CAPÍTULO 37

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Lisa Ranet

Já eram cerca de nove horas, e o sushi tinha sido devorado. Adrian ainda estava ao meu lado, enquanto a conversa fluía ao redor sobre quedas de moto, primeiras tatuagens e a corrida de Marco.

— Não foi bem assim — afirmou Marco com um tom desafiador. — A curva era grande, mas eu venci no final.

— E ganhou pontos — completou Collen, com um sorriso sarcástico. Marco deu de ombros, e todos reviraram os olhos em um gesto coletivo de desgosto.

— Pelo menos eu ganhei — resmungou Marco, um pouco defensivo.

— Bom — disse Adrian, levantando-se e esticando os braços —, vou tomar um banho.

— Ah, vou com você — anunciei, causando um burburinho de surpresa. Todos me olharam com as sobrancelhas erguidas, e eu revirei os olhos. — Meu Deus, não é para tomar banho, só para ir ao quarto. Preciso conversar com você.

Adrian balançou a cabeça em sinal de consentimento e fez um gesto para que eu o precedesse. Caminhei um pouco à frente, sentindo uma mistura de nervosismo e expectativa a cada passo que dávamos em direção ao andar superior. A escada era silenciosa, e a tensão pairava no ar.

Quando chegamos ao quarto, Adrian fechou a porta e se virou para mim.

— O que foi? — perguntou, sua expressão impassível.

— Fui eu que alugou a casa em meu nome? E quem fez o plano de saúde para minha mãe, e o emprego do meu irmão?

Ele não parecia surpreso, apenas assentiu lentamente.

— Quando e por quê? — perguntei, tentando manter a calma.

— Eu não preciso te responder, apenas fique agradecida.

Respirei fundo, tentando reunir paciência para lidar com Adrian.

— Só preciso saber o porquê, por favor.

Ele suspirou, relaxando um pouco os ombros.

— Sei o quanto você se importa com sua família. Você está aqui por isso! — afirmou, dirigindo-se ao banheiro. — Se não se importa, vou tomar um banho. Tive um dia muito cansativo.

Ele fechou a porta do banheiro, e fiquei ali, tentando processar o que ele tinha feito por mim. Era estranho pensar que ele se importava com as pessoas que eu tentava proteger. Não demorou muito para que ele saísse do banheiro, apenas de toalha, com o torso exposto e visivelmente cansado. Caminhei para o banheiro para tomar um banho, também não tinha dormido bem.

Quando saí do banheiro, Adrian estava deitado na cama com os braços atrás da cabeça, usando apenas uma calça de moletom. A única luz no quarto vinha da minha luminária, lançando uma luz suave e amarelada sobre ele. Caminhei até o meu lado da cama e me deitei de qualquer jeito, apagando a luminária e me virando para observar Adrian à luz fraca da varanda.

— Preciso saber — sussurrei.

Ele resmungou, mas não se moveu, dando-me a entender que estava ouvindo.

— Quando você fez isso? — perguntei, minha voz carregada de curiosidade.

Ele demorou a responder, e quando o fez, sua voz saiu grave e um pouco baixa.

— Sabia que odeio perguntas, e você faz muitas?

Estar tão próxima dele, sentir seu calor e respirar o seu perfume era um contraste com a tensão que geralmente envolvia nosso relacionamento. Meu coração acelerava, e o ambiente estava carregado de uma energia palpável.

OS MAFIOSOS - ADRIAN DOMENLYOnde histórias criam vida. Descubra agora