❤️ capítulo 20💛

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Wei wuxian sabia que ele não queria causar ansiedade ao pai. Aquele era um dos trunfos dele! Lan zhan meneou a cabeça. Só concordava com aquele casamento lamentável por causa do bem-estar e felicidade de seu pai e seu filho.

- Então, estamos acertados - concluiu ele. Lan zhan não se rebaixaria:

- Acha que me enquadrou nas suas "condições"? Não sou capacho, Wei wuxian. Você faz as condições, estabelece as regras. Você tem um filho, o mamã desse filho e a sua liberdade. - Pensava na liberdade dele em usar aquele apartamento para encontros extraconjugais. Detestava perder o controle por ciúme, mas não conseguia evitar. - E o que eu ganho? Um marido que me despreza abertamente... um tirano... um marido que provavelmente não piscaria um olho se eu fosse atropelado por um ônibus!

- Fiquei de pagar as suas dívidas - lembrou ele, gélido. - Terá uma casa decente e uma vida de luxo... que é mais do que merece, dada a sua disposição para gastar a rodo. E, já que estamos falando de suas dívidas, as quais, meu querido já acertei, quero que me esclareça um detalhe.

Disposição para gastar a rodo! Ele falava de suas compras naquele dia? Bem, ele disse para gastar, não? Seria o tipo de alfa  que dizia uma coisa e queria outra?

Claro que era. Se sua atitude no passado era uma prova.

- Vou dormir - declarou Lan zhan, tenso O que quer que ele quisesse esclarecer, podia esperar.

Wei wuxian o segurou pelo braço.
- Sente-se, Lan zhan.

- Não quero falar com você! - Ele tentou se desvencilhar. Foi um erro, pois ele o segurou com mais força, puxando contra si. A proximidade física lhe causou sofrimento no coração mais uma vez.

Wei wuxian ofegava, cerrava os dentes. Queria chacoalhá-lo, travando uma batalha interna consigo mesmo. Ao manifestar-se, parecia já controlado.

- Lan zhan, sei o quanto está magoado comigo, o que sente por mim, mas podemos tentar agir normalmente, como adultos, em vez de travar uma guerra verbal? Educação não custa nada e ameniza a convivência

Wei wuxian não imaginava como ele se sentia sobre ele! Como bastava vê-lo para se sentir excitado Estava ficando louco com o controle que tinha de exercer. Mas ele tinha razão num ponto. Educação não custava nada

Amadureceu  muito após o nascimento de A-yuan. Aprenderá a lidar com a angústia da traição de Wei wuxian do casamento falso, do fardo da responsabilidade de administrar o hotel e o restaurante. Conseguira até enfrentar o trauma de dois meses antes com dignidade e determinação, minimizando o dano que a traição de Ning e Qinq poderia ter lhes causado.

Reencontrar Wei wuxian concordar com aquele casamento o  transformara em criança petulante outra vez. De um jeito ou de outro, ele sempre exercia um efeito catastrófico nele. Tinha de se libertar!

- Do que se trata? - Ele lhe mostraria que podia ser sensato também, adulto ,como ele dissera.

- Vamos nos sentar.

Racionalmente, ele não fazia objeção. Mantendo a compostura da melhor forma possível, permitiu que ele o conduzisse ao sofá de couro diante da mesinha coberta de papéis.

Felizmente, ele soltou seu braço, e ele pôde respirar com mais facilidade. Sentou-se na ponta do móvel e juntou as abas do robe de cetim sobre os joelhos. Wei wuxian acomodou-se no centro. Ele inclinou-se para reunir alguns papéis, a malha da camiseta se retesando contra os músculos bem torneados das costas, e ele engoliu em seco, com um nó na garganta.

Lan zhan cruzou os dedos no colo para não se estender e tocá-lo involuntariamente. Wei wuxian endireitou-se e passou-lhe alguns papéis, uma folha de cada vez.

Eram extratos de conta bancária, constatou ele, ao se estender. Só esperava que o robe não se abrisse.

- Aproxime-se - convidou ele. - Eu não mordo.

Lan zhan surpreendeu-se com o leve tom de divertimento. Se ele começasse a ser gentil assim com ele estaria perdido. Seu coração estúpido parecia interpretar qualquer sinal de amabilidade como uma possibilidade de que tudo podia voltar a ser como antes entre ambos.

Adultos, seres humanos racionais, resmungou consigo mesmo, como um mantra. Aproximou-se o bastante para verem os documentos juntos.

Wei wuxian marcara nos extratos os valores referentes à hipoteca vultosa que ele e Ning haviam contraído para redecorar o hotel e para construir uma sala de música em estilo eduardiano. Nenhum dos projetos se materializara.

Semanas depois, a soma total fora transferida. Wei wuxian marcara a operação também. E várias outras somas vultosas foram sacadas nas semanas seguintes, bem acima do limite normal.

Lan zhan estava trêmulo. Sentia-se nauseado, tão assustado quanto no dia em que o gerente do banco o chamara.

- O que aconteceu com o dinheiro? O que fez com ele?

A voz parecia distante. Lan zhan não conseguia responder. Sentia-se enjoado de vergonha. Meneou a cabeça, mas ele insistiu.

- Eu paguei ao banco e acertei as dívidas. Não acha que tenho o direito de saber?

Claro que tinha. E por que tinha de ser tão sensato? Se ele gritasse, ele responderia da mesma forma e o mandaria passear.

Piscou devido às lágrimas que brotavam.

- É... é uma longa história
- Temos a noite toda - retrucou Wei wuxian impassível.

- Você não ia sair? - Ele agarrou-se à tábua de salvação.

Ele não jantara ainda. Devia estar com fome. - Mudei de idéia.

Lan zhan engoliu em seco e esfregou os olhos para controlar as lágrimas. Teria de reviver a experiência novamente e, com isso, o desespero. Sentiu que Wei Wuxian se levantara e ouviu o tilintar de copos.

- Beba isso. Deve ajudar.

Conhaque. Ele reconheceu o aroma quando ele lhe passou a taça bojuda, forçando-o a tomar um gole grande.

Wei wuxian bebeu também e sentou-se, ajustando-se no canto do sofá, as pernas longas estendidas, o olhar firme. O mesmo olhar que usara ao pedir que falasse de si mesmo, anos antes, sem jamais falar de sua própria origem... de onde viera, o que pretendia fazer da vida. O detalhe não parecerá importante ao  adolescente ofuscado, então. Imaginava que não importava naquele momento também... a necessidade dele de dissecá-lo, de obrigá-lo a desnudar a alma.

O conhaque, após tanto vinho, poderia deixá-lo grogue novamente. Mas ele precisava do estimulante. Ajudou-o a recompor-se, mas só um pouco.

- Depois que me casei com Ning... após o primeiro ataque cardíaco de meu pai, ele... meu pai, quero dizer... colocou a propriedade, o negócio, tudo em meu nome. Achou que era o mais sensato a fazer. - Lan zhan franziu o cenho. Não foi sensato... considerando o que acontecera, fora a idéia mais estúpida que Xichen podia ter tido

Sem revisão
Perdoe a demora não estou muito bem de saúde

Uma paixão do passado Onde histórias criam vida. Descubra agora