Adrian Domenly
— Adrian, querido?
Virei-me para minha tia, Daiane, a única que ainda está viva e que cuidou de mim e dos meus irmãos. Ela é uma mulher de 59 anos, que, apesar da idade, ainda se mantém na alta sociedade e gosta de ostentar seus luxos.
— Sim, Daiane? — respondi, sabendo que a irritaria.
Ela bufou. Nunca gostou que eu a chamasse pelo nome, mas ela precisa entender que não sou mais aquele garoto de antes. Agora, comando a máfia da família, sem piedade.
— Eu gostava mais quando você me chamava de tia — resmungou.
Ignorei sua irritação. Eu tinha coisas mais importantes para fazer do que lidar com os caprichos dela.
— O que você quer, Daiane? — perguntei, colocando as mãos nos bolsos e ajeitando minha postura.
Ela pareceu perceber meu tom de impaciência e sorriu sem jeito.
— É que... — Ela hesitou por um momento. — Eu quero ir ao evento beneficente dos Len...
Os Len, meus futuros sogros. Para todos os defeitos que eles têm, eu ainda preciso da família da Escalethe.
— Você pode ir — dei um passo em direção a ela, encurtando a distância. — Mas não me faça passar vergonha.
Virei-me, subindo as escadas, mas parei ao ver que ela ainda estava parada.
— Um dos seguranças irá acompanhar você.
Entrei no meu quarto, mais irritado do que antes. Às vezes esqueço que estou noivo da Escalethe. Um noivado que não desejo, mas necessário para meus planos. Meus cálculos têm dado certo até agora, mas sempre há o risco de algo sair errado. Mesmo assim, isso só prova que eu estava certo desde o início.
Entrei no banheiro e tomei um banho demorado. Estou tenso nos últimos dias, e essa pressão não sai do meu corpo. Não consigo parar de pensar naquela garota. Já faz três dias que ela começou a trabalhar para mim, e, embora eu tenha ido vê-la no primeiro dia, desde então tenho me ocupado para evitar a tentação de vê-la novamente.
Saí do banheiro, me sequei rapidamente e vesti minhas roupas. Ainda precisava resolver algumas coisas antes de ir ao jantar dos Len.
Vincent olhou para mim e depois para Collen.
— Não vou a esse jantar — disse Vincent.
Ele detesta aparecer na mídia. Sempre odiou jantares, eventos, shows, tudo que envolva exposição pública. Ele é excelente no que faz — tortura, assassinato — e é o nosso melhor perseguidor. Mas quando se trata de eventos públicos, ele prefere ficar nas sombras. Deu um trabalho enorme tirar sua imagem de qualquer jornal que ousasse publicá-la.
— Isso não é discutível! — Falei com firmeza, deixando claro que não havia espaço para negociação. Vou precisar de todos lá. Estaremos vulneráveis, e meus irmãos também, então não podemos correr riscos.
Vincent soltou um suspiro irritado e rolou os olhos.
— Onde está Sammer? — perguntei a Collen, que parou de mexer no celular para me responder.
— Ele está lá fora.
— Diga a ele para entrar. E você, não vá muito longe. Quero falar com você.
Collen assentiu e saiu pela porta junto com Vincent. Não demorou muito até uma batida suave soar.
— Entre.
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OS MAFIOSOS - ADRIAN DOMENLY
RomansaLisa Ranet vê sua vida virar de cabeça para baixo quando seu irmão contrai uma dívida com um mafioso. Ela tenta de todas as formas encontrar uma solução para pagar a dívida, mas sem sucesso. Sem outra saída, Lisa acaba fazendo um acordo com Adrian D...