CAPÍTULO 32

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Adrian Domenly

Dormimos abraçados. Na noite anterior, eu a puxei para mais perto enquanto ela dormia. A sensação de tê-la acordando em meu peito foi algo indescritível. Ela ainda está adormecida, e o sol já está alto. Hoje é sábado, e vou trabalhar de casa. Me permito ficar com ela deitada mais um pouco. O cheiro dela é um vício, e o calor do seu corpo colado ao meu é uma tentação irresistível.

Vejo seus olhos abrindo lentamente e se fixando em mim. Ela dá um sorriso tímido, e suas bochechas se tingem de rosa. Porra, ela é linda. Ela se levanta, afastando-se um pouco de mim.

— Que horas são? — Pergunta com uma voz doce, ainda entre o sono e a vigília.

Pego meu relógio e olho.

— São oito da manhã.

— Ainda é cedo para um sábado.

Ela volta a se deitar, mas não no meu peito. Puxo-a de volta para mim, e ela não faz nenhum som ou tenta recusar. Talvez eu esteja gostando demais dela aqui. Caralho, estou perdido.

Durmo mais uma hora com ela até que decido me levantar. Fecho a cortina com cuidado para não incomodá-la, tomo um banho rápido e desço.

Vou até a cozinha onde Maria, responsável pela casa, está ocupada. Não costumamos comer juntos nos fins de semana, geralmente estamos de ressaca ou ocupados com outras coisas.

— Maria? — Chamo-a.

— Sim, senhor? — Ela se vira para mim. Maria é a mais antiga na casa e praticamente a governanta.

— Leve meu café para o escritório e prepare algo para a Lisa.

— Sim, senhor.

Subo as escadas até meu escritório. Meu tio José vem hoje para discutirmos alguns contratos. Ele é um caralho de chato, tanto nos negócios quanto na máfia, achando que não sou um bom cabo. Respiro fundo quando a porta é aberta por Collen, maldita mania de entrar sem bater.

— Por que você não bate?

— Não há necessidade! — Ele dá de ombros e se senta na cadeira em frente à minha mesa.

— Parece que uma das fábricas de drogas não conseguiu produzir o suficiente.

Já é cedo e já tenho problemas para resolver. Isso me deixa tão puto.

— Por quê?

— Parece que não chegou produto suficiente para o ensacamento.

Jogo minhas costas na cadeira e balanço-a de um lado para o outro.

— Se não chegou, é porque houve algum erro.

— Acha que alguém pode ter desviado o produto?

— Acho que tem alguém tentando me enganar. Vá verificar, castigue quem for o culpado, e se for roubo, mate.

— Considerado feito.

— Leve o Tomy com você.

Ele balança a cabeça em sinal de concordância e sai da sala. Tomy é um dos nossos melhores homens e entende bem do produto.

OS MAFIOSOS - ADRIAN DOMENLYOnde histórias criam vida. Descubra agora