CAPÍTULO 56

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Minha cabeça parecia estar girando, com uma dor muito forte como se eu tivesse batido nela.
Olhei para o teto cinza rapidamente me levantei me lembrando do que aconteceu, olhei em volta e estou deitada em um colchão sujo.
Meu pai me sequestrou, como ele pode fazer isso comigo? Ele não fez nada por nossa família e agora do nada resolve quer me sequestrar para me casar com quem ele quer?.
Um barulho vem da porta que está aberta, apenas por uma brecha e reconheço a voz do meu pai, mas não a voz vinda de alguém, o que significa que ele está falando no celular.
Me levanto e vou até a porta para poder ouvir melhor a conversa.
-Eu sei, as coisas saíram do controle. - meu pai respirou fundo antes de responder - o que você queria que eu fizesse?
Ele está trabalhando com alguém para me sequestrar? Que tipo de monstro faz isso com a própria filha? Uma filha que ele não fazia nem questão de ver.
-Estou com ela, Diogo.
Assim que ouvir esse nome me lembrei que Diogo Coltrepes inferno , é ele que também quer me sequestrar? Mas só para me casar com o filho dele? Não faz sentido.
-Eu sei Diogo, a gente só irá sair daqui amanhã.
Meu pai também parecia furioso pela voz dele, o que diria que ele também está com medo. Mas o que será que aconteceu depois que eu me apagaram?
E o Adrian onde ele está? Espero que ele esteja bem, não suportaria a morte dele, mas ele sendo quem ele é eu diria que está bem.
-ta, tá - falou meu pai e houve silêncio por todo o lugar.
Pensei em me esconder aqui por mais um tempo, mas isso não levaria em nada.
Preciso encarar ele e preciso que ele me diga todas as verdades possível, estou pronta para a verdade.
Abri a porta revelando uma sala vazia a não ser por uma cadeira no meio da sala, assim que os olhos do meu pai encontraram os meus pude ver culpa e ódio neles.
-quer dizer que você me vendeu mesmo pai?
Me aproximei dele parando na frente dele, que guardou o celular de volta no bolso de trás, ele respirou fundo antes de me responder.
-Não foi assim.
-Não? E por que eu estou aqui então?
Me sentei na cadeira para que ele pudesse me contar a história, já que eu não entendia como as coisas tinham sido. Ele me olhou por um minuto inteiro e depois baixou o olhar.
-quando morávamos com sua mãe a falta de dinheiro era constante - ri amargo, mas ele continuou - um amigo meu chamado Miguel me falou sobre os cassino, acabei jogando e depois de muito ganhar e perder conheci o Domenly.
-Adrian?
-não, o pai dele, o homem era um louco mais acabou gostando de mim e me colocou como responsável de um dos cassino - ele fez uma pausa - depois conheci um homem que trabalhava para o Diogo e era cheio de promessas para que eu traísse o Domenly, quando eu vi o quanto o pai do Adrian era louco precisava de uma garantia quando desse errado.
-E fugir para os Coltrepes foi a única saída?
-não foi uma escolha, -cruzei os braços sobre o peito e fiquei olhando ele - uma noite o Miguel me ligou e disse que o Domenly filho tinha matado o pai.
Uma onda de surpresa e susto passou por mim, o Adrian, o que? Ele matou o próprio pai? Meu pai percebeu a surpresa no meu rosto e falou.
-Ele matou! Naquele dia o Miguel parecia aprovado, falava sem parar dizendo que Adrian e os outros filhos dele tinham matado o próprio pai, que ele tinha conseguido fugir e precisava se esconder mas...
-Adrian o achou e o matou também.
Completei e meu pai balançou a cabeça como um sim, meu peito doía em pensar que eles tinham feito isso.
-O novo chefe da máfia iria perceber que as contas do cassino não batiam, o Diogo me prometeu que iria me proteger e foi assim que fugir, chegando lá acabei me apaixonado pela irmã dele e ele falou que só poderia entregar se ela entregasse algo de mesmo valor a eles.
Ri, explodi em uma risada seca e amarga na boca, ele só podia estar brincando.
-Ai resolveu me encontrar?
Ele deu um passo para chegar próximo de mim mas levantei a mão o parando no lugar.
-Não cheguei perto de mim.
-Mas você era a única coisa que eu tinha.
Ele só podia estar louco se ele acha que pode decidir alguma coisa sobre a minha vida.
- O Antony, chegou lá contando que você estava com o Adrian e o Diogo me obrigou a pegá-la, ele queria torturar o Domenly.
Antony? Onde ele está não vi ele, olhei em volta procurando ele e não encontrei.
-Ele o matou.
Meu olhar virou subitamente para o meu pai e podia jurar que meus olhos iriam sair do rosto.
-Como?
-Adrian, o matou quando tentamos pegar você mais cedo.
Uma onda de culpa tomou conta de mim, mas não podia chorar não na frente do meu pai, Antony você podia ter ficado fora porra!
-viu porque não posso deixar você com ele!
- Você quer dizer que ele é ruim? Você tem ideia do que passamos?
-Lisa, eu...
-não, você não sabe.
Me levantei e segui para o quarto onde acordei, preciso ficar sozinha agora. Não quero olhar para a cara dele de traidor, assim que me afastei dele uma lágrima escorreu do meu olho.

