despedaçava seu coração. Os novos proprietários não permitiriam que o ancião continuasse naquele quartinho, nem o pagariam pára "supervisionar" o trabalho nos jardins, função que Lan Xichen inventara só para fazê-lo se sentir útil.
Não pensaria mais no velho Don, nem no choque que fora reencontrar Wei wuxian Não naquele domingo.
- Pronto para o café?
Lan Xichen devia ter cortado o consumo de cafeína e álcool, mas não dava ouvidos aos médicos. Sua teoria era de que, se estava para bater as botas, que matasse logo todas as vontades. Secretamente, Lan zhan achava que ele se recusava a cumprir as ordens do médico porque, desde a morte de Qing e a descoberta de que ela o traía havia muito, não tinha mais ânimo para viver.
- Mas vou tomar suco de laranja hoje
- cedeu ele, e Lan zhan arregalou os olhos, surpreso. Ele sorriu.
- Não vai adivinhar quem telefonou e se convidou para o jantar enquanto você visitava o velho Don!Lan zhan não via o pai tão contente havia meses.
- Papai Noel, pelo jeito! Lan Xichen riu.
- Não chega a tanto! Mas é quase tão bom. Você se lembra dele... parece até que teve um fraco por ele, pelo que me lembro.
Wei wuxian... um bom rapaz, sempre achei, inteligente demais para andar por aí, aceitando trabalhos esporádicos. Lamentei quando ele simplesmente desapareceu. Desvencilhou-se dos bracinhos do neto e sorriu carinhosamente enquanto o punha no chão para ir brincar com a bola.Estava alheio à perturbação do filho
- Ele conseguiu vencer... é presidente do Grupo lótus, acredita? Gentil da parte dele entrar em contato, não acha?
Paralisado, Lan zhan sentiu o estômago se revirar. Não podia estar acontecendo... Não podia! Mas estava
- Você disse... disse que ele vem para jantar?
- conseguiu verbalizar, controlando o impulso de gritar
. - Mas quando?- Esta noite. Você não vai estar ocupado com o restaurante. Mas ele não faz questão da comida... pelo menos, foi o que disse. - O pai fitou-o confuso.
- Não precisa se desesperar. Achei que nos faria bem... companhia nova e tudo o mais. Estou ansioso para saber como ele passou de errante a presidente de uma empresa como a Lótus.Lan zhan sabia que Wei wuxian havia herdado a empresa do tio Mas não disse nada.
- Vou buscar o suco.
- Levantou-se com as pernas trêmulas.- Não ficou chateado, ficou? - inquiriu o pai, estranhando a reação.
- Não, claro que não
- disfarçou Lan zhan Mas se importava, muito. Correu para o vestiário dos funcionários e vomitou o café da manhã.Sentia-se à beira da morte. Mirou-se no espelho sobre a pia em que molhara o rosto. E estava com a cara da própria.
Tinha de se recompor Rápido.
Não imaginava por que Wei Wuxian se convidara para jantar. Para ostentar seu sucesso e poder diante dos Lans quase falidos? Para dizer ao homem que um dia lhe permitira ocupar o velho carroção, que o alimentara e lhe pagara uns trocados por um trabalho braçal, que agora estava em condições de comprar o Recanto das nuvens mil vezes, se quisesse, mas que não o faria, porque o herdeiro dera à luz um filho dele e nunca o procurara?
Ele seria tão cruel? Tão mau-caráter?
Não tinha como saber. Teria de dar um jeito de se encontrar primeiro sozinho com ele naquela noite... para ameaçá-lo de morte se ele fizesse algo que perturbasse seu pai convalescente!
Beliscou o rosto para ganhar cor, endireitou-se, respirou fundo e foi providenciar o suco de laranja. Passou o resto do dia preocupado, tentando disfarçar a preocupação, e já estava uma pilha de nervos quando chegou a hora de trocar de roupa para o jantar.
O que vestiria? Perturbado demais para se concentrar em detalhes tão fúteis, pegou a primeira roupa que viu no guarda-roupa um terno que
Não se lembrava da última vez que o usara. Provavelmente, num jantar de aniversário de casamento, poucos meses após o nascimento de A-yuan. Devia ter sido. Quando completaram dois anos de união, Wen Ning já não dava importância a essas bobagens.
Como se o descaso do finado marido importasse, àquela altura estava terminando de fechar o zíper da calça quando ouviu o pai descendo pouco antes e teria de se arranjar sozinho Ele devia estar acendendo a lareira na sala de jantar. Lan Xichen gostava de proporcionar conforto aos visitantes. Embora os dias fossem relativamente quentes, esfriava à noite.
Não que Lan zhan se importasse se Wei wuxian morresse congelado. Apenas precisava falar com ele antes do encontro com Lan Xichen. Tinha quarenta e cinto minutos.
Felizmente, A-yuan adormecera logo, cansado do passeio que fizera à enseada, enquanto o avô tirava a sesta. Paralisou-se apreensivo, pensando no filho. E se Wei wuxian decidisse requerer a guarda de A-yuan?
Nada o impedia de entrar com um processo na justiça.
Além de esconder do verdadeiro pai a existência da criança, permitiu que esta fosse registrada como filho de outro homem. Após a venda do Recanto das nuvens e a renegociação da hipoteca vultosa e das outras dívidas, teriam que se mudar para uma casa modesta, e ele trabalharia o dia inteiro para sustentar a família. A-yuan ficaria com o avô, cuja saúde piorava a cada dia, para dizer o mínimo!
Estava aterrorizado com a possibilidade. Seu coração batia descompassado, os pensamentos sucediam-se sem controle. Arrepiou-se ao ouvir um automóvel estacionando diante da mansão, bem debaixo de sua janela.
Terminou de se arrumar e correu até a janela, confirmando seu pior pesadelo. Wei wuxian saltava de seu carro luxuoso, em terno cinza-claro, muito elegante e descontraído. Parecia o que era... um homem poderoso em seu auge, com um toque de arrogância no posicionamento dos ombros largos... algo que inexistia quando o conhecera, quando o amara...
Praguejou deselegante e levou um segundo para calçar os sapatos e outro para avaliar-se no espelho, só para concluir, desolado, que estava horrível.
Sem revisão
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Uma paixão do passado
Fiksi PenggemarUm preço a pagar... Lan Zhan acreditava ter sido traído por seu grande amor, Wei wuxian, seis anos atrás. Na época não pensou duas vezes e terminou seu relacionamento antes mesmo de saber que esperava um filho dele. Agora, Lan Zhan está perto da fa...