Capítulo 5

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O sono de Wanda com certeza não foi tranquilo e se soubesse o que lhe aguardava, teria enrolado um pouco mais acordada, mas a verdade é que os meninos esgotaram sua energia. Ela tinha esquecido o quanto de energia poderia caber em corpos tão minúsculos.

Ela sabia da probabilidade de isso acontecer e não ficou surpresa quando viu em seus sonhos a expressão assassina da Viúva Negra. Ela esperou os gritos, mas eles não vieram. Esperou conselhos moralistas, porém foi um olhar gélido e os braços definidos cruzados de Natasha que ela teve.

— Eu sei que não está feliz e provavelmente não concorda com que vou fazer – Wanda falou o óbvio. — Mas eu não posso te deixar aqui, Natasha.

Um respirar fundo da ruiva mais velha foi como um pedido de paciência.

— Foi minha escolha, Wanda – a voz saiu baixa, mas firme. — Eu escolhi pular daquele penhasco. Foi minha escolha!

— Não! – retrucou ela um pouco alterada. — Você não teve escolha! É a última coisa que teve, Nat. Eu te conheço e nunca que deixaria Clint se sacrificar no seu lugar, é muito teimosa até para isso, então, não teve escolha! – ela apontou o dedo na cara impassível da assassina. — Você não deixaria seu melhor amigo morrer porque você é como eu!

— Como você?

— Você é imparável quando o assunto são as pessoas que ama – respondeu calma e nem ligando para o que as suas palavras poderiam lhe entregar. — Você merece uma segunda chance, Nat. Uma vida sem estar se preocupando com débitos de uma época que nem estava no comando de sua vida. Merece ter uma vida!

— Eu vivi durante o blip e desejaria ter morrido do que ter passado por aqueles anos...

— Você merece uma vida onde não tenha questões de vida ou morte em suas mãos o tempo todo. Merece ter um tempo para pensar em quem seria senão tivesse passado por tudo que passou. Qual seria a vida de Natasha Romanoff se ela nunca tivesse sido pega pela Sala Vermelha?

— Eu estou morta, Wanda – suspirou fundo não olhando nos olhos da feiticeira. — Não existiria outra Natasha Romanoff, Wanda, porque eu morri – a ruiva tinha uma expressão triste no rosto.

— Não sua essência – Wanda retrucou tentando ignorar as palavras de morte. — Você só precisa de um corpo.

— Você não ousaria... - Natasha arregalou os olhos. — A troca é eterna, Wanda, uma alma por outra. Eu não quero fazer parte disso!

— Posso encontrar outros meios – disse firme. — Mas se eu tiver que dar uma vida pela sua...

— Eu nunca te perdoaria! – exclamou alto e com raiva, Wanda retraiu os ombros levemente. — Está me ouvindo, Wanda?! Eu não quero viver se isso significa que outro tenha que morrer no meu lugar.

— Não é você quem faz essa escolha – a feiticeira disse e sua voz foi ficando distante, Natasha sabia o que isso significava. — Sou eu – foi a última coisa que ouviu antes de sumir da presença da Viúva.

O chá de Wanda fervia enquanto ela olhava a névoa fora da janela, era cedo, o Sol nem tinha nascido, mas ela não conseguiria dormir mais. Não depois da briga com Natasha. Ela não iria parar, mas a ideia da Viúva lhe odiar era dolorosa.

— Caiu da cama, é? - Clint apareceu com uma cara de sono.

— Sonhos conturbados – Wanda pegou o chá e levou à boca.

— Sei como é – ele começou a preparar um café forte que já lhe era costumeiro.

Wanda tinha uma ideia fervilhando sua mente, ela já havia criado seres vivos espontaneamente, mesmo que em espaço limitado, mas foi capaz mesmo assim e isso já era um grande feito. Entretanto, ela não queria reproduzir algo parecido e a ideia em sua mente era no mínimo arriscada.

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