Capítulo 6

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Alguns dias se passaram desde as visitas indesejadas de Wanda, ela tinha mudado seu HEX para algum lugarzinho ensolarado no interior da Itália, reforçado as runas de proteção e assim não seria mais incomodada.

Todos os dias e todas as noites ela se trancava no quarto por horas a fio, estudando o livro e quando dormia, sua projeção astral continuava por si. Wanda não percebia, mas Agatha sim. As vestes dela foram ficando cada vez mais num tom de vermelho escuro, seu olhar sempre ébrio e sem rumo, as bolsas roxas de baixo dos olhos, uma vez verdes brilhantes.

Ela já estava sendo corrompida pelo Darkhold. Agatha mal tinha uma conversa decente com a atual feiticeira. Ela sempre estava lendo e não largava por nada mesmo quando estava fazendo outras coisas.

O brilho que tinha a tomado quando visitou Clint e seus sobrinhos tinha desaparecido.

Agatha sabia que bater de frente com ela, podia ser um pedido expresso de suicídio. Com o tempo, a verdadeira Wanda e a Feiticeira Escarlate estavam se fundindo, ela notou o quão leal a bruxa era àqueles com quem se importava, sua maior fraqueza era as pessoas que amava, porém era sua maior fonte de força.

— Então, Wanda, conseguiu algo? – Agatha perguntou quando dividiam a mesa do café.

— Estive pensando em algo como o berço da regeneração de Ultron, mas com meus poderes o corpo seria de carne e osso. Depois de fazê-lo, seria somente trazer a essência de Natasha da dimensão que ela está.

— Interessante, abelhinha, mas e quanto ao preço?

— Haverá um pagamento – a morena permaneceu em silêncio esperando. — Não falarei mais que isso, Agnes, eu mesmo farei a barganha. – disse nem se tocando quanto ao velho apelido que a bruxa morena usava em Westview.

— Não acha que pode enganar a morte, não é, menina?

— Claro que não, apesar de já ter a driblado um par de vezes, mas vou oferecer algo em troca de Natasha. Algo que tenho quase certeza de que não haverá recusa.

— O que seria tão precioso? – perguntou levantando as sobrancelhas. — Desculpe perguntar, mas eu apesar de sua convidada, não sei de seus planos. Eu deveria ser sua suposta professora, mas como eu desconfiava, você não precisa de uma. O que me deixa ainda mais intrigada no meu papel disso tudo.

— E me diga, Agatha, você é confiável? – seus olhos faiscavam. — Você fingiu por semanas ser uma amiga valiosa para mim, enquanto tramava para me derrubar, pegar esses poderes que nunca pedi. Você me traiu!

— E ainda assim estou aqui – a morena sentiu um pesar em seu peito ao falar aquela sentença. — Você se importa. Eu estava me achando louca de achar isso, mas você realmente se importa comigo, não é, Wanda? Eu te machuquei de verdade.

A outra não falou nada, somente seu rosto expressava alguma coisa.

— Eu não vou falar que pode confiar em mim. Eu mesma tenho comigo que só podemos confiar em nós mesmos. Talvez eu nem confie em mim mesma! – disse com a voz firme, mas sempre com seu tom característico expansivo. — Porém eu posso compreender o quão solitário pode ser esse caminho.

— Isso não ajuda em muita coisa, Agatha – confessou a feiticeira.

— Se não pode lutar contra ela, junte se a ela – ela disse um velho ditado que fez a outra rolar os olhos. — Nem tudo que vivemos foi mentira, Wanda – chamou a atenção da mais nova — Nem tudo – terminou se virando para ir para seu quarto.

Wanda ficou bons minutos pensando naquelas palavras, mas logo sua cabeça foi tomada por pensamentos tortuosos, ela tinha que voltar ao trabalho.

Agatha, em seu quarto improvisado, via as mudanças ocorrendo lentamente, ela as conhecia bem, já tinha passado por elas, uma parte dela queria roubar o livro que por muito tempo ficou sob seu poder, mas isso não duraria. Wanda viria atrás de si e não seria tão moderada quanto a primeira vez em Westview.

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