Ele perdeu tudo, sua família, parte de seu corpo, sua dignidade, apenas uma pessoa foi causadora de sua dor e ainda assim, ele foi tido como o grande vilão.
Bastou apenas um olhar para ela, que se tornou obcecado.
Gancho faria tudo para tê-la, até...
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O modo como ele me olha, como se não pudesse acreditar nas minhas palavras, me deixam com o coração apertado.
Será que ele nunca ouviu falar de perdão, misericórdia?
Ele queria tanto o meu perdão, porque então agora se choca ao recebê-lo? Esse homem é tão irritante e confuso, nunca consigo entendê-lo.
— Eu... — Gancho sussurra, a incredulidade marcando cada sílaba, a voz rouca tremendo com a confissão. — Eu não mereço o seu perdão. Não sou uma boa pessoa, minha fadinha — balbucia, enquanto seus dedos deslizam por um cacho do meu cabelo, brincando com ele de forma lenta, quase reverente. O toque é tão íntimo, tão vulnerável, que faz meu corpo inteiro arrepiar.
— Não. Eu te perdoo. Você é uma boa pessoa — afirmo sem hesitar, a voz firme, mas carregada de emoção.
— Não... — ele insiste, os olhos ardendo de culpa enquanto a voz quase se despedaça. — Estou tão longe disso.
— Não, você está errado. Eu te perdoo. Porque, mesmo depois de tudo, eu vejo quem você realmente é. Sei que você finge ser mau, que coloca essa máscara de dureza e indiferença, mas eu conheço o que está por trás disso. Um coração que carrega mais amor do que qualquer um imagina. Um coração que cuida de todo mundo, mesmo quando ninguém percebe. Você tem um jeito de estar lá quando ninguém mais está, de proteger e lutar até o último suspiro. — Eu sou quem pega no rosto dele, fazendo ele me olhar nos olhos.
É o momento da verdade, sem espaço para jogos ou máscaras. Eu cansei de fugir, cansei de ficar negando que ele pode estar sendo sincero em seu arrependimento.
— Você está enganada. — Nunca ouvi a voz dele embargada, mas vejo agora, vejo um Gancho que não sabia que existia, o que sente, o que chora e se importa.
— Não, ninguém fez por mim o que você fez por todos nós, e é por isso que eu te perdoo. Porque te perdoar não significa esquecer o passado, mas ver o que realmente importa: alguém que, apesar das falhas e das sombras, tem um bom coração que transcende qualquer erro.
— Amigos? — o encaro ansiosa estendendo a minha mão a ele.
Não entendo mais por um momento seu sorriso vacila, mas ele o recupera.
— Sim amigos, Sininho. — Aperto minha mão daquele jeito bruto, me fazendo gemer de dor, pede perdão todo sem jeito me fazendo rir com ele.
— Pode me chamar de Aicha. — Me vejo respondendo sem querer.
— Só se você me chamar de James. — o modo como me olha com um sorriso provocador me arrepia inteira.
— Eu... — hesito pois pensei que depois de todos os maus entendidos, as brigas e mágoas, nunca mais ele me pediria tal coisa.
— Só faça, quero ouvir meu nome soando em sua linda boca, sem pressão, mas porque você se sente confortável. — Afasta uma mecha de cabelo minha, colocando atrás da minha orelha.