Nova rotina

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Parado na calçada, Harry brinca com os próprios dedos em sinal de nervosismo. Quando o Toyota RAV4 para em sua frente, ele inspira fundo e pega sua mala de rodinhas. Louis sai do carro e da a volta no mesmo. Caminha até Harry e empaca, franze a testa, avaliando o enfermeiro de cima abaixo.

— Você está.... — ele balança a cabeça para voltar a si e pigarreia — Diferente.

— Diferente? — Harry indaga, confuso. Louis dá de ombros e pega a mala.

— Vamos lá, entre no carro. — diz, enquanto caminha até o porta-malas. Já dentro do carro atmosfera é estranha, ambos estão tensos um com o outro e, Louis dirige de maneira desconfortável.

— Poderia me dizer o que aconteceu com seu pai? — Harry decide quebrar o silêncio. Nota quando o corpo do mais velho se enrijece.

— Bom, na verdade é o meu padrasto. — revela e Styles o encara confuso — Quem cuidou de mim, de verdade, não é? — riu sem humor - isso explica muita coisa, pensou Harry- ele pigarreia e volta a falar: — Alzheimer...

— Oh... — o cacheado murmura quietamente e vira seu rosto para a janela. Sente algo cutucar seu estômago. Não sabe o que dizer.

— Não se preocupe, ele faz praticamente tudo sozinho. Só precisa de companhia, já que adora andar pela casa, mesmo com dificuldade e também se esquece de tomar os remédios ou fazer coisas essenciais, sabe...

— O que ele costuma comer?

— Bom, não se preocupe com isso também. Meu cozinheiro prepara tudo.

Harry franze o cenho.

— Tem certeza de que precisa de mim? — levanta a sobrancelha. Louis o espia pelo tom de voz do cacheado e franze a testa dando-lhe um sorriso convincente.

— Sim! Bom, ele gosta e precisa de companhia e não me deixa ajudar, na maioria das vezes.

— Certo... Na verdade eu o entendo. — Louis o olha, sem saber do que está falando — Sua presença é bem irritante.

Tomlinson o olha com uma careta desgostosa e Harry não consegue segurar um riso.

— Disse o homem mais agradável desse mundo. — ironizou. O cacheado apenas deu de ombros, fingindo não se importar — Preciso dizer que ele odeia que me tratem mal, então tente fingir que gosta de mim. Consegue fazer isso? — ele pergunta com um sorriso esperto.

— Posso tentar, mas vai ser muito difícil, porque só de olhar pra você sinto vontade de arrancar meus próprios olhos. — murmura com deboche, sorrindo orgulhoso,

— Deveria arrancar a língua, porque você fala demais. — o cacheado o olha sem acreditar. Tomlinson mantém os olhos na estrada — Então, já contou a novidade ao seu namoradinho?

— Não é da sua conta.

— Não se cansa de ser mal-educado?

— Não se cansa de perguntar sobre a minha vida pessoal? — rebate e Louis lhe lança um sorriso torto.

— Na verdade não. — freia bruscamente o carro, observando o corpo do cacheado ser jogado para frente. Ao bater as costas de volta no banco, olha para Louis com raiva — Qual seu problema, imbecil?

Tomlinson ri, abrindo a porta do veículo.

— Isso que acontece quando não se usa o cinto. — disse, saindo do carro. Harry fez o mesmo, encarando-o com um olhar feroz. O advogado o analisou, sorrindo ainda mais. Seus cachos estavam bagunçados, caindo sobre seus olhos verdes intensos —Uau, adoro esse seu olhar selvagem.

The Case (l.s)Onde histórias criam vida. Descubra agora