Não consegui dormir, queria ir para casa, isso tudo parece um pesadelo e por tinha que ser justo comigo? Todos estão querendo me obrigar a fazer as coisas que ele acham que são melhores para mim.
Ninguém me dá uma escolha, eles estão sempre descendo o que querem e me jogando como uma marionete.
Olhei para o teto cinza e respirei fundo, o pobre do Anthony acabou tendo um final trágico graças a mim, nunca desejei nada desse tipo de coisa para ele.
Mas queria que o Adrian me encontrasse o mais rápido possível, não quero ser obrigada a viver com o meu pai ou coltrepes.
Queria que meu pai fugisse, Adrian não vai permitir que ele viva, meu pai não é um bom pai mais não queria que ele morresse, mesmo depois de tudo não consigo desejar a morte dele.
Me levanto em um susto, barulho de tiro é ouvido por todo o lugar e rapidamente fico em pé alerta, uma grande troca de tiro é ouvida, a porta do quarto é aberta revelando o meu pai com a arma na mão.
-Vamos! Os Domenly chegaram, porra o Diogo está a certo.
-eu não vou!
Ele veio até mim e eu recuei mais ele agarrou o meu braço com muita força, me puxando para saímos do quarto me joguei para o outro lado.
-pai, não!
-vamos garota burra.
Nunca pensei que choraria em uma situação dessa mais foi o que eu fiz, ainda continuava jogando meu corpo para trás.
-Solte ela, Porra.
A voz do Adrian foi ouvida e rapidamente viramos a cabeça para a porta e lá estava ele parado, com a arma na mão, queria correr para ele.
Meu pai me puxou para ficar em pé e colocou meu corpo na frente dele.
-Você é mesmo um desgraçado Domenly.
Meu pai apontou a arma para o Adrian que tem a arma apontada para a gente.
-Solte ela!
-Não vou deixar você ficar com ela.
Meu coração doeu quando meu pai virou a arma dele para a minha cabeça, fechei os olhos com força.
-Eu vou abaixar a arma.
Adrian, jogou no chão do quarto em direção ao meu pai, os olhos dele eram de preocupação, meu pai voltou a mirar a arma nele.
-Quem diria o implacável Adrian Domenly rendido pela minha filha.
-Deixa ela ir, eu ficarei aqui!
Meu pai riu e as mãos dele foram para o meu pescoço, dificultando eu me mexer. Adrian ia avançar.
-nem pense! - Era um momento de tensão para todos -acho que o Diogo iria adorar se eu me livrasse de um Domenly principalmente se fosse você.
Meu coração doeu com a menção do Adrian morrer e vi o dedo do meu pai se movendo para apertar o gatilho e não iria permitir isso.
Puxei o braço dele que está um pouco frouxo e mordi com muita força, meu pai gritou e me jogou longe batendo a cabeça no chão.
-Não!
Adrian, gritou mas tudo virou um borrão e vi somente a arma do Adrian, e um tiro e tudo ficou silêncio mais vi o copo do meu pai cair para trás.
-Pa... pai - tentei falar - pai.
Adrian apareceu ao meu lado pegando o meu rosto entre as mãos para que eu olhasse ele, tinha preocupação e culpa nos olhos dele mas também tinha amor.
-Lisa, você vai ficar bem... Espertinha.
Foi a última coisa que ouvi antes de tudo ficar escuro.

OS MAFIOSOS - ADRIAN DOMENLYOnde histórias criam vida. Descubra agora