o Recanto das nuvens.

Dificilmente. Wei wuxian não ergueria um dedo agora para ajudá-los a sair do poço em que haviam entrado. Lan zhan sorveu um gole de vinho. Assentiu, embora soubesse que não havia esperança de que Wei Wuxian recomendasse a compra do Recanto das Nuvens ao Grupo lótus. Não após confirmar que ele era o pai de A-yuan.

Wei wuxian se afastará dele e de tudo o que tinha a ver com ele. Não haveria nenhuma oferta, nem contato futuro. Estranhamente, o que mais magoava era a falta de interesse dele no filho. Após arrancar-lhe a verdade, ele lhe dera as costas, sem manifestar o menor desejo de revê-lo

Tomara a atitude certa confessando toda a verdade? Wei wuxian  desconfiava da paternidade de A-yuan e, se ele continuasse negando, ele simplesmente procuraria confirmar as suspeitas sozinho, quem sabia com que métodos!

Do modo como fizera, não haveria repercussões. Wei wuxian descobrirá a verdade e fora embora. Ninguém mais saberia. Era tolice sentir-se magoado porque ele não se interessava pelo filho, por não se preocupar com seu bem-estar, com seu futuro, simplesmente banindo-o de sua vida.

Tolice, porque ele não o queria em sua vida, ou na de A-yuan...

- Então, vai dar a notícia a seu pai agora? Não pode protelar mais, não agora que deu o passo inicial. - Lingjiao terminara o chocolate. Recostou-se e cruzou os braços sobre o peito avantajado. - Ele vai ficar aborrecido, mas não se aflija. Seu pai está bem mais forte agora. A negociação da dívida é que vai esgotá-lo...

Como se Lan zhan não soubesse! Temia contar ao pai o real motivo de terem de vender o hotel-fazenda que era o lar dos Lans havia tantas gerações.

Teria de explicar ao pai que sua finada esposa, além de viver um degradante romance tórrido com o marido do enteado, também andara desviando dinheiro do faturamento do hotel e do restaurante, deixando como heranças dívidas vultosas, as quais só conseguiriam honrar vendendo a propriedade. Lan xichen  iria se sentir ainda mais magoado e humilhado, como se já não tivesse sofrido o bastante!

Não havia a menor possibilidade de continuarem com o negócio. Uma segunda hipoteca era totalmente inviável, informou o gerente do banco. Lan zhan levou a taça vazia à pia e a lavou. Por maior que fosse a tentação de se anestesiar com álcool, sabia que não devia beber mais.

- Vou contar tudo a ele na segunda-feira.
- Recolheu a caneca de Lingjiao. - Faremos o melhor possível no fim de semana, e ele terá mais alguns dias de relativa paz. Poderá relaxar ao sol. A previsão é de tempo bom novamente...

Na baixa temporada, o restaurante fechava aos domingos, os quais Lan zhan sempre fizera questão de dedicar à família. A parte os problemas que atravessava, garantiria um final de semana maravilhoso. Então, na segunda-feira, contaria tudo ao pai.

- Certo. - Lingjiao  levantou-se. - Hora de dormir. Vou perguntar a Qinsu o que ela
acha de eu ir morar com ela. Quando isto aqui passar para outro dono, claro. Não pensaria em ir embora antes disso.

A governanta pareceu abatida, e Lan zhan sentiu um aperto no coração. Lingjiao passava os domingos com sua irmã, Qinsu, ali perto, em Qichan. Elas se toleravam em doses homeopáticas, mas era o máximo. Qinsu implicava demais com a vida solitaria que Lingjiao levava, sempre comentando que ela e o marido tinham filhos e a irmã, não.

- Não por muito tempo, veja bem - acrescentou Lingjiao, a voz trêmula. - Só até eu encontrar outro emprego com moradia.

- Oh, Ling! - Impulsivamente, Lan zhan abraçou a governanta e amiga  oferecendo seu conforto e imaginando quanta miséria mais teria de enfrentar.

Lingjiao era governanta do Recanto das nuvens desde que era criança sempre estivera lá para ele... principalmente após a morte de sua mãe. Agora, tudo o que podia lhe oferecer em troca de tantos anos de dedicação era seu profundo afeto.

E afeto era de pouca ajuda para alguém que vislumbrava um futuro sem teto e sem emprego...

- Por que o velho Don gosta tanto de torta? - indagou A-yuan, dançando ao lado de Lan zhan

O menino detestava tortas de qualquer tipo e, naquele domingo, como em todos os domingos, levavam duas tortas para o velho jardineiro no andar de cima do estábulo. Uma de fígo e a outra de maçã. A-yuan preferia sorvete.

- Porque ele sabe o que é bom para ele. - Lan zhan sorriu para a pilha de energia que se agitava a seus pés. Suas características... os cabelos pretos sedosos e os olhos cinza azulados... remetiam tanto ao verdadeiro pai que Lan zhan duvidava de que aqueles que tivessem conhecido o jovem Wei wuxian  já não tivessem feito a ligação.

Se tudo tivesse sido diferente e A-yuan pudesse ser criado pelo pai e pelo mamã... Lan zhan sentiu um nó na garganta de emoção. Mas isso não seria possível.

Na época, quando Wen Ning  sugeriu que se casassem,o que o livraria das dificuldades, parecera-lhe uma opção fácil, a única viável.

Como podia, naquela tarde de outubro, quase seis anos antes, saber como Wen ning era um trapaceiro? Desconfiara de sua verdadeira intenção ao encontrá-lo chorando na escada de serviço? Ainda se lembrava do diálogo...

- Lan zhan? O que foi?

Se não estivesse tão perturbado, teria estranhado a presença do contador na escada de serviço da mansão. Teria imaginado, tirado conclusões e, talvez, evitado o pior.

- Não precisa se preocupar - prosseguiu ele. - Seu pai vai se recuperar. Já saiu da unidade de terapia intensiva, recebe alta na semana que vem. - Tocou de leve em seu ombro e ofereceu conforto, desajeitadamente. - Ele vai ficar bem... desde que se cuide.

Lan zhan soluçou mais forte. Sabia que estava constrangendo o pobre homem, mas não podia evitar. Seu pai sofrerá o primeiro e quase fatal ataque cardíaco, sem mais nem menos, uma semana antes, e o cardiologista recomendara poupá-lo de preocupações, ansiedades e situações estressantes por algum tempo.

Sendo assim, como lhe contar que estava grávido? Naturalmente, ele perguntaria quem era o pai da criança. Teria coragem de revelar? Sabendo que Lan xichen o amava, conhecendo seu caráter, tinha certeza de que ele moveria céus e terras para localizar o biltre Wei wuxian

Como declarar que não se casaria com Wei wuxian nem que sua vida dependesse disso? Afirmar que fizera sexo com ele simplesmente porque tivera vontade, que não o amava? Como podia se pintar tão baixo e vil aos olhos do próprio pai?

Como contar a verdade... que não se ligaria a um homem que o fizera se apaixonar deliberadamente, propondo-lhe casamento, fazendo amor com paixão... provavelmente engravidando-o de propósito para lhe aplicar o golpe final... de olho no hotel-fazenda do qual ele o único herdeiro? Um alfa que, além disso, entrara na mansão na ausência do dono e tentara seduzir Qing sua esposa!

Sem revisão

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