❤️ capítulo 19💛

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Wei wuxian estava na sala, junto à mesinha, cercado de papéis, quando Lan zhan entrou, carregado de pacotes e sacolas. Ele ergueu o sobrolho.

- Boa noite - cumprimentou ele, e foi direto para o quarto, Mas sentia o coração palpitante, a dor que sempre vinha quando ele o fitava com raiva. Mas podia ignorar isso, não podia?

O banho ajudou, a água morna lavou o suor do dia atarefado. Nem pensaria em experimentar as roupas lindas que comprara todo esbaforido e pegajoso.

Junto ao toucador, abriu o frasco de um perfume de grife e passou um pouquinho na pele do pulso, detendo-se nu diante de um dos amplos espelhos.

Emagrecera muito recentemente, mas não estava tão magro quanto parecia ao usar as roupas folgadas. Os ombros e braços pareciam frágeis, a cintura fina sem um grama de barriga.... embora não tão vistoso quanto as formas sensuais que deixaram Wei wuxian louco havia tanto...os quadris mantinham a proporção, que, como ele dissera, deixava-o fora de si.

Rindo, vestiu o novo robe de cetim. Estava só um pouquinho tomado pelos efeitos do vinho que acompanhara tão bem o prato espanhol. De outra forma, não teria avaliado o próprio corpo. Não era de seu feitio, jamais o fizera, desde...

- Lan zhan?

Ele saiu do banheiro exalando uma nuvem de perfume e procurou o cinto do robe, a fim de assumir uma aparência decente. Mas devia ter se certificado antes. Não percebeu que o marido já entrara no quarto.

Brigou com o cinto, que escorregou. As abas do robe de cetim se abriram, e ele não conseguiu mais se mexer. Sentindo mais do que choque, percebeu a mudança de expressão no rosto anguloso de Wei wuxian, viu os olhos dele se obscurecerem ao avaliar cada curva e cavidade de seu corpo exposto.

Lan zhan não ouvia nem a própria respiração. Talvez não estivesse respirando. O ar parecia espesso nos pulmões. Mas sentia... sentia a reação do próprio corpo ao escrutínio, o calor tomando conta, os mamilos se enrijecendo.

Sua resistência deixaria de existir, como sempre, se Wei wuxian se aproximasse. Um mínimo movimento da parte dele, e ele se atiraria em seus braços, implorando para que o levasse àquele lugar maravilhoso, abandonado anos atrás.

- Cubra-se - ordenou ele, rude

Ele obedeceu, o tom áspero arrancando-o da inércia. Wei wuxian deu as costas enquanto ele fechava o robe e amarrava o cinto com tanta força que poderia ter se cortado ao meio. Em postura rígida, seu marido caminhou até a porta e só então se voltou, encarando-o friamente.

- Vim saber se gostaria de jantar fora esta noite, ou se prefere pedir algo novamente. - Um músculo saltou no maxilar dele. Mantinha os lábios comprimidos.

- Já jantei. - Como soava amuado, pensou. De frustração, imaginava, por conta de sua incapacidade de controlar as reações do corpo quando estava na presença daquele alfa.

Lan zhan jamais se considerou uma pessoa libidinosa. Quando fizeram amor de forma tão arrebatadora, seis anos antes, estava perdidamente apaixonado por ele. Detestava pensar que podia desejar um alfa sem amá-lo. Seria degradante demais.

- Então, não vai se opor se eu sair. E, caso esteja interessado, seu pai telefonou por volta das seis horas. A-yuan queria falar com você, mas eu preenchi a lacuna.

Ele queria fazê-lo sentir-se culpado? Além de tudo... magro ,perdulário, barato e mentiroso

Bem, ele falhou. Pelo menos, o choque do incidente o deixou completamente sóbrio. Viu as horas. Quinze para as oito. O dia seguinte era sábado, não havia escola, e A-yuan podia estar acordado ainda.

Foi- à sala, pegou o telefone, teclou rapidamente os números e pegou A-yuan no momento em que ia se recolher.

- Já tomei banho, tomei o leite e rezei com vovô. Estou sendo bonzinho.- contou a menino, quando Lingjiao passou-lhe o telefone.

Ele parecia tão carente que Lan zhan sentiu acionar-se o instinto maternal. Não era seu filho serelepe! Podia imaginar os grandes olhos cinza, solenes e límpidos, como sempre ficavam quando seu pequeno estava preocupado e inseguro sobre algo. Imaginava o beicinho...

- Gostou do chalé? - indagou, para saber se aquele era o problema. Embora o menino já conhecesse a casa, pois já tinham ido lá duas vezes, para abastecer a despensa e providenciar outros itens.

- Gostei - respondeu A-yuan, após pausa longa, respirando fundo. - Mas seria melhor se estivesse aqui, Quando volta?

- Logo, querido. Estou com muita saudade também. - Ele olhou para Wei wuxian parado no meio da sala, as mãos nos bolsos da calça jeans, atento à conversa. - Na verdade, sinto tanta saudade que decidi voltar bem antes do previsto.

E tente me impedir!, avisou ao marido com um olhar ao desligar o telefone. Em voz alta, explicou:

- A-yuan está triste. Sente a minha falta. Vou para casa amanhã. De trem, se necessário.

- A-yuan está bem - contrariou ele. - Não é tão pequeno para não entender que não pode ter o que quer todo o tempo. Está com Xichen e Lingjiao e, além disso, o que pensarão se voltar sozinho amanhã? Que o casamento fracassou antes de começar.

Lan zhan levou as mãos aos quadris. Não acreditava no que ouvia!

- Coloca as aparências acima da felicidade de A-yuan? Céus, ele é só uma criança! - Enrubesceu, e seus olhos ficaram muito dourado

Wei wuxian lançou-lhe um olhar frio de desdém.

- Eu não colocaria nada acima do bem-estar do nosso filho, como bem sabe. Pegou-o num momento ruim, a caminho da cama, provavelmente cansado.

O olhar dele brilhou. Provavelmente, havia alguma razão no argumento. Antes de passar o telefone ao menino Lingjiao contou que ele foi à festa de aniversário de um coleguinha naquela tarde. Havia castelinhos e muitos brinquedos. A-yuan ficará muito excitado e, depois, emburrado.

- E quanto à paz de espírito de Xichen? - observou Wei wuxian. - Se interrompermos nossa lua-de-mel, ou se você chegar sozinho em casa amanhã, ele vai ficar preocupado com o nosso casamento. Quer isso? A fachada de felicidade era uma das condições, lembra-se?

Desculpa a demora

Uma paixão do passado Onde histórias criam vida. Descubra agora