Capítulo 9

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Natasha estava frustrada, essa palavra era sua definição perfeita para seu estado, seu corpo demorava a responder enquanto sua mente continuava a mesma de sempre. Agatha não brincou quando disse sobre as desvantagens desse corpo. Ela mal aguentava correr três voltas completas no enorme pomar que nem era tão grande assim. Seu antigo eu corria o dobro daquilo em pouquíssimo tempo.

Todavia ela tinha que ser paciente se ia condicionar aquele corpo ao mesmo ritmo de antigamente. Ela parou em meio às árvores que ela sabia que eram uma criação de Wanda com um toque da bruxa mais velha, ali era muito lindo e exalava uma tranquilidade impressionante.

Ela não sabia o que sentir exatamente por ter voltado a vida. Se agradecia a Wanda ou a estapeava, ela sabia pouco do mundo exterior ao HEX e aquilo era outra coisa frustrante sobre sua volta. Apesar de querer mais que tudo que a feiticeira acordasse e, de certa forma, a libertasse daquela prisão velada que Agatha Harkness impunha, tinha se passado mais dois dias e a ruiva mais nova continuava no mesmo estado.

Isso a preocupava.

Natasha se sentou um pouco e se escorou numa macieira, olhando o céu na maior parte do tempo nublado, em uma temperatura agradável. Seu peito subia e descia, buscando ar. O suor escorria em seu corpo. Ela estava muito sedentária!

Isso era muito estranho já que seu condicionamento beirava a perfeição, mas ela entendia as circunstâncias que levaram Wanda a prosseguir dessa forma e não recorrer a Necromancia. Suas memórias na dimensão com o Vigia eram vagas e meio apagadas, tinha certeza que era obra dele de certa forma.

Ela estava grata a Wanda, mas ela não fazia ideia do que fazer com essa nova vida.

Suas emoções a rondavam de uma forma cataclísmica, era tudo muito intenso, seus sentimentos eram caóticos. Ela não tinha mais a habilidade de camuflá-las e isso era um de seus piores pesadelos.

Fechou os olhos por alguns segundos quando ouviu bem distante, como um sussurro, uma voz falando em sua cabeça seu nome. Abriu os olhos e ninguém estava a sua volta, mas os murmúrios voltaram e dessa vez carregados de tormento onde ela pôde reconhecer a origem.

— Wanda! – gritou exasperada, se levantando em um rompante e correndo para a pequena casa. Chegou pouco mais de dez minutos depois e notou que tudo estava em volta da energia familiar vermelha de Wanda. A casa inteira tremia, subiu correndo os pequenos degraus e foi para o quarto que dividia com a feiticeira. — Agatha, o que está acontecendo?

Perguntou à bruxa que se sentava ao lado da ruiva deitada que se debatia, Agatha tentava a segurar na cama e conter a magia que saía do corpo de Wanda, sua expressão era de puro sofrimento. A magia vermelha de Wanda machucava a morena, mas ela não reclamava e se mantinha ali.

— Ela está recobrando a consciência e seu corpo está sentindo falta de sua alma! – a morena grunhiu de dor quando em uma rachada de poder, a energia rasgou um bom pedaço de pele, a arranhando. — Ela está sentindo dor e por isso sua magia está descontrolada.

Natasha sentia uma forte atração para o corpo ainda inerte e ensopado de suor da feiticeira.

— Deixe-me tentar! – Natasha teve que falar um pouco mais alto já que os móveis começaram a se mover de seus lugares. As coisas poderiam piorar se não acordasse a ruiva.

— Tem certeza que consegue? – o grito foi sua resposta, os cabelos marrons de Agatha voavam para todos os lados.

— Tenho! – foi firme e substituiu Agatha na beirada da cama que se afastou apenas o suficiente para não atrapalhar. Natasha fixou seus olhos na ruiva e pegou em suas mãos. — Wanda, eu sei que está me ouvindo, eu escutei você me chamando – falou passando uma mão pelo rosto em tormento da outra. — Eu estou aqui – continuou um carinho na lateral do rosto dela. — Você precisa acordar!

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