Eu irei te salvar

22 6 50
                                    

— Você vai encontrar a gente de noite, amanhã na praça da cidade, estarei a espera no primeiro banco da praça. E sem gracinha, se não sua mãe morre — o cara fala e o Lorenzo escuta se tremendo.
 
— Ok — ele diz e espera o rapaz do outro lado da linha falar algo.
 
— Perfeito, espero você lá — ele desliga o telefone e Lorenzo entra em pânico novamente.
 
 Tocando em seu frasco, ele decide não cheirar dessa vez propositalmente.
 
Perdendo o ar, ele se joga na cama e começa a chorar, enquanto tentava respirar, com suspiros longos para se acalmar.
 
Sua visão começa a embaçar, e ele fecha seus olhos e se enrola na cama. Virando de bruços, ele concentra sua respiração enquanto chorava.
 
Estava com muito medo de perder sua mãe, e isso não melhorava a situação, pois sua ansiedade estava piorando.
 
Ele ficou com aquela sensação horrível por quase uma hora, até por fim pegar no sono.
 
Abrindo seus olhos, ele ver a continuação do seu sonho, onde seu clone estava na sua frente.
 
— Você é uma pessoa horrível! — ele grita e o Lorenzo sente novamente o pânico tomar seu corpo.
 
Perdendo seu ar, ele coloca suas mãos no ouvido, e fecha seus olhos. — Por que isso está acontecendo comigo?! Eu não mereço isso — Lorenzo pensa, que imediatamente tem a resposta.
 
— Ela só mostra o que você está sentindo no momento, isso é seu maior medo — o malhado sente uma mão no seu ombro, quando abre seus olhos ver outro Lorenzo usando uma roupa roxa.
 
Enquanto o seu clone do mal estava na sua frente — Não escuta ela! Você sabe que você é horrível.
 
— Eu não sou horrível — encaro o Lorenzo malvado, que estava querendo me derrubar.
 
— Isso, não deixa ela acabar com o que você é de verdade, você tem que mostrar quem manda na sua cabeça — Lorenzo de camisa roxa fala.
 
— Você acha que ele vai te escutar? Ele só pensa em como é fraco, não consegue nem proteger a família dele. Seu animal ancestral tem razão, você é muito fraco! — a última palavra ecoa no local, e fica repetindo várias e várias vezes na mente do Lorenzo original.
 
— Ele sabe que não é verdade, Lorenzo é uma pessoa boa, e nunca vai ser como você.  Você é uma pessoa que prejudica qualquer um para conseguir o que quer — O Lorenzo do bem fala, encarando o outro clone.
 
O malhado não sabia o que estava acontecendo, mas de uma coisa ele tinha certeza, o Lorenzo com roupas roxas estava correto. — Eu vou mostrar a todos que sou forte! Vou salvar minha mãe, e não é você que vai me dizer o que vou fazer — ele aponta para o Lorenzo de olhos completamente roxos enquanto andava na direção dele.
 
Ele vai se afastando, e sua cara começa a deformar, e os olhos mudarem de cor para verde, enquanto o Lorenzo continuava falando. — Você não passa de uma parte ruim na minha cabeça, e eu não vou deixar você ganhar mais uma vez! Eu vou te deletar da existência — ela muda de forma, fazendo ela virar a Valéria.
 
— Você tem certeza que quer me deletar? — ela olha para os olhos de Lorenzo, que desvia o olhar.
 
— Ela está tentando te manipular, sua mãe não está aí — o outro Lorenzo fala.
 
O malhado escuta, e não dá para trás. — Eu quero que você saia da minha mente agora! E nunca mais volte! — ela começa a queimar em chamas verdes, e dessa vez se transforma na própria Bridget, e começa a falar em vozes estranhas, como se ela estivesse recitando a profecia.
 
Virando para o lado o que estava o outro Lorenzo, o malhado ver a Gwendoline em chamas roxas. — Você nunca vai ganhar essa guerra, Bridget. Você vai ficar aprisionada aqui para sempre — ela fica toda em chamas roxa.
 
Foi quando as duas viram só chamas e uma vai de encontro com a outra e começam a lutar.
 
Uma luta onde só se via chamas de um lado a outro.
 
Até que por fim a Bridget é derrotada e aprisionada por Gwendoline em um lugar feito uma prisão.
 
E assim acaba o sonho, com o Lorenzo acordando suando demais em sua cama.
 
— O que eu vou fazer agora? — Lorenzo pensa e procura seu celular para ver que horas era essa.
 
Já era oito horas, nessa hora seu pai já tinha ido para o trabalho. Mas não sabia se ele tinha ido, por conta do acontecido.
 
Levantando da cama, ele ver as conversas do celular. O Rogério ainda não tinha respondido, e não tinha nem chegado para ele as mensagens antigas.
 
— O que aconteceu com ele? — Lorenzo pensa e ver as mensagens de Briana — ela estava falando que deu super certo ontem, mesmo com os imprevistos.
 
Ele abre as mensagens só que não responde, pois estava tenso demais nessa hora.
 
Saindo do quarto, o malhado vai para a sala de estar e ver seu pai se arrumando e prestes a sair.
 
— Oi pai, você vai a onde?
 
— Vou para a delegacia, irei falar do desaparecimento da sua mãe — ele fala já indo para a porta.
 
— Quer que eu vá com você? — Lorenzo vai seguindo ele.
 
— Não, você está em perigo no lado de fora, você vai ficar aqui até eu voltar — ele ordena e abre a porta.
 
— Ok, tenha cuidado, pai, tchau.
 
— Vou ter, tchau filho — ele fecha a porta deixando Lorenzo sozinho.
 
Sozinho em casa, ele pensa na ligação que recebeu, e sobre o sonho que teve. Ele disse que ia salvar sua mãe, e isso não saía da cabeça dele.
 
Após várias horas surtando sozinho em casa, ele tem a decisão de sair de casa para tentar achar logo os sequestradores, já que eles queriam ele.
 
Saindo de casa, o Lorenzo dá de cara com o Gael no outro lado da rua. Ele acena e o malhado acena também.
 
Foi quando ele vai na direção do Lorenzo, parecia está feliz. — Oi Lorenzo, como você está?
 
— Oi, estou bem e você? — Lorenzo pergunta um pouco desconfortável.
 
— Vou bem também. Tá indo a onde? — ele pergunta com um sorriso no rosto.
 
— Estou indo... Não sei a onde eu estou indo, na verdade — o malhado diz fechando a porta da casa dele.
 
Gael fica desconfiado. — Ué, então por que você está saindo de casa?
 
— Eu estou precisando sair um pouco, e você vai a onde?
 
— Vou para a igreja, quer ir comigo?
 
Lorenzo pensa, seria uma ótima oportunidade para passar o tempo, até dá o horário que o sequestrador disse que era para ele aparecer na praça.
 
E ele já tinha frequentado a igreja de Gael algumas vezes, na adolescência, só que não gostava como os adolescentes o tratava lá dentro, então resolveu sair. — Tudo bem, vamos para igreja, então.
 
Os olhos de Gael brilham. — Certeza?
 
— Tenho, eu não tinha lugar fixo para ir — Na verdade, ele tinha, estava querendo passar na casa de Briana para contar tudo a ela.
 
— Então vamos lá... — Gael começa a andar em direção à igreja, com seu terno e sua Bíblia do lado. Como de costume.

Coração de um bruxo (Romance Gay - Concluído Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora