18. ela sempre o salva

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No carro, debateram que quem estava em perigo, na verdade, era Heloísa. Afinal, Stenio não se lembrava de nada. Muito menos de um cofre. Já ela, tinha a localização de tudo. Ela havia sido responsável pela operação que levou mais de metade de máfia espanhola para trás das grades, assim como ela tinha a localização do cofre.

- Eles nunca vão se infiltrar no meu apartamento, Stenio. - Ela garantiu. - É tudo muito protegido, tudo gravado, eu tenho meus métodos pra me cuidar, a polícia tem. - O acalmou.

- Eu tenho certeza que eles devem ter montado o certo nos arredores do seu apartamento também, Heloísa. - Ele garantiu. - Eles devem ter um apartamento exatamente de frente com o seu pra monitorar cada passo seu.

- E é por isso que a gente tem que fingir que nada aconteceu, que a gente não sabe de nada.

Heloísa deixou a chave em cima do móvel, e caminhou até a varanda.

- Não vai aí, não vai aí! - Ele alertou tentando quase não fazer movimentos com a boca.

Heloísa olhou para ele sorridente, fingindo que nada estava acontecendo.

- Eles tem que pensar que estamos morando juntos porque voltamos. - Heloísa cruzou os braços. - Eles não podem saber que nós sabemos, e controlar os passos dentro do apartamento é demonstrar que estamos desconfiando de algo.

Stenio respirou fundo, assentindo, sério.

- Tá bem, agora sai daí. Já foi pra varanda, já tá bom. Já fingiu que nada mudou, já tá suficiente.

Ela riu baixo.

- Tá preocupado, Stenio? - Ela achou graça.

- Lógico. É óbvio. - Ele respondeu, com toda a certeza do mundo. - Se alguma coisa acontecer com você por culpa minha, eu não vou conseguir me perdoar. Eu nem sei que bagunça eu fiz.. Mas quem deve sofrer as consequências de qualquer maracutaia minha sou eu, não você.

Heloísa sentiu seu coração aquecer por um segundo. E se lembrou que tinha que manter a distância, para se proteger.

- Por que você.. Não faz uma lista de coisas que você pode precisar? - Heloísa se apressou em pegar um post it e uma caneta. - Vou pedir pra Creusa buscar suas coisas.

- Creusa? - Ele se assustou, com o post it e caneta em mãos. - Heloísa, você é maluca? A gente não pode mandar a coitada pro abatedouro!

- Eles não vão fazer nada com ela, Stenio. Não é ela que eles querem. - Garantiu. - Pra todos os efeitos, reatamos nosso casamento, e você voltou a morar aqui. Se eles já estavam te observando faz tempo, eles sabem que nós éramos casados. Agora faz uma lista logo de tudo que você pode possivelmente precisar, antes que eu te.. - Ela ameaçou, fechando o punho no ar.

Stenio ficou olhando para ela atentamente com o cenho franzido.

- O que? Que foi? Tá passando mal? - Ela se preocupou, apoiando as mãos nos ombros dele.

- O que você disse?

- Que eu ia te bater? - Ela relembrou a ameaça.

- Antes disso.

Heloísa se deu conta do deslize.

- Não falei nada, criatura. Eu ein. Faz logo essa lista, pra eu pedir pra Creusa ir lá logo. - Ela comentou, desviando o olhar. Alcançou o laptop em cima da mesa da sala, e o ligou, tentando disfarçar.

- Você disse que vamos fingir que reatamos nosso casamento. Mas você me disse que nós namorávamos.

Heloísa engoliu a seco, se virando para ele. Enfiou as mãos no bolso traseiro da calça, um pouco sem rumo. Claro que isso ia acontecer. Logo com ela, a delegada cheia de estratégias, que tinha treinamentos e mais treinamentos do que dizer e como dizer e em que momento dizer.

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