❤️ capítulo 25💛

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Chegou à porta, mas esta se abriu antes que tocasse na maçaneta.

Wei wuxian parecia abatido, como se não dormisse havia uma semana, como se algo em sua mente lhe drenasse toda a força.

Gotas de chuva brilhavam nos cabelos pretos sedosos e sobre a jaqueta de couro. Lan zhan sentiu o coração falhar uma batida e então se acelerar. Desejou aninhar o marido junto ao peito, eliminar com beijos as marcas de cansaço de seu rosto. Não importava o que ele lhe fizera, a miséria que ele criara, pois ainda o amava. Aquela era a dura verdade que tentava sufocar. E chegara a hora de lidar com ela.

- Disseram-me que estava aqui. Que eu poderia alcançá-lo antes que voltasse. - Ele fechou a porta, o olhar determinado, os lábios comprimidos. - Nada a dizer? Que tal: "Como vai? Fez boa viagem?".

Lan zhan tentou falar, mas as palavras não vieram. Mesmo assim, seu cérebro gritava. Não era mais um adolescente tolo nas mãos de um bonitão encantador, apaixonado por um homem que tinha uma caixa registradora no lugar do coração. Não podia ainda estar apaixonado por ele. Não podia!

-Eu... não o esperava - improvisou. - Passou no chalé?

Que pergunta idiota! Mereceu a resposta seca.

- Claro, de que outra forma saberia onde encontrá-lo? Cheguei a tempo de tomar chá e brincar um pouco com A-yuan. - Surgiu um leve sorriso, como se, apesar da situação desagradável, se reconfortasse com a lembrança do momento feliz. - Eu disse que me encontraria com você e o  levaria para jantar. Lingjiao achou que você preferiria voltar para se trocar, mas eu garanti que não seria necessário. Vamos a um restaurante tranqüilo e isolado. - Estreitou o olhar. - Esperam que passemos algum tempo juntos, sozinhos. Acho que isso dará a impressão correta.

Wei wuxian era ótimo em causar boas impressões. Lan zhan voltou-se, não queria que ele visse a mágoa em seu olhar. Como ele conseguia facilmente fazer as pessoas verem o que ele queria que vissem! Só ele conhecia o verdadeiro homem por trás da fachada de charme e consideração

- Não estou com fome - declarou, tenso.

- Nem eu. - Wei wuxian avançou e agora estava bem atrás dele.

Lan zhan perturbou-se com a proximidade, como sempre, e voltou ao banco junto à janela. Wei wuxian observava cada detalhe do quarto. O papel de parede em tons suaves de verde e azul, a colcha branca virginal na cama estreita. Ele desejou que ele fosse embora e o deixasse em paz.

- Quero lhe fazer um pedido. - Ele se sentou na beirada da cama. - Entenderei se não quiser atender, mas, nestas circunstâncias, tenho o direito. - Respirou fundo. - Conte-me sobre Ning 

Ele arregalou os olhos. Era a última coisa que esperava.

- Contar o quê? Já sabe que ele era mentiroso e ladrão. De que mais precisa saber?

Wei wuxian o  fitou insensível.

- Do seu relacionamento. Como era? Ele era bom na cama? Ele o satisfazia? Embora tenha apenas uma vaga lembrança do homem, acho que não. Estava sempre dando um jeito de estar com Qing, e você, se me lembro bem, era exuberante...

Ele deixou a implicação pairar no ar, e Lan zhan levantou-se indignado Não tinha de ouvir aquilo!

- Gosta de ser cruel? - Quando passou a caminho da porta, Wei wuxian o segurou pelo braço e obrigou o se sentar a seu lado na cama. - Não tenho de dizer nada! Como você mesmo observou!

- Responda.

Ele não ia soltá-lo Lan zhan não confiava em si mesmo tão perto dele. Apesar de tudo, o instinto de entregar-se ao marido era forte. Era loucura!

- Eu tenho de saber - insistiu Wei wuxian. - Preciso saber. Se acha que eu estou sendo cruel, então não sabe nem metade. Sempre achei que o lado físico do nosso relacionamento era muito especial, algo que só acontece uma vez na vida... e quando se tem sorte. Odiava achar que Ning...

- Não me diga que está com ciúme! - As lembranças dele do passado eram de longas noites de verão perfumadas e repletas de amor. As dele deviam ser as mesmas noites... de sexo bom, condimentadas com a perspectiva de se tornar marido do herdeiro de uma propriedade valiosa.

- Lan zhan... como disse antes, não temos de transformar cada encontro particular em uma batalha. - Wei wuxian soltou-o. Parecia cansado.

Ela não se .afastou

. Ele tinha razão. A vida ficaria. insuportável se se atracassem sempre que ficavam a sós.

Não tinha nada a perder contando a verdade.

- Antes de aceitar a proposta de Ning deixei claro que não o amava - explicou. - Ele entendeu. Eu gostava dele. Respeitava-o. Estava agradecido por ele se importar comigo. Era fraco, idiota - admitiu Estava assustado demais... com muitas coisas, mas principalmente com a idéia de preocupar meu pai... de ficar sozinho Ele sugeriu quartos separados, porque tinha o sono leve, e eu, grávido, precisava de descanso. Nada mudou depois que A-yuan nasceu. Ele até fez uma tentativa para consumar o casamento...

Wei wuxian ficou vermelho de raiva. Lan zhan relatou o constrangimento do encontro.

- Foi um fracasso. Ning já me dissera que era estéril, e eu presumi que fosse impotente também. Mostrei-me tão solícita quanto um bloco de madeira. - Podia confessar o vexame, mas não entendia por que, após Wei wuxian, nenhum outro homem conseguiu  excitá-lo

- Foi um alívio, na verdade, não ter de dormir com ele. Mas Ning continuava gentil, atencioso. Não podia ser diferente, tendo em mente o grande golpe em andamento. Parece que não sei mesmo julgar as pessoas.

- Obrigado por sua honestidade. Não precisava me contar. Não tenho nenhum direito no que se refere a você. Meus direitos começam e terminam em meu filho.

Ele percebeu que ele ia se levantar. Esperava que o momento de confidência fosse criar um elo entre eles, mas era estupidez.

Voltaram para casa dirigindo cada qual seu automóvel, e chegaram a tempo de colocar A-yuan na cama. O garotinho insistiu para que Wei Wuxian lhe lesse uma história. Lan zhan foi à cozinha preparar um chá e ponderou sobre o esquema na hora de dormir

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