❤️ capítulo 24💛

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Só dinheiro. Wei wuxian estava disposto a investir uma grande soma para ter o filho em sua vida de forma permanente. Mas a perspectiva de recuperar o montante desfalcado do hotel o fazia até se esquecer do filho e da necessidade de manter a aparência de um casamento feliz.

Nos dias que se seguiram, Lan zhan voltou a pensar no assunto sempre que se via desocupado.

- Está pensando nele, não é? - indagava Lingjiao 

Lan zhan não o contrariava. A governanta era como uma mãe para ele Imaginava se Lingjiao deduzira... assim como seu pai... que Wei Wuxian era o verdadeiro pai de A-yuan 

Felizmente, ele não comentou nada sobre o assunto. Lan zhan achava que desabaria se tivesse de falar a respeito, colocando tudo a perder. Mas era certo que a curiosidade de Lingjiao aumentaria.

- Sim - confirmou, com um suspiro. - Mas ele disse que não ficaria longe por muito tempo.

Wei wuxian partira havia duas semanas e ligava todo fim de tarde.

- Diga-lhes que o problema era mais complexo do que eu pensava - instruía ele, e então pedia para falar com A-yuan.

Lan zhan deixou o pai lendo na sala, diante da lareira, e foi passar roupa na cozinha. Acabou o serviço e dobrou a tábua de passar. Lingjiao guardara na geladeira a torta que fizera para o jantar.

- Que tal uma xícara de chá? Seu pai deve estar esperando, se eu o conheço!

Lan zhan percebeu que devia se afastar dali. Cada dia longe de Wei wuxian deixava-o mais inquieto a perturbação interna crescia a cada hora

- Pensei em ir ao recanto das nuvens verificar as obras. - Precisava de um tempo sozinho. Verificaria os trabalhos, claro, para poder contar na volta, mas deixaria os operários em paz e encontraria um lugar calmo para refletir e aceitar como seria sua vida dali para a frente, aceitando a indiferença de Wei wuxian.

- Poderia pegar A-yuan na escola? - pediu a Lingjiao Não haveria dificuldade, pois a escola da vila ficava bem perto. - E também dar o lanche da tarde? Não sei exatamente quanto tempo ficarei fora.

- Claro. E excitante, não é? Vai ser mesmo muito bom quando voltarmos para lá. E não se aborreça com seu marido... ele não vai ficar nem um minuto a mais longe de você e de A-yuan!

Lan zhan tirou o casaco acolchoado do armário e saiu.

O hotel-fazenda não ficava longe, apenas alguns quilômetros. Após estacionar no pátio de cascalho, foi visitar o velho Don. Ele insistiu para que ele tomasse uma xícara de chá em sua companhia. Lan zhan teve de sorrir quando o jardineiro aposentado garantiu que estava de olho nos operários, para que não deixassem nada mal-feito!

Lan zhan avaliou o local do antigo restaurante. Abrir a piscina, reformar o interior, instalar o sistema de aquecimento e drenagem levaria algum tempo, mas as obras estavam adiantadas.

Os itens da cozinha industrial desapareceram. O chão ganhará piso rústico novo, um fogão profissional vermelho novinho que Lingjiao insistira em ter, e armários e gavetas em madeira ecológica de pinho reciclado.

A cozinha country com que Lingjiao sempre sonhara estava se materializando. Mas e quanto aos sonhos de Lan zhan?

Afastou-se dos trabalhadores, que haviam parado para lhe fazer um breve relatório. Não queria que eles percebessem o brilho das lágrimas em seus olhos.

Não tinha sonhos. Não se dava esse luxo.

O Alfa que amara nunca existiu. O homem que amara era a perfeição. Uma fantasia, alguém que ele criara para ele. A realidade mostrou-se bem diferente, e Qing a revelara.

Deteve-se na metade da escada de carvalho imponente e sentiu um aperto no coração. Podia realmente confiar na palavra da madrasta traidora?

Qing revelara-se vil, ladra reles que tramara um golpe com o amante para roubar tudo do marido traído. Anos antes, dissera ao enteado a verdade sobre o que Wei Wuxian fizera e dissera?

Por um instante, Lan zhan sentiu esperança, mas logo a porta se fechou

.

Subiu a escada agarrando-se com força ao corrimão, sentindo as pernas pesadas. Mesmo que decidisse descontar o que a madrasta dissera, havia a evidência, que vira com os próprios olhos: Wei wuxian saindo do quarto de Qing, batendo a porta, cego de ódio a ponto de não vê-lo ali perto!

Chegara a ir atrás dele, enquanto ele se dirigia à escada principal, mas pensara melhor. Nunca vira Wei wuxian zangado antes, ou melhor, nunca vira ninguém tão zangado. Assim, fora ao quarto de Qing e ficara estarrecido com seu relato

A madrasta não tinha por que mentir, não quanto a Wei wuxian. Não tinha nada a ganhar. Agora, entendia por que Wei Wuxian saíra dali tão alterado. Fora rejeitado sexualmente e demitido num golpe só! Somente após a morte da madrasta, havia pouco tempo, portanto, descobrira do que a mulher era capaz... mentiras, trapaça. Seria fácil naquele momento, em retrospecto, acreditar que ela mentiu sobre o que Wei Wuxian dissera e fizera. Mas não podia se esquecer, tampouco, de que Qing não ganharia nada inventando aquela história ou ganharia!

Lan zhan chegou ao quarto que era seu desde a infância e acendeu a luz. Por um minuto, recostou-se na porta e desejou que o vazio em seu peito desaparecesse. Um vazio que parecia maior após o instante de esperança

Então, ele foi ao banco junto à janela e apreciou o entardecer.
Já escurecerá completamente quando os operários foram embora. Lan zhan avisou que trancaria a porta ele mesmo. Portanto, estava na hora de se mexer. Levantou-se e espreguiçou-se para aliviar a tensão do corpo. Não conseguiu pensar direito e estava longe de aceitar sua posição nada invejável de esposo formal de Wei wuxian.

Talvez precisasse dar uma pausa nas emoções fortes. Tinha o resto da vida para aceitar sua situação, aceitar que Wei Wuxian nunca o perdoaria por mantê-lo ignorante da existência do filho. Que ele sempre o veria, o mamã de seu filho, como um mal necessário. Sabia que isso não devia importar, que a traição dele seis anos antes deveria ter tornado a opinião dele a seu respeito irrelevante. Mas importava e magoava muito.

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