Capítulo 13

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Wanda bisbilhotava feito Agatha o treinamento das duas, a morena não tinha facilitado nem um pouco, podia sentir da janela do seu quarto a frustração de Natasha que bufava a cada cinco segundos. As emoções dela eram quase sufocantes para caber em seu peito já preenchido de um caos constante. Ela realmente não queria ser capaz de sentir tão facilmente tudo que vinha dessa nova ligação que compartilhava com a Viúva.

Ela se recusava a entrar em sua mente de forma voluntária, mas às vezes era apenas alto demais. Era como se sua antiga mentora estivesse falando em voz alta ou às vezes como quando sua raiva era direcionada a ela, seus pensamentos e emoções eram gritados e emanados como uma tempestade em sua cabeça. Impossível de se conter.

E isso consumia Wanda, os sentimentos que não eram seus. Se Agatha tivesse razão e ela não tinha motivos para acreditar que a bruxa mais velha mentiria sobre isso, os sentimentos de Natasha sobre sua pessoa eram uma bagunça.

A raiva era uma constância, mas a confusão presente também. Tinha frustração sobre si e sobre suas circunstâncias, perguntas infinitas sobre esse novo mundo e sobre ela. Tinha medo, insegurança e o que mais assustava Wanda, possuía uma linha tênue entre amá-la e odiá-la

A enxaqueca em sua própria cabeça simplesmente não passava, ela sofria ao ter que lidar com seu corpo enfraquecido, sua alma fatiada, seu emocional bagunçado e aqueles pensamentos.

Wanda não mediu esforços e não ligou muito para o que poderia resultar das escolhas que fez, mas admitia que tinha usado muito dela. Tinha exigido o que talvez não poderia ter dado a ninguém, mas deu a Natasha.

A mulher que mal a olhava e praticamente todo pensamento direcionado a ela era carregado de coisas negativas.

Isso alimentava todas as inseguranças que seu próprio caos adorava lhe tacar na cara. O Darkhold não era um livrinho para crianças, seu preço era como ter um demônio particular a atormentando e se alimentando de suas emoções. Esperando para tomar o controle.

Wanda sabia que na verdade o dito Livro dos Condenados era um portal de acesso a magia do próprio Deus Demônio Ancião do Caos Chthon, preso numa dimensão particular, banido. Que só esperava pessoas como ela e agora a própria Natasha sucumbirem ao seu poder. Ele as queria, ela temia o dia que teria que contar a Viúva que dividir sua alma possibilitou de ela se tornar um possível receptáculo para um agente caótico demoníaco, mas isso seria demais para a Natasha do presente.

A ruiva sabia que estava suscetível a ele, agora mais do que nunca. Ela mal acordou de sua experiência com um deus tão assustador para ela quanto o próprio, e um balde de gelo foi jogado em suas expectativas, queria ela não as ter criado quando trouxe a mais velha a vida, que teoricamente agora era mais nova que ela. Era engraçado de se pensar nisso.

Wanda não sabia se sentia felicidade ao saber que Natasha de alguma forma a amava, mesmo ela não sabendo se era de uma forma sexual, de mulher para mulher, pois como ela falou, foram coisas como de uma figura protetora que a fez amá-la. Mesmo isso tinha deixado a feiticeira chocada. Nunca tinha percebido algo do tipo, como não percebeu? Sendo tão obcecada por cada detalhe daquela mulher.

Mas ela não poderia se permitir descobrir, não quando seu luto era recente. Não quando aquele amor antigo que a cada vislumbre tentava sair do fundo de sua mente e coração onde foram soterrados. Não quando Natasha poderia enxergar uma possível retribuição como uma forma de debitar suas ações. Não, Natasha não poderia saber. E ela também não estava pronta, o amor que sentiu e talvez ainda sentia por Natasha pôde ter sido diferente de tudo que já experimentou, mas ela amou o Visão.

Ele foi bom e empático, como Natasha, Wanda aprendera a ter apreço por ele. E mesmo que em sua própria forma de luto, o Visão deu-lhe tudo que um dia a feiticeira sonhara.

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