Confusão no copo d'água

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No dia da balada

Rogério estava sentado tomando seu refrigerante. Não podia beber cerveja no meio de uma festa, pois iria enlouquecer com o tanto de pensamentos que estavam ali, então sempre bebia refri.

Em meio de tanta gritaria, e pensamentos inúteis das pessoas, ele se concentrava em uma única pessoa. Rogério observava o Lorenzo, que estava dançando coladinho com a Briana na balada. "Droga, não sei por que vim para essa balada, isso não vai fazer eu superar ele nunca nessa vida" era o que ele ouvia do garoto. Enquanto a da Briana, ela estava cantarolando a música que estava tocando; "Sinto um frio na barriga, tudo isso me lembra a cena de um filme" - Essa menina é louquinha, viu. Cantando em pensamentos nave espacial - Rogério pensava. Depois percebe o olhar de Lorenzo em sua direção.

- Droga, acho que já sabe que estou o observando - Rogério pensava enquanto ouvia nos pensamentos do Lorenzo coisas constrangedoras sobre ele. E isso fazia ele sorrir. Mesmo estando acostumado a ouvir pensamentos assim quando ele passava na rua. - Então ele gostou de mim, sério mesmo, eu amo meu poder - o Rogério pensava vendo a Briana empurrar o Lorenzo para ir conversar com ele.

Enquanto o Lorenzo pensava, Rogério disfarçava e olhava novamente para o Lorenzo. Ele era lindo, pretinho com olhos roxos, cabelo cacheado pintado de roxo nas pontas, e a camisa social dele desabotoada o deixava sex. - Meu Deus. Ele é muito lindo também! Sabe o que vou fazer... Vou me aproveitar disso, a minha missão é você, então eu posso simplesmente me aproximar de você só um pouco - ele pensa. Já tinha ideia de que o Lorenzo estava sentindo atração por ele, e isso era bom, pois não seria rejeitado nem se mandasse uma cantada ruim.

Hoje o Rogério tinha marcado de se encontrar com seus amigos, ele tinha o seu plano pré-definido. Criar amizades naquela cidade, vasculhar todos os bruxos grandes e stalkear, para saber o máximo de informações possíveis.

Rogério não tinha falado a sua sexualidade para seus supostos amigos, e ver ele ficar com um homem do nada iria assustar eles, e ele não queria passar uma péssima impressão dele para os outros. Tanto para continuar com a amizade quanto para não acabar machucando a Mirella.

O clima estava pegando fogo entre eles, e com certeza o Rogério queria beijar ele naquele momento. Mas hesitou ao ouvir o pensamento do seu colega perto. "Onde está aquele canalha" era o que dizia a voz do seu amigo Daniel. Um completo idiota homofóbico, que certamente ele iria se distanciar.

- Eu não posso fazer isso - Rogério se afasta dos lábios de Lorenzo, vendo o mesmo se decepcionar. Mas era necessário fazer isso, mas mesmo sendo necessário, o Rogério ficou envergonhado.

Rogério fica mais envergonhado quando Mirella sobe em cima dele e depois do Lorenzo. Vendo o Lorenzo sair da mesa, ele escuta os seus pensamentos de decepção do cacheado, que no final ele fala. - Não, é que eu não gosto de mulheres, eu sou gay - essas falas fez o Rogério tremer, com medo dos julgamentos dos amigos.

O primeiro pensamento que ouviu foi do Daniel. "Mano, será que ele é gay?" Rogério nunca tinha contado que ele podia ler mente para o tal. "Eca, que nojo, acho que é só minha imaginação" Isso deixou o de barba irritado. Não queria amizades assim. Mas a sua namorada Ingrid era super tranquila.

Os dois que estavam lá, o Rogério tinha conhecido por influência da Mirella, que apresentava os seus amigos para ele que era novo na vizinhança.

Daniel era um branquelo, que com certeza era um filhinho de papai, dava para ver que ele era mimado desde berço, pois estava usando roupas de marcas caras e ostentando dinheiro na balada. Enquanto sua amada Ingrid era morena de cabelo crespo, e muito charmosa, ela era gentil, ao contrário do trápola que estava ao seu lado.

Depois daquela confusão, onde Mirella vomitou no meio da balada, e eles falaram aos funcionários que trabalhavam ali sobre a sujeira que ela deixou no chão. Todos decidiram ir para casa.

Na porta da balada, apoiando o braço da cacheada em seu ombro esquerdo, eles vão para o carro do Patrique. Em meio essa andada, o Daniel fala. - Rogério, não é seu amigo ali?

- Que coincidência - o Rogério pensa. Era mais uma oportunidade dele voltar se aproximar de Lorenzo.

Depois de muita persistência do Rogério, o Lorenzo se rende, e vai para a casa com o Rogério. No meio do caminho, o ousado dar seu número para que o Lorenzo entre em contato com ele.

- Isso já está tudo sobre controle - ele pensa, e leva seu amigo Daniel para a sua casa, que era em um condomínio gigantesco.

Em meio a rota, o riquinho fala. - Rogério, a gente nunca conversou sobre isso. Mas eu tenho uma pergunta.

- Pode perguntar - o Rogério pergunta ainda no volante.

- Você é gay? - ele olha para o Rogério, e depois para a Ingrid que estava atrás, fazendo um olhar de julgamento.

