❤️ capítulo 9💛

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- Ouça... - Wen ning pigarreou. - Você o visitou hoje cedo. Ele piorou? Por isso está preocupado? Poderei ajudar se... Bem, tenho certeza de que sabe disso, Lan zhan, querido...

No limite, Lan zhan desabafou tudo. Ning era contador da empresa, praticamente um amigo da família, sempre cortês, gentil, um observador desinteressado, alguém que não ficaria chocado demais, nem decepcionado, nem aborrecido com ele.

- Estou grávido! E não sei como vou contar isso a meu pai. Ele não pode ter preocupação... Não sei o que fazer.

- Foi aquele temporário, não foi? - deduziu Wen Ning, após um silêncio prolongado, a voz tensa. - Notei como andaram juntos no verão.

Ele apenas assentiu, abalado demais para falar, odiando Wei wuxian e odiando a si mesmo por ter permitido que ele o enganasse. E Wen ning sugeriu:

- Vamos conversar em outro lugar. Talvez eu possa ajudá-lo a decidir o que fazer...

A partir daí, Wen ning assumiu o controle, um grande alívio para ele. Desceram a escada de serviço e passaram pela cozinha. Embora estivesse vazia, porque as empregadas estavam de folga, não poderiam conversar ali, tampouco. Qing, que se recolhera pouco antes com enxaqueca, e por isso mesmo não pudera ir ao hospital em Guso, poderia aparecer a qualquer instante.

Secretamente, Lan zhan apreciará ir sozinho ao hospital, pois, na volta, pude passar numa farmácia distante e comprar um teste de gravidez sem a companhia da madrasta.

- O camarada foi embora há algumas semanas, não foi? - De algum modo, Wen ning conseguira levá-lo  ao bosque além do roseiral sem que fossem vistos por nenhum empregado. - Tem como localizá-lo?

Lan zhan sentou-se no banco e amassou o lenço úmido. Qing opinou que seria melhor todos acharem que Wei wuxian, da forma típica dos errantes, simplesmente fora embora sem avisar. Ninguém, exceto eles, sabiam o que realmente acontecera. Era melhor assim, insistira a madrasta. Menos humilhante.

- Nunca mais quero vê-lo - declarou, com a voz embargada. Então, contou a história toda. Como Wei Wuxian o enganou, e que ele só estava o usando Como ele contará a Qing que só estava interessado na herança do filho único do patrão.

Emocionado, afirmara o quanto odiava o ex-amante... mas lembrando-se, apesar da perturbação, de que era melhor não revelar a Wen ning que o patife se oferecerá também a Qing, sabendo que a madrasta detestaria que o fato viesse a público. A madrasta lhe
recomendara inclusive que não comentasse o incidente nem com Lan xichen, porque o melhor seria ambos esquecerem que algo tão vil aconteceu.

- Lan zhan... - Wen ning tomou-lhe a mão e acariciou-o gentil, a voz calma, apesar da emoção. - Você não está em condições de raciocinar. Portanto, apenas ouça minha sugestão e reflita. Pense por um dia ou dois antes de se decidir.

Ele voltou para ele os olhos avermelhados. Se a sugestão fosse abortar, nem o deixaria completar a frase. De forma alguma, impediria seu filho de nascer. Ainda que o pai da criança fosse um patife!

Mas Lan zhan ficou boquiaberto ao ouvir Wen ning.

- Eu me caso com você. Ninguém precisa saber que não sou o pai da criança. Isso ficaria só entre nós. - Sorriu, os olhos negros cheios de compaixão. - Eu o vi florescer neste verão e, para ser sincero, tive inveja daquele alfa. Ele podia convidá-lo para sair, passar tempo com você. Eu, não. Você poderia ter me chamado de tio, e eu ficaria constrangido.

Ele quase sorriu.

- Você não é tão velho. - Então, entendeu a importância do que ele dissera. - Não pode estar falando sério! - exclamou, sem fôlego. - Você se casaria comigo... Por que faria isso?

Lan zhan conhecia Wen ning havia anos, porém, percebia naquele momento, nunca o vira realmente. Tratava-se de um homem de feições agradáveis, embora os cabelos  começassem a escassear.

Ele tinha seu próprio escritório de contabilidade, um apartamento numa área nobre em Gusulan, dirigia um automóvel de bom preço, e certa vez vira duas garçonetes flertando com ele. Wen ning era considerado um bom partido e poderia ter o ômega que quisece. Sendo assim, por que se uniria a um ômega que já estava grávido de outro?

- Porque quero me casar
- justificou ele.
- Ou não é motivo suficiente? - Tomou-lhe as mãos e pressionou com gentileza.
- Eu o conheço há anos e, pelo que sei, não há maldade em você. Lan zhan, eu o vi se transformar de um garoto franzina e desajeitado em um  jovem sedutor  E fiquei com ciúme daquele errante, admito abertamente.

Lan zhan enrubesceu e desviou o olhar. Fitou suas mãos entrelaçadas e, quase como se lesse seus pensamentos, ele soltou as  e continuou:

- Completei trinta anos no mês passado. Já tive minha cota de aventuras. Quero me estabelecer. Quero uma família. Não posso ter filhos, Lan zhan... uma enfermidade na infância me deixou estéril. Eu aceitaria o seu filho como meu... de bom grado... e ficaria muito orgulhoso se você concordasse em ser meu esposo ômega Tudo o que peço no momento é que pense bem antes de responder.

E ele pensou e se decidiu , recordou Lan zhan, vendo o filho brincar e o pai acenar do terraço, onde lia os jornais após o café da manhã. Casar-se com Wen Ning lhe parecerá a solução mais sábia para um problema terrível.

Fora o mais honesto possível, afirmando que simpatizava com ele e o respeitava. Talvez, com o tempo, viesse a amá-lo, mas nunca se apaixonaria por ele. Compreensivo, Wen Ning submeteu-se, assumindo o papel de marido e pai da criança por nascer.

Quanto a Lan Xichen... bem, ele não escondeu a surpresa ao anúncio repentino, intrigado principalmente com sua decisão de não ir mais para a universidade formar-se professor primário. Mas aceitou. Meses depois, apaixonou-se à primeira vista pelo netinho.

Lan Xichen não disfarçava o amor quando pegava A-yuan no colo e lhe dava toda a atenção do mundo.

- Se não pode mais brincar de pega-pega, vovô, então pode contar histórias
- tagarelava o netinho.
- Isso não cansa!

- Tem razão, querido.
- Ele ergueu o sobrolho ào filho, que se sentara diante deles à mesa de ferro fundido. - Que tal a do velho Don?

- O velho Don...
- Lan zhan recostou-se sob o sol fraco de outono e sorriu descontraído. Aquele domingo seria normal e confortável. Não o estragaria com ansiedade pelo futuro, nem com a perspectiva de revelar ao pai que perderiam o Recanto das nuvens
- o velho Don  gosta mesmo é de reclamar

Sem revisão

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