- Não, eu não sou - o que era verdade, já que ele era bi.

- Graças a Deus - ele suspira de alívio. E Rogério franze a testa.

Pensamentos homofóbicos ele não poderia responder, pois logicamente ele estava pensando, e se ele o respondesse o pensamento do canalha, o mesmo ia desconfiar que ele era feiticeiro. E além de ser homofóbico, ele iria descriminar por ser feiticeiro. Mas agora ele deu o direito do Rogério falar, já que falou de alto e bom-tom. - Como assim graças a deus? - Rogério fala com um olhar severo.

- É que eu não gosto de andar com pessoas assim... sabe? Bom, você me entendeu - ele fica meio sem jeito.

- Assim como? Não estou entendendo.

- Que são gays. Nada contra, mas... - ele tenta se explicar, só que é cortado pelo Rogério.

- Mas quero longe de mim? Mas não apoio? Mas não quero ter nem uma amizade com um? Você Tem medo de ser beijado por um gay, Daniel? Por isso fica com esses pensamentos homofóbicos constantemente? - Rogério finaliza a frase e ver os dois chocados com o que acabaram de ouvir.

- Você está doido? O que você acha que está fazendo! - o mimado fala.

- Não estou doido, estou sóbrio, ao contrário de você. Não sei como Ingrid aguenta um mimado de merda igual a você - Rogério continua sendo agressivo. E um suspiro de espanto da Ingrid faz o Daniel ficar com raiva.

- TÁ QUERENDO BRIGAR? VOCÊ NÃO SABE COM QUEM ESTÁ FALANDO - ele pega na manga da camisa do Rogério.

- Daniel, não faz nada com ele. Ele está no volante! - a Ingrid grita.

- É melhor escutar sua namorada. Se a gente sofrer um acidente, vai ser culpa, sua. - imediatamente ele tira sua mão dele. - Bom garoto. Agora se comporte até chegar em casa - Rogério debocha.

- Desgraçado! - Daniel grita no pé do ouvido dele.

- Calma Dani! - a Ingrid tentava acalmar a situação. - Rogério, por que você está assim?

Rogério olha para o espelho e ver a Ingrid, ela estava com um olhar desconfiado. - Desculpa, eu me exaltei.

- Você foi bem babaca - o Daniel fala mais calmo, e na sua mente falava; "Eu vou ensinar uma lição a esse infeliz. Pode rir agora, amanhã estará em um caixão"

- Até parece que vai conseguir me matar - o Rogério pensa, mas segue a viagem, até chegar na casa deles. Mas veio um questionamento na cabeça dele, já que o Daniel era rico, poderia comprar assassinos para Caçar ele.

Chegando no condomínio, o Rogério deixa os dois lá. E antes o Daniel fechar a porta ele o chama. - Ei, Amigo.

- Oi, o que foi?

- Eu quero que você se foda! Seu homofóbico de merda... E, aliás, eu sou bi. O que você pensa é muito errado. Tenho tanta dó da Ingrid. Espero que você sofra o bastante para mudar seu comportamento, seu arrombado - ele finaliza com um sorriso, e fecha a porta.

- SEU INÚTIL FILHA DA PUTA! - o Daniel gritava no meio da pista, vendo o Rogério da a meia volta para sair do condomínio.

A Ingrid já estava na calçada. E via seu namorado gritando no meio da pista enquanto o Rogério já tinha dado a volta, e estava preparado para dar partida, onde o Daniel estava.

Pisando no acelerador, o Rogério vai para cima do Daniel, que estava ainda no meio da pista. O homofóbico fica sem reação, vendo o carro indo para cima dele. Estava prestes a ser atropelado, e o Rogério estava com um sorriso de canto de boca fazendo aquela ação.

Antes de dá um baque no Daniel, o Rogério frear, ficando com menos de um metro distância do coitado, que põe suas mãos no capô do carro para parar o carro, e sai correndo para a calçada.

Abaixando a janela do carro, Rogério fala dando dedo - Vão se fuder! -, enquanto acelerava, para sair daquele condomínio.

- SEU LOUCO! VOU TE MATAR SEU FILHA DA PUTA! - Daniel gritava vendo o carro sair de lá.

No pensamento do barbudo estava tranquilo, não estava com medo daquele fracassado. - Se ele vim me matar, só vai ser mais um atrás de mim.

Chegando em casa, ele estaciona, ao lado do outro carro que estava com uma manta em cima. Saindo do carro, ele vai diretamente para o celular, para ver se Lorenzo tinha chamado ele para conversar. No mesmo momento, uma mensagem do Lorenzo chega. - Ótimo. Vou continuar com meu plano, já que minha irmã conseguiu um emprego pra mim no mesmo local onde o Lorenzo trabalha - ele pensa indo para o sofá pequeno, e senta.

Se distraindo com as conversas do WhatsApp, o Rogério escuta a voz da sua irmã, Diana, no quarto. Já que era perto da sala. A casa deles era pequena, de um andar. - Rogério? Já chegou?

- Já, estou conversando com ele no WhatsApp - Rogério avisa.

- O quê?! O combinado não era esse, era só espionar ele. Você sabe que não podemos criar conexões

Coração de um bruxo (Romance Gay - Concluído Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora